O número de empregos formais foi negativo em Tatuí no primeiro mês de 2019, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta quinta-feira, 28 de fevereiro, pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia.
Os números apontam para variação absoluta negativa de 31 desligamentos a mais que as admissões. Foram 811 contratações e 842 demissões durante o período, entre 4.868 estabelecimentos consultados. A cidade iniciou o ano com 25.389 empregos formais.
De acordo com o mediador de negociações coletivas da agência regional do Ministério do Trabalho, Antonio Carlos de Morais, a expectativa é de que o saldo de empregos volte a registrar crescimento em Tatuí e na região.
“Se as expectativas se confirmarem, o setor de indústria deve dar uma guinada”, observa Moraes. Ele ainda assegura que haveria saldo positivo em quase todos os setores a partir do próximo mês.
“A partir de fevereiro e março, acredito que possa ocorrer um número muito maior de admissões. Neste ano, mais em março, já que o Brasil diz que começa a funcionar depois do Carnaval”, pontuou.
No primeiro mês do ano, seis das oito atividades econômicas fecharam com saldo negativo. O setor que mais sofreu com a queda é o da agropecuária, com 38 admissões para 79 demissões, apresentando saldo negativo de 41 empregos.
Conforme o mediador, a entressafra agrícola é uma das responsáveis pela queda no setor. Ele explica que a atividade econômica mantém quadro fixo de funcionários, mas a contratação e a demissão dependem do período de produção e das estações do ano.
“A contratação no setor é sazonal, mas mantém saldo positivo. Em Tatuí, a maioria deste pessoal é contratado na apanha de frutas, principalmente, da laranja. Então, nos períodos de produção, as empresas contratam; na entressafra, eles acabam mandando embora e, depois, recontratam”, salientou.
Em seguida, vem a construção civil (menos 21 vagas), serviços (menos 16), comércio (menos 8), extrativa mineral (menos três) e serviços industriais de utilidade pública (menos 2).
Em contrapartida, a indústria de transformação fechou o mês com saldo positivo de 58 vagas, resultado de 220 contratações para 162 demissões, e a administração pública, com dois novos postos de trabalho.
No decorrer de 2018, as admissões superaram as demissões, sendo 8.869 efetivações com carteira assinada contra 8.613 desligamentos, o que representa variação de 1,03% nos 4.774 estabelecimentos consultados.
Segundo os dados do órgão federal, Tatuí obteve saldo positivo em oito dos 12 meses do ano passado. O ano começou com saldo negativo de 11 vagas, mas, já no mês de fevereiro, registrou o melhor resultado do ano, com crescimento de 300 novas ocupações formais.
A variação positiva continuou em março, fechando o mês com 23 novos postos e abril, com 70 novas contratações. No entanto, voltou a cair em maio, com menos 40 vagas, e junho, quando teve o pior resultado do ano, com o fechamento de 226 postos de trabalho.
De julho a novembro, os saldos voltaram a ficar positivos e se mantiveram em alta, com 31 empregos a mais em julho, 12 em agosto, 239 em setembro (segundo melhor resultado do ano), 38 em outubro e 46 em novembro.
O Caged fornece informações sobre trabalhadores regidos pela CLT (Consolidações das Leis do Trabalho) e que possuem carteira assinada. O levantamento não leva em consideração funcionários públicos estatutários e trabalhadores na informalidade.
Na microrregião, seis das oito cidades fecharam o mês com saldo positivo: Cerquilho (mais 29), Cesário Lange (4), Laranjal Paulista (23), Pereiras (26), Porangaba (29) e Torre de Pedra (2).
Contudo, o resultado alcançado não foi suficiente para alterar a variação absoluta, que contabilizou fechamento de 21 postos de trabalho, resultado de 2.229 admissões para 2.250 demissões entre as cidades. Boituva teve o pior desempenho, com a redução de 101 vagas, seguida de Tatuí (menos 31) e Quadra (menos 2).
