Na manhã de segunda-feira, 1, a Delegacia Central registrou mais um caso de golpe contra desempregado. Desta vez, a vítima é um encarregado de setor de 61 anos. Pelo menos quatro casos como esse foram notificados na Polícia Civil durante este ano.
O desempregado, morador da vila Dr. Laurindo, não conseguiu receber uma parcela do seguro-desemprego e, ao pedir informações aos funcionários da agência bancária e do Ministério do Trabalho, descobriu que o dinheiro já havia sido retirado, em uma agência em Santo André.
Conforme o boletim, o encarregado foi até uma agência da Caixa Econômica Federal para sacar R$ 1.678 de uma parcela do benefício e não conseguiu receber, pois a conta apresentava erro.
A vítima foi orientada pelo banco a procurar o Ministério do Trabalho e, lá, acabou descobrindo que o dinheiro já havia sido retirado, sem a autorização dele.
Neste ano, pelo menos mais três moradores de Tatuí denunciaram que tiveram parcelas do seguro-desemprego sacadas indevidamente por terceiros. Em todos os casos, as vítimas tiveram problemas na hora de receber o benefício e, ao procurarem a Caixa Econômica Federal, foram informadas de que os valores já tinham sido retirados.
Na manhã de segunda-feira, 17 de setembro o plantão policial registrou o golpe contra um ferramenteiro de 36 anos, morador do Jardim Santa Rita de Cássia. Ele tentou sacar R$ 1.678 da terceira parcela do benefício e não conseguiu receber.
A vítima foi orientada, pelo banco, a procurar o Ministério do Trabalho e, lá, acabou descobrindo que o dinheiro já havia sido retirado em uma agência de Duque de Caxias.
Dois casos parecidos já haviam sido relatados em agosto. No dia 10, um jovem de 21 anos registrou ocorrência informando que criminosos, usando um cartão-cidadão falso, haviam sacado a segunda parcela do seguro dele.
O desempregado, morador do bairro Inocoop, foi até uma agência da CEF, no Guarujá, litoral de São Paulo, para sacar R$ 1.473. Contudo, ao acessar a conta, acabou descobrindo que o valor já havia sido sacado no dia anterior, em uma agência do Rio de Janeiro.
No dia 15, uma jovem de 18 anos, moradora do Jardim Donato Flores, não conseguiu sacar R$ 1.022 e, no Ministério do Trabalho, acabou descobrindo que o dinheiro já havia sido retirado em uma agência de Jacarepaguá, sem a autorização dela.
O mediador de negociações coletivas da Agência Regional do Ministério do Trabalho, Antonio Carlos de Moraes, afirma que o órgão não tem levantamento oficial com o número de vítimas, mas que, neste ano, diversas pessoas procuraram a unidade para registrar queixas sobre saques indevidos.
Conforme o mediador, o trabalhador que tiver esse problema deve procurar o ministério para entrar com um recurso administrativo e tentar o ressarcimento do valor.
“A gente monta um processo, só que não temos previsão para esse ressarcimento. Com o comprovante do saque, a pessoa preenche os requerimentos e nós enviamos para a central em Brasília, por onde é realizada a investigação dos fatos”, afirmou.
Ainda segundo o mediador, o processo de investigação envolve a Polícia Federal, o Ministério do Trabalho e a Caixa Econômica Federal.
“O desempregado tem que provar que ele não recebeu o seguro-desemprego e que foi vítima de uma fraude, mas, depois, ele recebe essa parcela que foi pega indevidamente”, garantiu.
Segundo Moraes, foi montada uma equipe nacional que investiga, por meio da Secretaria Nacional de Políticas Públicas de Emprego, todas as fraudes em seguro-desemprego e não há prazo mínimo para que o trabalhador seja ressarcido. “O processo é demorado, tendo em vista que essas fraudes são apuradas em todo o país”, comentou.