Na manhã de sexta-feira, 22, data em que é comemorado o Dia Mundial da Água, Tatuí realizou plantio de 400 mudas de espécies nativas na praça Mário Coscia, no Jardim 11 de Agosto, com o intuito de recuperar a mata ciliar às margens do ribeirão do Manduca.
A ação de conscientização e preservação completa uma série de atividades realizadas ao longo da semana. As práticas foram organizadas pela Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, por meio do Departamento de Meio Ambiente e do Setor de Educação Ambiental.
Todas as mudas foram doadas pela empresa J Pilon S/A – Açúcar e Álcool. Das espécies, castanha-do-pará, ingá, jatobá, ipê-branco e jacarandá, foram plantadas 40 unidades de cada.
Também houve o plantio de 20 mudas de amoras, ipês-amarelos, ipês-roxos, ipês-roxo-bola, uvaias, mirindibas, patas-de-vaca, goiabeiras vermelhas, figueiras e pau-viola.
De acordo com os técnicos do departamento, as mudas levaram, em média, dois anos para serem cultivadas. Para chegar à fase adulta, há variações de uma espécie para outra, mas, segundo eles, foram plantadas mudas de árvores que podem chegar a até 15 metros de altura em 20 anos.
A prefeita Maria José Vieira de Camargo esteve no evento e realizou o plantio de uma muda de árvore, assim como os integrantes do Projeto Envelhecer com Qualidade de Vida, do Fusstat (Fundo Social de Solidariedade de Tatuí).
A chefe do Executivo afirmou que todas as ações promovidas ao longo da semana tiveram o objetivo de conscientizar as pessoas para cuidarem da natureza.
“É uma ação muito importante, principalmente para que a mata ciliar volte para as margens do ribeirão do Manduca”, observou. A prefeita ressaltou que “todas as 400 mudas são de bom tamanho e serão bem cuidadas”.
Ela apontou que, há anos, são realizadas ações de plantio de árvores, mas, posteriormente, as mudas não recebem todo o cuidado necessário.
De acordo com o secretário municipal da Agricultura e Meio Ambiente, Célio José Valdrighi, serão precisos, ao menos, dois anos mantendo o terreno limpo e irrigado para que todas as árvores possam se formar.
Valdrighi reforçou a intenção de desenvolvimento e recuperação de toda a mata ciliar do local. Segundo ele, “é de extrema importância para a revitalização do ribeirão do Manduca”.
A supervisora do Setor de Educação Ambiental, Karina Camargo de Sousa, exemplifica que “a mata ciliar funciona da mesma forma como os cílios para os olhos, com o objetivo de proteção”.
“É uma proteção, tanto para a qualidade como para a quantidade de água do ribeirão do Manduca. Por isso, acontece esse grande plantio dos dois lados da margem”, expôs Karina.
As comemorações tiveram início com palestras nas escolas da rede municipal de ensino, sobre preservação de nascentes e estação de tratamento de esgoto, as quais, neste ano, também contaram com participação dos alunos da pré-escola.
Segundo Karina, até o ano passado, as atividades eram voltadas apenas aos alunos do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental e que foi necessário estender as ações de educação ambiental aos “pequenos”.
Ela ressaltou a parceria do Setor de Educação Ambiental com o Setor de Combate à Dengue, da Secretaria Municipal de Saúde, permitindo que, no dia seguinte a cada palestra, os técnicos do setor visitassem as escolas participantes e conversassem sobre os cuidados que todos devem ter com a água parada, para evitar a proliferação das doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti.
Durante a semana, em parceria com a Sabesp, ainda foram realizadas visitas monitoradas na Estação de Tratamento de Água (ETA), para os alunos do quinto ano do ensino fundamental da Emef “Professora Maria Eli da Silva Camargo”, “para a conscientização a respeito da qualidade da água”.
As ações do Dia Mundial da Água também foram realizadas de forma intermunicipal, com eventos simultâneos entre os municípios do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Sorocaba e Médio Tietê: Tatuí, Iperó, Botucatu, Ibiúna, Quadra, Itu, Votorantim, São Roque, Sorocaba, Mairinque, Porto Feliz, Boituva, Piedade, Bofete, Salto de Pirapora, Cabreúva e Capela do Alto.
Valdrighi expôs que compromisso com o comitê determina que o município plante uma determinada quantia de árvores e faça a recuperação de nascentes durante o ano.
Conforme o secretário municipal, Tatuí precisa recuperar duas nascentes e plantar 1.500 árvores por ano, além da necessidade de fazer a troca em locais “infestados” com árvores da espécie leucena por árvores nativas.
Outra ação intermunicipal aconteceu na segunda-feira, 18, com a recuperação da nascente no bairro Boa Vista, próxima ao Jardim Gramado, que abastece o ribeirão Passa Três, afluente do rio Sarapuí.
Abordando a conscientização abrangente de públicos diversos, Karina salienta que o objetivo central de toda a semana foi “a proteção e manutenção da qualidade e quantidade da água na cidade”.
A supervisora pontuou que a conscientização através de ações, acontece no município dentro das escolas todos os meses. Em datas específicas, como o Dia da Água, Semana do Meio Ambiente e Dia da Árvore, os eventos são abertos à população.
Presente na ação de sexta-feira, 22, que encerrava as atividades em comemoração ao Dia Mundial da Água, a coordenadora do Projeto Envelhecer com Qualidade de Vida Luciana Picchi comemorou o convite para participar do evento.
De acordo com Luciana, é essencial a inclusão dos membros do Envelhecer com Qualidade de Vida em ações sociais. Segundo a coordenadora, “eles estavam muitos animados e, rapidamente, pegaram a enxada para ajudar no plantio”.
Conforme a coordenadora, 140 idosos do projeto estiveram presentes na atividade. Luciana garante que todo o grupo estava disposto a ajudar, pois os idosos “gostam muito de serem participativos com a sociedade”.
“Há idosos aqui com mais de 80 anos de idade, que chegaram pegando a enxada, carregando a muda e colocando na cova. Sem dúvida, isso é muito legal para eles”, concluiu Luciana.