O número de mortes causadas por acidentes de trânsito em Tatuí teve nova queda no mês de maio, segundo relatório divulgado pelo Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito (Infosiga).
Por meio do programa Respeito à Vida – São Paulo Dirigindo com Responsabilidade, foi estabelecido um número máximo (meta) para óbitos em vias municipais (1) e rodovias (2) para o mês de maio, e a cidade não registrou nenhum caso no período.
Com o resultado, em mensagem enviada à prefeitura e encaminhada à imprensa, o programa parabenizou o município e ressaltou ações realizadas visando à prevenção de acidentes de trânsito.
“Gostaríamos de parabenizar Tatuí pelo desempenho nos últimos meses quanto à redução no número de óbitos em vias municipais. Acreditamos que são ações eficientes realizadas pelo município a principal causa deste resultado”, afirma a nota.
Ainda no texto, o programa destaca: “Estamos muito felizes em dizer que o município se encontra no caminho certo e está colaborando para a meta do Programa Respeito à Vida”.
O “Respeito à Vida” é um programa do governo do estado que envolve atividades focadas em educação no trânsito, obras em rodovias e convênios para melhorias em vias municipais, além de nova campanha de mídia voltada para motociclistas, grupo que lidera as estatísticas de acidentes de trânsito no estado.
Uma das principais iniciativas é a elaboração de um banco de dados com informações de acidentes de trânsito no estado. As informações são atualizadas mensalmente, no dia 19 ou próximo dia útil, para todos os 645 municípios. A base possui dados relativos à quantidade de fatalidades e ao perfil dos acidentes e das vítimas.
Na comparação entre os primeiros cinco meses de 2019 e 2018, a redução de acidente representa 10%. No ano passado, houve dez mortes; em 2019, o número caiu para nove entre janeiro e maio.
Nos quatro meses, as mortes contabilizam vítimas que se envolveram em ocorrências tanto no perímetro urbano (dentro do município) como nas rodovias, que estão fora da zona urbana, mas no limite territorial.
A vítima mais jovem tinha 19 anos e era passageira de um automóvel. O acidente ocorreu em março. Já o mais velho morreu com 74 anos, no mês de abril. O homem, que era pedestre, foi atropelado por um automóvel enquanto caminhava pela calçada no Jardim Santa Rita de Cássia. A vítima teve ferimentos graves e morreu no local.
Conforme as estatísticas do sistema de informações, nos dois anos, morreram mais homens que mulheres vítimas do trânsito. Dos óbitos em 2018, de janeiro a maio, apenas um envolveu uma mulher. Ela tinha 48 anos e foi atropelada por ônibus no largo do Mercado Municipal “Nilzo Vanni”, na área central.
Já em 2019, todas as pessoas que faleceram em decorrência de acidentes envolvendo veículos leves, motocicletas, ônibus, caminhões e atropelamentos foram homens. As vítimas pertenciam a seis faixas etárias, com predominância de óbitos nas pessoas com idades entre 18 e 39 anos.
Nos cinco meses de 2019, o Infosiga registrou seis mortes nessa faixa etária. Os demais acidentes deste ano vitimaram pessoas com idades entre 40 e 44 (uma), 50 e 54 (uma) e 70 e 74 (uma).
De acordo com o Infosiga, três das nove pessoas que perderam a vida nos primeiros cinco meses do ano envolveram-se em acidentes com motocicleta (37,5%). As ocorrências envolvendo automóvel vitimaram duas pessoas.
Já os acidentes com caminhão e pedestres se equivaleram, com uma ocorrência em cada classificação. Ainda, houve uma morte na rodovia por atropelamento, em maio, e outro acidente não teve o veículo informado.
No mesmo período de 2018, os acidentes com motocicletas representaram 50% das mortes no trânsito, com cinco vítimas fatais. Outras três perderam a vida a pé, uma em acidente com caminhão e uma com automóvel.
Os dados do Infosiga são atualizados mensalmente pela Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal e Corpo de Bombeiros. As corporações encaminham dados do SioPM (Sistema de Informações Operacionais da PM), que soma os acionamentos de viaturas para atendimentos.