Já no estado de São Paulo, o saldo de empregos ficou positivo, com a criação 14.638 novas vagas. Entre os 2.457.139 estabelecimentos cadastrados, foram contabilizados 401.759 admissões e 387.121 desligamentos.
O Brasil também manteve a tendência de crescimento registrada em 2018 e fechou janeiro de 2019 com saldo positivo de 34.313 postos de trabalho. Foi o segundo melhor saldo do mês de janeiro desde 2013.
O resultado positivo decorreu de 1.325.183 admissões e 1.290.870 desligamentos. Nos últimos 12 meses, houve crescimento de 471.741 empregos. Em termos setoriais, ocorreu aumento em cinco dos oito setores econômicos.
Os dados registram expansão no nível de emprego em serviços (43.449 postos), indústria de transformação (34.929 postos), construção civil (14.275), agropecuária (8.328 postos) e extrativista mineral (84 postos).
Na direção oposta, ocorreu redução no nível de emprego nos setores de comércio (menos 65.978 postos), administração pública (menos 686 postos) e serviços industriais de utilidade pública (menos 88).
No país, o setor de serviços foi o principal destaque na geração de emprego de janeiro. Foram registradas 573.615 admissões e 530.166 desligamentos, resultando em saldo de 43.449 postos de trabalho, um crescimento de 0,25% sobre o mês anterior.
Esse resultado foi impulsionado pelo subsetor do comércio e administração de imóveis, valores mobiliários e serviço técnico (23.318 empregos), serviços médicos, odontológicos e veterinários (15.163 empregos) e ensino (5.152 empregos).
O segundo maior saldo positivo de janeiro foi da indústria de transformação. Houve 236.226 admissões e 201.297 desligamentos, ocasionando em saldo positivo de 34.929 postos e o crescimento de 0,49% em relação ao mês anterior.
Onze dos 12 subsetores da indústria de transformação apresentaram saldo positivo. Os destaques foram a indústria têxtil do vestuário e artefatos de tecidos (9.276 postos), indústria de calçados (5.870 postos) e indústria mecânica (5.502 postos).
O setor da construção civil teve o terceiro maior saldo positivo do mês. Foram registradas 121.822 admissões e 107.547 desligamentos, implicando em saldo de 14.275 postos de trabalho, alta de 0,72% em relação ao mês anterior.
Os subsetores com melhores índices foram a construção de edifícios (5.828 postos), montagem de instalações industriais e de estruturas metálicas (3.884 postos) e obras de acabamento (1.862 postos).
Em janeiro, três regiões apresentaram saldo de emprego positivo: Sul (41.733 postos, mais 0,59%), Centro-Oeste (22.802 postos, mais 0,71%) e Sudeste (6.485 postos, mais 0,03%). Duas tiveram saldo negativo: Norte (menos 6.428 postos, redução de 0,36%) e Nordeste (menos 30.279 postos, 0,48%).
Onze das 27 Unidades Federativas fecharam o mês com variação positiva no saldo de emprego. Os maiores resultados ocorreram em Santa Catarina, com 20.157 postos; São Paulo, com 14.638; Rio Grande do Sul, com 12.431; Mato Grosso, com 11.524; Paraná, com 9.145; Mato Grosso do Sul, com 6.094; e Goiás, com 3.777.
Os menores saldos de emprego foram verificados no Rio de Janeiro (menos 12.253), Paraíba (menos 7.845), Pernambuco (menos 7.242), Alagoas (menos 5.034), Ceará (menos 4.982 empregos), Pará (menos 2.919) e Piauí (menos 1.905).
O salário médio de admissão foi de R$ 1.618,96 em janeiro, e o salário médio de desligamento, de R$ 1.713,93. Em termos reais, considerando a deflação medida pelo Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC), houve crescimento de R$ 82,60 no salário de admissão e queda de R$ 19,81 no salário de desligamento, em comparação com o mês anterior.
Em relação ao mesmo período do ano anterior, registrou-se aumento real de R$ 33,27 para o salário médio de admissão e de R$ 22,50 para o salário de desligamento.