O tempo segue sua marcha irreversível
desfolhando quimeras, sonhos e ilusões
escritas com letras de ouro nas páginas
do livro de nossas vidas. E quando
percebemos, tudo, ou quase tudo ficou
flutuando nas águas do passado.
Florescem, então, lembranças
dos dias vividos dispersas pelas curvas
dos caminhos percorridos.
Mas o tempo não deixa de fecundar
nossas emoções, acordando saudades
adormecidas na rede do silêncio
e da solidão… o tempo nos socorre
com amor, vinho e música. O tempo
– e só o tempo – nos revela a verdade
da nossa finitude física. Ele nos
cobre de perplexidade e nos surpreende
no entardecer da vida,
quando as ondas da nostalgia
começam a marulhar nas praias
brancas da nossa saudade…