O diretor do Departamento de Mobilidade Urbana, Yustrich Azevedo Silva, reforça que três pilares contribuíram para a redução de mortes no trânsito: campanhas educativas, mudanças no trânsito e a fiscalização.
“Trabalhamos diariamente com uma programação completa para evitar acidentes e aumentar a conscientização dos motoristas. Temos que lembrar, todos os dias, que os dispositivos de segurança exigidos pela lei são para a proteção do condutor e dos passageiros”, afirmou.
Durante o período de 6 a 25 de maio, equipes especializadas em trânsito realizaram atividades com 5.020 alunos da rede municipal de ensino, pedágios educativos com distribuição de panfletos para mil automóveis e “pit-stops” com orientações para 400 motociclistas. Na ocasião, a pasta realizou o “Maio Amarelo”.
Além de educação preventiva para o público infantil, Silva destaca que o departamento oferece um programa de palestras gratuitas voltadas a empresas e distribuição de panfletos durante todo o ano.
“Estamos fazendo a formação de um futuro condutor e mostrando, para os atuais, que eles realmente têm que mudar a visão em relação à infração de trânsito. Ainda vemos muitas infrações corriqueiras acontecendo, e são coisas que poderiam ser sanadas pelo próprio motorista”, observou o diretor.
Silva destaca que, dentro do município, estacionar em locais proibidos ou usar os estacionamentos de forma irregular são as maiores causas de multa. Na sequência, aparecem o manuseio do celular ao volante, falta de equipamentos de segurança (como o cinto e capacete), viseira aberta e uso incorreto de rotatórias.
“Manusear o celular ao volante é uma infração de natureza gravíssima e, infelizmente, a maior doença que se tem de infração no trânsito. Também temos as motociclistas que cruzam canteiros, passam por cima das lombofaixas. Enfim, é preciso haver conscientização, pois são atitudes que causam acidentes e que podem ser evitadas”, enfatizou.
Silva conta que o departamento realiza estudos frequentes, com relatórios que apontam como o deslocamento de veículos e pessoas deve funcionar em determinadas localidades.
“Fazemos microcirurgias de trânsito, nos pontos onde mais há congestionamento, quantidade de veículos, e, nos horários de pico, colocamos agentes de trânsito nesses pontos. Justamente, o que livra e contribui para reduzir acidente de trânsito é o fiscalizar e ser visto”, argumentou Silva.
Para o diretor, a presença de fiscalizadores ajuda no direcionamento dos veículos e faz com que o condutor fique mais atento para não cometer algum tipo de infração.
“O condutor vê os agentes de trânsito e vai passar naqueles pontos, que podem ocorrer maior incidência de acidente de trânsito, com maior cautela, com maior tranquilidade. Isso é de grande importância”, acrescentou.
Além dos três pilares aplicados visando à redução de acidentes, Silva ressalta a participação em seminários e palestras sobre trânsito e as legislações vigentes.
Nos dias 26 e 27 de junho, o diretor participou da 71ª reunião do Fórum Paulista de Secretários e Dirigentes Públicos de Mobilidade Urbana, na cidade de Sorocaba.
Conforme Silva, o encontro discutiu a eficiência da regulamentação dos aplicativos nos transportes, patinetes e regulamentação do uso, cidades inteligentes e incluiu uma visita técnica ao Centro de Controle de Trânsito da Urbes (Empresa de Desenvolvimento Urbano e Social de Sorocaba).
Ainda na quarta-feira, 26 de junho, Silva esteve no terceiro seminário do jornal Folha de São Paulo sobre segurança no trânsito, mobilidade e inovação, o qual debateu plano de segurança viária, mobilidade e segurança e mudanças recentes no Código de Trânsito Brasileiro.
“Quando a gente participa de eventos como estes, temos o objetivo de nos atentarmos ao que está sendo falado na atualidade e às mudanças na legislação. De certa forma, esses encontros nos ajudam a formatar nosso trabalho, e isso acaba refletindo também na redução de acidentes”, completou o diretor.