A recuperação da rua Lions Club de Tatuí até a bifurcação e a reconstrução da ponte que liga o Jardim Paulista à vila Dr. Laurindo deve ser finalizada e inaugurada ainda neste ano, conforme o secretário das Obras e Infraestrutura, Marco Luís Rezende, antecipou a O Progresso nesta quarta-feira, 17.
De acordo com o chefe da pasta, esta nova etapa de trabalho consiste na finalização da ponte com sistema de contenção de barranco (“bolsacreto”), instalação de uma rotatória dentro do Jardim Paulista, implantação de sistema de drenagem e pavimentação.
O tempo de finalização das obras depende das intervenções climáticas e outros fatores que podem atrasar ou adiantar a inauguração oficial. Contudo, conforme Rezende ressaltou, a intenção é deixar as obras no Jardim Paulista prontas ainda neste ano.
“As nossas máquinas já estão fazendo limpeza no local para começar as marcações da rotatória de dentro do bairro. Também daremos início aos serviços de implantação de drenagem da rua principal (a Lions Clube de Tatuí) nos próximos dias”, adiantou.
A passagem da ponte recém-construída em concreto foi liberada na tarde de quinta-feira da semana passada, 11, de forma emergencial, devido a um comprometimento na estrutura da ponte provisória de madeira, que estava sendo usada desde a interdição do antigo acesso.
Segundo Rezende, a estrutura não chegou a cair, mas o estrago fez com que tivesse de ser interditada. “Assim que a chuva cessou, uma equipe da secretaria adequou a passagem, transferindo o tráfego para a ponte nova e interditando o acesso ao bairro pela provisória”, ressaltou.
Conforme o secretário, o dispositivo de concreto que está localizado entre a marginal do ribeirão Manduca e a avenida Jornalista Júlio de Mesquita Filho (perto do Sesi – Serviço Social da Indústria) já estava pronta havia alguns meses, mas ainda não tinha sido inaugurado para que pudesse ser entregue junto com as outras obras em andamento.
“A ideia inicial era finalizar toda a obra no entorno, para que, então, pudesse liberar a passagem pela nova ponte e desmontar a provisória. O imprevisto acabou forçando a interdição da ponte de madeira e a liberação da passagem na de concreto”, frisou.
A entrada do Jardim Paulista está em obras desde o ano passado. A construção da ponte de concreto foi desenvolvida pela empresa Rone Engenharia, Projetos, Construções e Comércio Ltda, vencedora da licitação pública, e teve início em junho de 2017, somando investimento de R$ 644 mil.
A antiga ponte que dava acesso ao bairro foi interditada em janeiro de 2017 e demolida em junho do mesmo ano, para que fosse iniciado o processo de recuperação. Desde então, a provisória, de madeira, estava sendo usada para atender aos moradores e garantir o acesso ao local.
Para Rezende, se pudesse ser mantida, a estrutura de madeira ajudaria a evitar transtornos até a finalização da obra. Ele informou que ainda não tinha liberado a passagem na ponte nova para que fosse possível a continuidade dos trabalhos na obra de recuperação sem interferência no tráfego.
“Como tive que desmontar a ponte de madeira, isso pode gerar um pouco de transtorno agora, já que, em breve, teremos que interditar o espaço novamente, para a finalização das obras”, comentou.
Ele ainda ressaltou que a liberação da passagem foi um caso emergencial para não se criar mais transtornos aos moradores. “Eles (os moradores) estão utilizando o acesso agora, mas vai chegar uma hora em que vai ter que interditar de novo. Temos que fazer a rua, a drenagem e a rotatória ainda”, assegurou.
“A ponte em si é só um tabuleiro, você interliga ela ao total, ao montante. A obra só termina a hora em que estiver tudo asfaltado, tudo certinho. Aí, sim. Por enquanto, estamos passando de forma provisória em cima da ponte”, adicionou.
Rezende classificou as intervenções como um mal necessário para as melhorias no espaço. “Sei que as pessoas reclamam, mas não tem jeito: temos que quebrar os ovos para fazer omelete, senão, não sai nada”, comentou.
Conforme o secretário, após a abertura da passagem pela ponte nova, o setor de obras continuou a instalação do bolsacreto, visando a garantir o sistema de contenção do barranco.
“Ele é um saco planejado, no qual se coloca concreto. A bolsa vai enchendo até que se acomode no espaço, criando uma barreira de contenção”, explicou o secretário.
A mesma tecnologia foi utilizada no trecho entre as pontes do Marapé e do Jardim Junqueira. O processo para a instalação das “bolsas” envolveu escavação embaixo do ribeirão Manduca.
O procedimento funciona como uma espécie de desvio temporário, de forma a permitir que o curso de água continue a correr, mas sem prejudicar o processo de instalação do novo sistema. “Usamos este sistema como um teste da primeira vez e, como deu certo, vamos implantar na ponte do Jardim Paulista também”, contou.
Em paralelo com as instalações do bolsacreto, a prefeitura realiza a implantação da rede de captação de águas pluviais. Rezende reforçou que a canalização das águas por meio da construção de galerias é uma das fases mais importantes da obra.
“Vamos escavar a rua central para colocar a tubulação e preparar tudo antes de fazer a pavimentação. Não adianta fazer coisas com pressa, deixar bonito por cima, para entregar rápido a obra. Tem que ser bem feito para poder durar, evitar erosões e dores de cabeça no futuro”, defendeu.
