A Orquestra Sinfônica e o Coro do Conservatório de Tatuí farão dois concertos especiais nesta semana. Os grupos se unem no palco do teatro “Procópio Ferreira” nesta quinta-feira, 4, às 20h, com reapresentação na sexta-feira, 5, às 19h30, na Igreja Matriz de Tatuí.
O repertório homenageia compositores franceses, com destaque para a obra “Réquiem”, de Gabriel Fauré. A entrada é gratuita.
Segundo o coordenador e maestro Edson Beltrami, o primeiro programa terá “Concerto nº 1 in A minor, op. 33, para Violoncelo”, de Camille Saint-Saëns. A obra foi escrita em 1872, quando o compositor tinha 37 anos.
Para Beltrami, Saint-Saëns “rompeu com as convenções ao escrever o concerto. Em vez de usar a forma normal em três movimentos, ele estruturou a peça em um movimento contínuo. Este movimento único, porém, contém três seções distintas, fortemente estruturadas, que compartilham ideias inter-relacionadas”, descreveu Beltrami
“Saint-Saëns usa muito frequentemente o violoncelo solo como instrumento declamatório. Isso mantém o solista em primeiro plano, com a orquestra oferecendo um pano de fundo cintilante. A música é tremendamente exigente para o solista, especialmente na terceira seção rápida. Essa dificuldade não impediu que o concerto se tornasse uma das peças favoritas dos grandes violoncelistas”, completou o maestro.
O solista convidado é o violoncelista André Luís Micheletti, nascido em Piracicaba, com duplo doutorado pela Indiana University em violoncelo e violoncelo barroco, sob a orientação de Helga Winold, Nigel North e Stanley Ritchie, além de aulas particulares e master classes com Janos Starker.
É mestre em violoncelo e pedagogia do violoncelo pela Northwestern University de Chicago (EUA), sob orientação de Hans Jörgen Jensen, e bacharel em violoncelo pela Unicamp, sob orientação de Antonio Lauro Del Claro.
Atualmente, atua como professor de violoncelo e música de câmara do Departamento de Música da Universidade de São Paulo (FFCLRP-USP), faz a codireção artística da Orquestra Sinfônica de Piracicaba, ao lado do maestro Jamil Maluf, e é diretor artístico e pedagógico do Festival Internacional de Música Erudita de Piracicaba desde 2011.
Em seguida, os grupos interpretam “Réquiem in D minor, op. 48”, de Gabriel Fauré, com solo da soprano Erica Andrade e do barítono Vítor Mascarenhas. A obra foi composta entre 1887 e 1890.
Segundo Beltrami, a visão coral-orquestral da missa católica dos mortos, em latim, é a mais conhecido de Fauré. Conforme a assessoria de comunicação da escola, “as razões do autor para compor o trabalho não são claras”.
Ao perceber as discussões sobre o assunto, Fauré escreveu: “Meu Réquiem foi composto para nada… por prazer, ouso dizer! Foi dito que o meu Réquiem não expressa o medo da morte e alguém o chamou de uma canção de ninar da morte. Mas é assim que vejo a morte: como uma libertação feliz, uma aspiração à felicidade, e não como uma experiência dolorosa. Talvez eu também instintivamente tenha tentado escapar do que é certo e apropriado. Eu queria escrever algo diferente”, descreve o autor.