A estação ferroviária abrigará o novo Centro Cultural de Tatuí. A prefeita Maria José Vieira de Camargo esteve em São Paulo, na tarde de segunda-feira, 10, para a assinatura do protocolo de intenções com a empresa Rumo Malha Sul S.A., concessionária que detém o direito de uso do imóvel.
Por meio da assinatura, houve fechamento do acordo que transfere a administração do prédio histórico para a Prefeitura.
Isso significa que a cidade conquistou, junto ao DNIT (Departamento de Infraestrutura de Transportes), a concessão que permite a revitalização e o uso do prédio como um equipamento turístico e cultural, conforme explicou o secretário do Esporte, Cultura, Turismo, Lazer e Juventude, Cassiano Sinisgalli.
O gestor da pasta acompanhou a prefeita e o secretário municipal do Governo, Luiz Gonzaga Vieira de Camargo, na reunião com os empresários Guilherme Penin, diretor regulatório e institucional da Rumo; Bruno Madalena e Marcelo Arthur Fiedler, diretores regionais.
De acordo com Sinisgalli, a intenção é utilizar o espaço como um novo equipamento turístico. Mesmo assim, o protocolo apresenta algumas exigências para que a Prefeitura tenha a concessão do imóvel.
“No contrato, ficou estabelecido um prazo de 60 meses para a restauração, e somente após o termino das obras a concessão passa a ser da Prefeitura de Tatuí. Mas, temos o termo de intenção e já vamos pegar as chaves para começar a fazer o projeto de restauração”, afirmou.
Conforme o secretário, desde o início da atual gestão, a secretaria tem projetado a intenção de utilizar o espaço como patrimônio cultural, turístico e histórico. A linha férrea não é utilizada há mais de um ano e as conversas começaram a ganhar novos rumos nos últimos meses.
“Estamos em conversa com o diretor regional há dois anos. Hoje, a DNIT também está junto no processo, em alinhamento com a empresa detentora da concessão e a Prefeitura. Queríamos que o DNIT estivesse envolvido no processo, até porque a Prefeitura vai dar um aporte financeiro para a revitalização e tínhamos que ter esta segurança”, comentou.
Em março, a prefeita Maria José recebeu o diretor Marcelo Arthur Fiedler para acertar os detalhes finais da negociação. Os técnicos da Prefeitura também haviam realizado um pré-projeto, no qual detalham o que a administração pretende fazer com o prédio.
Para o secretário, o documento assinado “mostra que a Prefeitura está conseguindo reconquistar o patrimônio histórico para a cidade”. “A partir disso, temos certeza de que a estação ferroviária vai ter uma finalidade cultural e turística e que, com a Prefeitura cuidando do imóvel, vamos conseguir conservar melhor o patrimônio, que é nosso”, reforçou.
“As empresas passam e a gente não sabe como vai ficar. Hoje, a concessão é da Rumo, amanhã pode ser de outro, e a gente sabe que eles não vão ter o mesmo carinho que nós, gestores locais, temos pelos nossos prédios e pela nossa história”, acrescentou.
Sinisgalli antecipou que a intenção é fazer do local uma estação cultural, mostrando a história da ferrovia em Tatuí, além de contar com um balcão receptivo, uma unidade de PIT (ponto de informações turísticas) e um espaço da Guarda Civil Municipal.
“Pensamos em colocar pelo menos um comando da GCM lá, e ter também lojas de lembrancinhas, café e um espaço para fazer eventos e oficinas culturais”, explicou. O secretário também divulgou a intenção de interligar o novo Centro Cultural com o galpão que abrigará uma estação das artes.
A Prefeitura tem o domínio do barracão, anexo à estação, onde poderão ser instalados projetos ligados ao Departamento de Cultura e Turismo, com a realização de oficinas de dança, artes plásticas, artesanato e, até, um anfiteatro.
“Vamos deixar um espaço bem turístico mesmo. Se a gente conseguir a aprovação para fazer a Estação das Artes, vai ficar muito bonito, vai se tornar um complexo artístico e cultural”, acentuou.
O secretário ainda explica que a ideia é ressaltar as características do imóvel e utilizá-lo como espaço de lazer em atividades noturnas, incentivando a interação da comunidade com o prédio histórico.
“Temos um espaço aberto ao lado do imóvel, tipo um jardim, que a gente vai ver se dá para adequar um café ou algum barzinho, para incentivar uma vida noturna ali”, comentou.
Sinisgalli salientou que a secretaria está se unindo com a prefeita e conselhos – como os de cultura, turismo (Comtur) e de preservação (Condephat) – para elaboração do projeto final, que deve ser analisado a partir do ano que vem.
“Vamos começar a discutir projetos para implantação, mas a ideia é ter projetos culturais e turísticos. Além disso, pensamos em colocar loja de doces, aqueles tradicionais da cidade, já ressaltando o título de ‘Terra do Doce’, e um espaço para música. Temos muitos planos para o local”, reforçou.
O secretário ainda ressaltou que vê a região da vila Doutor Laurindo com grande potencial de crescimento e que, com a incorporação da estação ferroviária como um dos equipamentos públicos da Prefeitura, poderá ser valorizado ainda mais o local como um atrativo turístico do município.
“Vejo aquela região com um potencial muito forte. Aquela via entre o Conservatório até a Estação está se tornando uma via gastronômica e que pode ser explorada como um ponto turístico” assegurou.
O município espera investir, aproximadamente, R$ 500 mil no local. O custo poderá ser dividido, a partir de recursos de parcerias com a iniciativa privada, do governo estadual – por repasse do MIT (Município de Interesse Turístico) – e da própria Prefeitura.
As revitalizações e reformas devem começar no final de 2019. O projeto será elaborado, depois segue para a aprovação do Condephat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico e Artístico) de Tatuí e de São Paulo, e para o Dadetur (Departamento de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios Turísticos) para a liberação do recurso.
A Estação Ferroviária de Tatuí foi construída e inaugurada entre os anos de 1888 e 1889 (há duas versões), e integrou o ramal Itararé.
Em 1978, o tráfego de passageiros no ramal foi extinto. Entretanto, em dezembro de 1997, o trem de passageiros, voltou a funcionar, dessa vez entre Sorocaba e Apiaí. O trem, com algumas interrupções, funcionou até fevereiro de 2001.