O secretário explicou que serão instaladas seis “bocas de leão” na rua Lions Club – principal via do bairro – com tubos que devem direcionar a água do bairro por meio de escoamento até o ribeirão Manduca.
“Chama-se ‘boca de leão’ porque é maior que a boca de lobo; este sistema tem quatro aberturas. Se a água vier em alta velocidade e escapar da primeira, entra na segunda, e assim por diante. Será muito bem feito o sistema de drenagem”, garantiu.
Rezende revelou que o investimento com esse dispositivo de drenagem passa dos R$ 300 mil e será feito a exemplo do instalado na avenida Vice-Prefeito Pompeo Reali. “Virava uma lagoa na avenida antes da revitalização; agora, não. Sai toda a água da superfície e vem tudo por baixo”, observou.
Ainda no trecho de acesso ao Jardim Paulista, nesta semana, o departamento de obras deu início à demarcação do espaço onde ficará a nova rotatória na parte de dentro do bairro. De acordo com o titular da pasta, a obra de duplicação da marginal contempla três rotatórias na via e mudanças de rotas para moradores do entorno.
Duas já foram finalizadas: uma fica no cruzamento da marginal com a avenida Domingos Bassi, no trecho próximo ao Mangueirão e que permite o acesso ao futuro MIS (Museu da Imagem e do Som); a outra está implantada para disciplinar o acesso à ponte do Jardim Paulista, no cruzamento da marginal do Manduca com a avenida Jornalista Júlio de Mesquita Filho.
Conforme Rezende, as rotatórias são necessárias para disciplinar o trânsito na marginal. A prefeitura estima que haverá aumento considerável na circulação de veículos na via – principalmente, pesados – em função da duplicação.
“Depois que a parte de drenagem estiver pronta, poderemos iniciar a pavimentação das ruas”, assegurou.
O processo de revitalização do acesso ao Jardim Paulista faz parte da segunda etapa do pacote de obras iniciado no ano passado com a duplicação da marginal do ribeirão Manduca, que tem como nome avenida João Batista Correa Campos.
Na primeira fase do processo de revitalização, finalizado e entregue em dezembro do ano passado, a via ganhou mão dupla nos dois sentidos, canteiro central, rotatória na interligação com a avenida Domingos Bassi e asfalto totalmente refeito até a avenida São Carlos.
Para encerrar a segunda etapa, a prefeitura seguirá com a duplicação no trecho que vai da avenida São Carlos até a Colina Verde. O trecho que vai da avenida Jornalista Júlio de Mesquita Filho até as ruas Caridade Terceira e Rotary Club já foram finalizadas, com recapeamento e obras de drenagem.
A próxima etapa da duplicação segue com a desapropriação de duas propriedades, para ser possível o “alargamento” da avenida. Uma das empresas já cedeu o espaço e foi retirado o alambrando; quanto à outra, a prefeitura aguarda a aprovação do projeto para continuar a obra.
“Já está terminando o alambrado lá e, assim que terminar, acredito que já comece a fazer o asfalto. Estamos providenciando a base”, antecipou.
De acordo com Rezende, as obras de duplicação da marginal do ribeirão Manduca devem continuar no próximo ano. Ele ainda revelou que, assim que terminarem as obras do Jardim Paulista, deve ser iniciada a duplicação desde a ponte da Colina Verde até a rua Chiquinha Rodrigues, na entrada do Jardim Lírio.
Os serviços devem ser realizados pela Madri Construtora, vencedora da licitação. O investimento é de R$ 3,6 milhões. O secretário ainda não deu prazo para o início da intervenção, mas reforçou que deve ficar para o próximo ano.
“Este ano não tem mais como fazer. Vem muita chuva, e nem é viável. Não precisa fazer tudo com correria, até porque, quero acompanhar tudo de perto, e estamos finalizando muitas obras ao mesmo tempo”, comentou.
Entre as intervenções que estão em andamento, o secretário citou a colocação das lajotas no Jardim Wanderley, a pavimentação e os reparos necessários em continuidade na rua Farmacêutico Francisco Miranda Nogueira.
A prefeitura anunciou, recentemente, que um novo lote de serviço está autorizado e deverá ter início nas próximas semanas, com a pavimentação de 14 ruas com as lajotas. O investimento é de R$ 1,1 milhão.
Ainda conforme Rezende, cinco ruas do bairro receberão sistema de drenagem para evitar o levantamento das lajotas. “Estávamos buscando recursos para fazer a captação das águas pluviais no bairro desde o ano passado e, agora, conseguimos”, comentou.
Para o secretário, a falta de drenagem pode ter sido a causa do levantamento de algumas lajotas no bairro. Também com a chuva do dia 10, parte da instalação que já havia sido finalizada ficou prejudicada pela força da água.
“Estes percalços acontecem por falta de drenagem. O terreno é muito úmido naquele local e, sem sistema de captação, a água vem com velocidade, pega embaixo da camada revestida e acaba levantando as pedras”, explicou.
Na segunda-feira, 15, foi instalado um “sarjetão” no local, para tentar resolver o problema. “A empresa responsável pela obra está fazendo tudo sem custo nenhum para a prefeitura”, ressaltou.
Rezende reforçou que a primeira fase de implantação das lajotas já está feita e que a segunda etapa está sendo concluída.
“A chuva atrapalha muito, nós dependemos muito do tempo. Se parar de chover em 10, 15 dias, a empresa termina uma rua; se chover, vai 15 dias para secar tudo e a gente poder dar sequência. Mas, a intenção é terminar até o final do ano”, concluiu.