Era um tempo de churrasco, quentão, pipoca, chope e refrigerantes; chapéu de palha, lenço xadrez no pescoço, bigode feito de carvão e o sereno caindo…
A fogueira crepitava aquecendo a noite fria e as estrelas distantes cintilavam, alegres, na toalha azul do céu. Que beleza era a festa de nossa rua pequenina! Muita confraternização! O fole vermelho da sanfona se abrindo e fechando e inundando corações com a poesia simples das músicas juninas – tão antigas e sempre emotivas…
Mas tudo isso acabou, meu irmão. O progresso chegou com toda a sua loucura dos arranha-céus e escondeu, sem piedade, o nosso verde horizonte que ficava lá na serra…As festas de nossa rua morreram.
Resta-nos – sonhadores que somos – continuar sorvendo, sofregamente, nossas doces lembranças que ficaram na taça sutil da saudade.