Um festival de música e uma semana de artes estão na pauta do CMPC (Conselho Municipal de Políticas Culturais) para o ano que vem. O desenvolvimento dos projetos será retomado pelo órgão após a conclusão do relatório da 4ª Conferência Municipal de Políticas Culturais, realizada em novembro.
De acordo com o presidente do conselho, Luis Antonio Galhego Fernandes, as propostas voltam a ser discutidas juntamente com a instituição de um certificado cultural e um concurso.
No conselho desde 2012, Fernandes explicou que as duas iniciativas já haviam sido cogitadas em 2013, quando houve a terceira edição da conferência municipal. Contudo, o conselho precisou lidar com outras prioridades. A principal delas, o Plano Municipal de Cultura.
“Depois da conferência, trabalhamos por um ano e meio na confecção do plano. E precisamos acompanhar a tramitação na Câmara Municipal”, argumentou.
O plano foi aprovado em 2016. De lá para cá, o órgão municipal atuou em outras frentes. “Passamos a acompanhar as ações desenvolvidas para avaliar se o plano estava, ou não, sendo cumprido. E está tudo caminhando bem”, disse.
Em 2017, o conselho centrou atenções na organização da nova edição da conferência. A atividade, que contou com a participação do secretário estadual da Cultura, Romildo Campello, permitiu à diretoria do órgão consultar os conselheiros e demais participantes a respeito das propostas iniciais.
“Trata-se de duas ações muito importantes e que englobam muitos outros contextos do plano municipal. São o Festival de Música e a Semana de Artes”, contou.
O objetivo das duas atividades é criar espaços que possibilitem a apresentação e desenvolvimento de “todas as formas de cultura”. Ambos os eventos serão abertos a todo o tipo de expressão artística. “Queremos criar sinergia, gerar demanda e trabalhar com as novas gerações. Isso servirá para entendermos o que é cada tipo de arte, expressão e promover resgate cultural”.
Para o presidente, os eventos servirão como “resposta aos principais problemas levantados nas duas conferências”, como locais para apresentação e falta de incentivo, contribuindo para o empreendedorismo cultural.
“Essa é uma temática não só interessante, como profundamente atual”, afirmou. Contudo, não há data definida para a realização das ações.
A ideia inicial é realizar o festival e a semana em 2019. Entretanto, o presidente antecipou que o órgão precisará aguardar. “No ano que vem, haverá muitas mudanças políticas, tanto na esfera federal como na estadual. Então, temos de avaliar como elas vão se dar no âmbito municipal”, argumentou.
A preocupação do órgão é com relação aos recursos para realização dos eventos. O conselho pretendia desenvolvê-los com suporte, pelo menos, do governo paulista. A ideia é que, em ambas as ações, o município possa receber artistas de várias partes do país, e, com isso, fomentar o turismo do município.
Caso não seja possível realizá-los dessa forma, o CMPC pode partir para um “plano B”. “Estamos discutindo bastante, e poderemos fazer com que esses eventos sejam ‘pé no chão’, com recursos menores, ou mesmo sem”, cogitou.
Se não conseguir recursos, o conselho poderá optar por realizar apenas um piloto. A partir deles, os membros deverão avaliar os resultados e eventuais medidas para aperfeiçoar as ações, permitir a captação de recursos ou parcerias.
No caso do festival, a organização pretende realizá-lo juntamente com a Feira do Doce. A estratégia é aproveitar o público do evento para fomentar o empreendedorismo cultural.
Para isso, os conselheiros cogitam promover excursões. A proposta é trazer alunos de escolas de música para visitar o município durante os eventos.
“A música de Tatuí está presente no imaginário coletivo do país. Para os músicos, Tatuí é um ponto muito elevado e, se soubermos explorar isso, todo o pessoal interessado virá para cá, movimentando a economia”, argumentou Fernandes.
Em paralelo aos eventos, o CMPC instituirá o Certificado de Produção Cultural e um concurso para escolha do logotipo do órgão. A certificação será concedida a pessoas, grupos, instituições ou entidades que promovam ou produzam manifestações artísticas em Tatuí.
Elas deverão ser entregues aos responsáveis pelas atividades culturais a partir da escolha de uma comissão julgadora. O certificado será conferido nas categorias: música, teatro, dança (expressão corporal), expressão visual (fotografia e artes plásticas) e literatura.
O regulamento está em fase de aprovação, juntamente com as normativas do concurso que vai eleger a marca visual. Os detalhes serão divulgados a partir de fevereiro, quando os membros do órgão voltam a se reunir.