“Jamais vamos deixar o prédio da Santa Casa de Misericórdia ser leiloado”, afirmou o vice-prefeito Luiz Paulo Ribeiro da Silva, durante cerimônia de inauguração da nova UTI (unidade de tratamento intensivo), no sábado, 24.
O leilão foi aprovado, no dia 31 de julho, pelo juiz da 2ª Vara Cível do Foro de Tatuí, por conta de uma dívida da entidade de quase R$ 2,8 milhões com a Sabesp (Companhia de Abastecimento de Água do Estado de São Paulo).
A GM Leilões marcou para os dias 1º e 4 de outubro o leilão do prédio e publicou o edital no site da empresa. O imóvel foi avaliado em R$ 14 milhões. Contudo, conforme o vice-prefeito, a prefeitura entrou com pedido para suspender o processo.
A Sabesp buscou a Justiça para tentar receber a dívida acumulada pela entidade, em agosto de 2017. O valor é fruto de um acordo feito em 2015, entre a provedoria da Santa Casa e a empresa, para o pagamento de contas atrasadas de água.
A O Progresso, Luiz Paulo sustentou que a situação é uma “herança” deixada pela provedoria anterior, que pagou apenas uma das parcelas de acordo de refinanciamento feito com a Sabesp e, por isso, a concessionária precisou entrar na Justiça.
“Algumas ‘fake news’ estavam se espalhando, falando que já iam arrematar o imóvel, mas nós, da prefeitura, entramos, junto com a Santa Casa, para parcelar essa dívida. Era um débito da gestão de 2013 a 2016, mas a prefeitura entrou com pedido de parcelamento para suspender o leilão”, garantiu o vice-prefeito.
Ele ainda apontou que os débitos atrasados da entidade não se limitam à empresa fornecedora de água e ultrapassam a casa dos R$ 30 milhões. O rombo soma passivos com fornecedores e funcionários (principalmente, débitos trabalhistas) acumulados por décadas.
Mesmo com as dívidas, Luiz Paulo afirmou que a população não vai ficar sem atendimento. “O povo de Tatuí pode ficar tranquilo, que não corre este risco”, garantiu.
“Vamos parcelar este débito com a Sabesp e também negociar as outras dívidas. Tenho certeza de que a Santa Casa vai voltar a ser um orgulho da cidade. Isso já está acontecendo: estamos com muitas melhoras e ainda tem muito mais”, completou o vice-prefeito.
A interventora da Santa Casa, Márcia Giriboni, reforçou que não há risco para a entidade. “Realmente, o prédio da Santa Casa estava indo a leilão, sim, por uma dívida do passado. Mas, graças a Deus, já está tudo resolvido. Estamos parcelando, e nada vai acontecer. A população pode ficar tranquila”, salientou.
Conforme a prefeita Maria José Vieira de Camargo, a prefeitura e a administração da entidade estão tentando resolver os problemas com os encargos atrasados. Contudo, “no momento, a principal atenção é para que o hospital não feche as portas”.
O único hospital público do município está sob intervenção municipal desde 31 de maio de 2017. Na data, Maria José assinou o decreto que oficializou a situação de emergência no SUS (Sistema Único de Saúde) e nomeou, como interventora, Ana Aparecida de Melo Sá Azevedo Vieira, que permaneceu na função até novembro do mesmo ano.
A intervenção teria duração de 180 dias, entretanto, foi prorrogada por igual período outras duas vezes, passando a administração para Márcia Aparecida Giriboni de Souza – atual interventora.