O número de furtos de naturezas diversas em Tatuí apresentou redução em agosto. Com 60 casos, o mês teve o menor índice de furtos mensais desde janeiro de 2017. Os dados constam em relatório disponibilizado pela SSP (Secretaria Estadual de Segurança Pública), divulgados na tarde de terça-feira, 25.
Com a redução, a cidade contabilizou 2,1% menos crimes desse tipo em 2018. O comparativo diz respeito aos oito primeiros meses dos dois anos. A contabilidade dos furtos de veículo, no acumulado do ano, também teve pequena redução, de 7%. Contudo, no mês de agosto, foram registrados 25 casos. A média é de 12 por mês em Tatuí.
Entre janeiro e agosto deste ano, houve 597 furtos, contra 610 no mesmo período do ano passado. A incidência de furtos no município teve “pico” em fevereiro, quando ocorreram 99 casos.
Conforme a capitã da PM Bruna Carolina dos Santos Martins, a redução no número total de furtos neste mês e no acumulado do ano deve-se à identificação e prisão de autores de furtos e à ação conjunta entre as forças de segurança do município.
A capitã ressalta que a prisão do criminoso que furta é difícil, por tratar-se de crime praticado sem a vítima e testemunhas. “Enquanto o ladrão não é preso, ele faz várias ações. Com as prisões, tiramos esses bandidos de circulação”, frisou.
A taxa de roubos também sofreu retração, de 49,7%, entre janeiro e agosto. Na totalização divulgada pelo governo estadual, Tatuí apresenta 82 ocorrências do tipo em 2018, contra 164 no período passado.
Segundo o relatório, o número de roubos de veículos também registrou alta na comparação dos oito meses. Foram 18 casos em 2017 e 25 neste ano.
Por sua vez, a taxa de recuperação de veículos teve redução. Neste ano, a Polícia Civil somou 65 devoluções de janeiro a agosto; no ano passado, 90 foram recuperados.
As estatísticas ainda mostram aumento nos números de casos de violência contra a pessoa. No comparativo entre os oito primeiros meses de 2017 e 2018, o relatório revela acréscimo de 34% nos casos de estupro, que passaram de 27 para 34.
Nas ocorrências em cujas vítimas foram consideradas vulneráveis, o número passou de 16 para 22, aumento de 22%. O número de homicídios dolosos se manteve estável, com quatro casos em 2018, mesmo índice registrado do ano passado.
Entre os dados de produtividade policial, foram contabilizados acréscimos nas ocorrências de tráfico, apreensões de armas de fogo e porte de drogas.
O número de boletins de ocorrências de tráfico de drogas subiu 66%, passando de 158 para 262. Os casos considerados como porte de entorpecentes passaram de 36 para 40, com aumento de 12%.
O número de armas apreendidas subiu 80% nos oito primeiros meses, passando de cinco para nove. A quantidade de posse de armas passou de três para sete.
De acordo com o relatório de segurança pública, o número de prisões efetuadas pelas forças policiais teve aumento. A quantidade subiu 13,5%, passando de 480 para 545, entre 2017 e 2018.
A quantia de prisões em flagrante aumentou 24,5% passando de 396, em 2017, para 493, neste ano. Os casos de prisões com mandado tiveram crescimento de 2%, com 151 casos em 2018 e 148 no ano passado.
Neste ano, a maioria das prisões em flagrante ocorreu em março, que fechou com 73 registros, seguido por agosto (70), abril (69), junho (66), janeiro (56), maio (54), fevereiro (53) e julho (52). Já no semestre de 2017, março terminou com 45 prisões, atrás de julho (77), mês com maior quantidade de registros. Junho, por outro lado, teve o menor número de presos em flagrantes (33).
A maior redução ocorreu entre os cumprimentos de mandado de apreensão de menores de 18 anos, cuja quantia caiu a zero. Já os flagrantes de crianças e adolescentes passaram de 106 para 152, aumento de 44%.
Ainda nos oito primeiros meses deste ano, 892 inquéritos policiais (IPs) foram instaurados pela Polícia Civil, que também anotou 40 boletins de ocorrência de porte de entorpecentes e 262 de tráfico.
Os números referem-se aos procedimentos feitos nos quatro distritos policiais do município, assim como nas delegacias especializadas, incluindo a DDM (da mulher).
Do total dos inquéritos, 135 foram instaurados em agosto (maior quantidade), enquanto que, em junho e julho, o número chegou a 133; em abril, foram 128; e mais 127 em maio. Janeiro (88), julho (86) e fevereiro (62), por outro lado, foram os meses com menor número de IPs instaurados.
De acordo a Secretaria de Segurança Pública, as estatísticas oficiais de criminalidade são utilizadas regularmente em todos os países para retratar a situação da segurança pública, mas os dados oficiais de criminalidade estão sujeitos a uma série de limites de validade e confiabilidade.
“Eles são, antes, um retrato do processo social de notificação de crimes do que um retrato fiel do universo dos crimes realmente cometidos num determinado local”, declara o órgão, em documento sobre a análise dos dados.
Para que um crime faça parte das estatísticas oficiais, são necessárias três etapas sucessivas: deve ser detectado, notificado às autoridades policiais e, por último, registrado no boletim de ocorrência.
Pesquisas de vitimização realizadas no Brasil sugerem que, em média, os organismos policiais registram apenas um terço dos crimes ocorridos, percentual que varia de acordo com o delito.
Além disso, o aumento das estatísticas oficiais de criminalidade pode estar refletindo flutuações causadas por práticas policiais mais ou menos intensas, ou por modificações de ordem legislativa ou administrativa.
A SSP esclarece que, por estas e outras razões, nem sempre um aumento dos dados de criminalidade oficiais pode ser interpretado como piora da situação de segurança pública.
Ao contrário, nos locais onde é grande a “cifra negativa”, o aumento nos crimes notificados é considerado indicador positivo de credibilidade e performance policial.