As provas do 61º Campeonato de Voo a Vela do Sudeste serão realizadas com “todos no ar ao mesmo tempo”. Elas terão pontuação somada por software e com auxílio de um aparelho GPS (sistema de posicionamento global), conforme o coordenador do evento em Tatuí, Eduardo Costa Rodrigues.
De acordo com ele, as decolagens serão realizadas por classe, da primeira à última. Porém, em cada categoria, o cronômetro só começará a “correr” 20 minutos depois de o último piloto ter levantado voo. “A partir daí a prova é iniciada”, conta.
Segundo Rodrigues, o sistema de pontuação é muito parecido com o do rali. Da mesma maneira que nas provas em terra, com os carros, os planadores não conseguem competir todos ao mesmo tempo no céu. Assim, para contabilizar os pontos, é feito um cálculo que leva em conta a velocidade média.
Vence o piloto que cumprir a prova com a velocidade mais alta, independentemente da estratégia adotada para cumprir o traçado. Entretanto, os pontos são contabilizados de maneira diferente, quando pilotos de uma categoria competem com os de outras. Para isso, adota-se um sistema chamado “handicap”, que oferece uma espécie de “contrabalanço”.
Isso ocorre porque os planadores têm especificações e performances diferentes, a depender das classes. O recurso é usado para a equiparação dos pontos.
As provas serão acompanhadas por comissões formadas pelos próprios pilotos. No início do campeonato, os habilitados são selecionados para compor os grupos de trabalho que farão a avaliação das provas e traçarão o percurso do dia.
“Geralmente, são os pilotos mais experientes que participam das comissões. Eles tanto estabelecem como as provas serão feitas como analisam a pontuação”, conta o presidente do Aeroclube de Tatuí, Alexandre Simões de Almeida.
Os pontos são calculados com a ajuda de um software e a partir de dados coletados por GPS. Bruno Nogueira Rodrigues explica que o sistema é “muito diferente do que se fazia no início”. Segundo ele, para terem as pontuações validadas, as primeiras disputas precisavam contar com a ajuda de observadores.
Para cada um dos pontos da prova, era necessário ter uma pessoa, com binóculos, para atestar que os planadores passaram pelos locais indicados. Só então os pontos eram anotados para serem contabilizados e usados no ranqueamento.
Mais tarde, os próprios pilotos faziam a tarefa. Eles precisavam levar a bordo uma câmera fotográfica. “Tinham de tirar uma foto do ponto de virada, levar o rolo de filmes para revelar e, só depois, ter a validação”, relata Bruno.
Com o advento do GPS, o trabalho passou a ser do computador. O aparelho registra o histórico do voo (trajeto) e dados que possibilitam a comparação com a performance de outros competidores. Esses arquivos são analisados pelo software, que já leva em consideração uma série de parâmetros e o handicap.
As verificações são feitas diariamente, com a definição dos campeões das classes ao final de cada dia de competições. Os pontos obtidos pelos pilotos poderão contabilizar no ranking nacional, caso a competição seja validada pela FBVV. Para isso, é preciso que o evento tenha pelo menos três dias de provas completados.