Dr. Jorge Sidnei Rodrigues da Costa – Cremesp 34.708 *
O Ministério da Saúde instalou o Centro de Operações de Emergência (COE) – Coronavírus para preparar a rede pública de saúde para o atendimento de possíveis casos no Brasil. A sua estruturação permite a análise de dados e informações para subsidiar a tomada de decisão dos gestores e técnicos, na definição de estratégias e ações adequadas e oportunas para o enfrentamento de emergências em saúde pública.
Diferença entre gripe e coronavírus
Os sintomas são parecidos. No início da doença, não existe diferença no que diz respeito aos sinais e sintomas de uma infecção pelo coronavírus em comparação com os demais vírus. Por isso, é importante ficar atento às áreas de transmissão local. Apenas pessoas que tenham sintomas e viajaram para as províncias de Wuhan e Hubei, na China, são suspeitas da infecção pelo novo coronavírus.
Cuidados se for viajar para a China
Até o 24 de janeiro de 2020, não havia nenhum caso suspeito de infecção confirmada pelo novo coronavírus no Brasil que se enquadrasse na definição de casos da OMS. Portanto, não temos transmissão ativa da doença.
Dessa forma, não existe nenhuma recomendação específica para quem teve contato com pessoas que vieram da China. As áreas com transmissão local serão atualizadas diariamente e disponibilizadas no site do Ministério da Saúde, por meio do endereço saude.gov.br/listacorona.
Orientações para portos e aeroportos
Deve-se aumentar a sensibilidade na detecção de casos suspeitos de coronavírus de acordo com a definição de caso. Além disso, reforçar a orientação para notificação imediata de casos suspeitos nos terminais. Outra medida é a elaboração de avisos sonoros com recomendações sobre sinais, sintomas e cuidados básicos.
Também é importante intensificar procedimentos de limpeza e desinfecção e utilização de equipamentos de proteção individual (EPI), conforme os protocolos, sensibilizar as equipes dos postos médicos quanto à detecção de casos suspeitos, utilização de EPI e ficar atento para possíveis solicitações de listas de viajantes para investigação de contato.
Como o Brasil está se preparando
O Ministério da Saúde realiza monitoramento diário da situação junto à Organização Mundial da Saúde (OMS), que acompanha o assunto desde as primeiras notificações de casos em Wuhan, na China, no dia 31 de dezembro de 2019.
O governo federal brasileiro adotou diversas ações para o monitoramento e o aprimoramento da capacidade de atuação do país diante do episódio ocorrido na China. Entre elas, está a adoção das medidas recomendadas pela OMS; a notificação da área de portos, aeroportos e fronteiras da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa); a notificação da área de Vigilância Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa); e a notificação às secretarias de saúde dos estados e municípios, demais secretarias do Ministério da Saúde e demais órgãos federais com base em dados oficiais, evitando medidas restritivas e desproporcionais em relação aos riscos para a saúde e trânsito de pessoas, bens e mercadorias.
O Ministério da Saúde também instalou o Centro de Operações de Emergência (COE) – Novo Coronavírus, que tem como objetivo preparar a rede pública de saúde para o atendimento de possíveis casos no Brasil.
O COE é composto por técnicos especializados em resposta às emergências de saúde pública. Além do Ministério da Saúde, compõem o grupo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Instituto Evandro Chagas (IEC), além de outros órgãos. Desta forma, o país poderá responder de forma unificada e imediata à entrada do vírus em território brasileiro.
A situação atual
O número de casos e mortes pelo coronavírus na China subiu para 14.380 e 304, como confirmou a Comissão Nacional de Saúde do país (no dia 1º de fevereiro). O governo chinês destacou que 35 pacientes diagnosticados com a infecção estão recuperados e receberam alta.
Além da China, há confirmações de infecção por coronavírus em 11 países. Os EUA confirmaram o segundo caso, desta vez em Chicago. Na França, a Europa registrou os dois primeiros pacientes com o vírus, em Paris e Bordeaux.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) emitiu o primeiro alerta da doença em 31 de dezembro de 2019, depois que as autoridades chinesas notificaram casos de uma misteriosa pneumonia na megalópole de Wuhan. A epidemia atingiu inicialmente pessoas que tiveram alguma associação com um mercado de frutos do mar na cidade.
Casos no Brasil
O Ministério da Saúde informa que, até a semana passada, havia 16 casos suspeitos no Brasil (sábado, dia 1º). O caso noticiado pela SES/MG não se enquadra na definição de caso suspeito da Organização Mundial da Saúde (OMS), tendo em vista que o paciente esteve em Xangai, onde não há, até o momento, transmissão ativa do vírus.
De acordo com a definição atual da OMS, só há transmissão ativa do vírus na província de Wuhan, e, agora, nos últimos dias de janeiro e início de fevereiro, iniciou um surto em outra província da China (Hubei). Mais cedo, o governo da China já havia confirmado 45 mortos na província de Hubei, apenas no dia 1º de fevereiro. Agora, o número total de óbitos na região onde se iniciou o surto chega a 294.
Restrição internacional
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, neste último dia 30 de janeiro, estado de emergência global em razão da disseminação do coronavírus. A entidade fez o anúncio à imprensa em sua sede, em Genebra, na Suíça, após reunião com especialistas.
Como até o momento foram contabilizados mais casos de coronavírus na China, que subiram para 14.380 e 304 mortes no total, como confirmou a Comissão Nacional de Saúde do país, no dia 1º – principal local de multiplicação do vírus -, temos que ficar em estado de alerta. Em outros 18 países, já foram registrados 98 casos. No Brasil, o Ministério da Saúde investiga 16 casos suspeitos.
Fontes:http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/novo-coronavirus; Ministério da Saúde; http://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2020-01/oms
* Médico pediatra com título de especialista em pediatria pela AMB e SBP.