A prefeitura, por meio da Secretaria de Esporte, Cultura, Turismo, Lazer e Juventude, realiza, entre estes dias 1º e 8 de agosto, a 77ª Semana Paulo Setúbal, criada em 1943.
A programação tem início na quinta-feira, 1º de agosto, no Museu Histórico “Paulo Setúbal”, com a abertura da exposição “Cenografia do Conservatório de Tatuí”, apresentando obras produzidas pelo artista plástico e cenógrafo Jaime Pinheiro.
De acordo com ele, a mostra apresentará alguns dos recursos cênicos utilizados pela instituição ao longo dos últimos 40 anos, como elementos cenográficos e adereços que fizeram parte de produções artísticas e espetáculos.
Além disso, estarão expostas algumas obras produzidas em trabalhos de pesquisa particulares do artista plástico – que está à frente do curso do setor cenográfico e nas mais diversas produções pedagógicas e artísticas realizadas pelo Conservatório.
“A ideia da exposição é fazer um registro e lembrar a história de algumas produções realizadas nestes anos de trabalho. Tem algumas peças lá de quando comecei a trabalhar com cenários, em 1985”, contou o cenógrafo.
O artista plástico ressalta que a exposição é uma oportunidade de o público em geral conhecer como é executado o material de cena e os processos que envolvem a produção cenográfica, desde a criação até os recursos necessários para cada espetáculo.
“No espaço da mostra, não vai ter todo o processo de iluminação e de preparo cênico usado nos espetáculos, então, as pessoas vão ter uma visão dos bastidores e não de como o cenário é visto da plateia. Ali vamos conseguir mostrar como o cenário é feito de fato”, acrescentou.
Os elementos cênicos criados por Pinheiro têm como característica a utilização de materiais reciclados – objetos e móveis que seriam jogados no lixo – e produtos de baixo custo, como o TNT e papelão.
O artista conta que a ideia de trabalhar com reciclagem veio da necessidade de inovação e de adaptar o processo de criação à situação financeira, com opções diversificadas de materiais que “possam ter uma estética interessante”.
“A gente sempre trabalhou a questão ecológica com a reutilização, mas a questão estética também tem que ser vista. Temos um trabalho de pesquisa bem feito, com estudos profundos do que é possível utilizar nos cenários”, completou Pinheiro.
Conforme anunciado pela Secretária de Esportes, Cultura, Turismo, Lazer e Juventude, a exposição terá três atos com a presença do cenógrafo, às 10h e 15h, para um bate-papo com alunos da rede de educação, e, às 19h, com a presença de convidados e amigos.
A exposição também faz parte das comemorações dos 65 anos do Conservatório de Tatuí e ficará aberta à visitação até o dia 29 de setembro, de terça-feira a domingo, das 9h às 17h, no MHPS.
O cenógrafo
Jaime Pinheiro é graduado em educação artística, com habilitação em artes plásticas e especialização em design. Trabalhou como professor de cenografia e teatro de animação na Universidade de Sorocaba de 2008 a 2010 e 2012.
É cenógrafo no Conservatório de Tatuí desde a década de 90, responsável por projetar e executar cenários para concertos, shows, festivais e teatro. Na mesma instituição, mantém um curso de cenografia e adereços.
Pinheiro também foi professor de desenho, técnicas de materiais expressivos, fundamentos da expressão artística, desenho de observação e cenografia na Associação de Ensino Tatuiense, de 1996 a 2010.
Além disso, o cenógrafo participou de diversos projetos para teatro, shows musicais, espetáculos de dança, teatro de animação e vários outros eventos para diversos grupos artísticos, como o Esparrama, Cia. Mútua, Coletivo Cê, TV Cultura, Encantoria, Baleteatro Mônica Minelli, Fred Astaire e Pindorama, entre outros.
Também fez direção, cenografia e bonecos dos espetáculos “Pedro e o Lobo” e “Cruzada de Crianças”, assim como bonecos, cenografia, figurinos e adereços para Ingrid Koudela, em espetáculos nos anos de 2008, 2009, 2010 e 2012.
Ainda trabalhou nas óperas “Dido e Enéias”, de Henry Purcell (2009), “Orfeu no Inferno”, de Jacques Offenbach (2011), e “A Peste e o Intrigante”, de Mário Ficarelli (1985).
Pinheiro atua e desenvolve pesquisas na área de teatro de animação, com trabalhos apresentados em São Paulo, Santa Catarina e Portugal. Tem trabalho autônomo como ilustrador e em artes gráficas, além de projetos especiais na área de design, como troféus, móveis, ambientes e arquitetura, como o saguão do Conservatório, entre outros.
Realizou as instalações cenográficas do Museu Histórico de Tatuí e foi coordenador do Festival estadual de Cururu, do Conservatório de Tatuí.