A comandante da 2ª Cia. de Polícia Militar, capitã Bruna Carolina dos Santos Martins, assumiu o batalhão tatuiano há menos de dois meses e, em entrevista ao O Progresso, ressaltou que a participação popular tem papel importante na redução dos índices de criminalidade.
Conforme levantamento divulgado pela SSP (Secretaria de Segurança Pública) do Estado de São Paulo, somente nos primeiros cinco meses do ano, foram registrados 492 casos de furto e 179 ocorrências envolvendo tráfico de drogas em Tatuí.
Segundo a capitã, estes dois tipos de crime são os que mais preocupam, pois envolvem diversos fatores na sociedade, não somente a segurança pública. Ela aponta que a população precisa se engajar nestas questões e ressalta a importância da denúncia.
“Ainda temos que quebrar esta cultura da população, de que é ruim denunciar. Muitos ainda têm medo, acham que vão ficar mal na sociedade, e, na verdade, se ela quer melhorar o meio em que vive, ela tem que denunciar. Isso ajuda muito a melhorar nossa segurança”, argumentou.
A denúncia é a principal ferramenta de flagrante, e serve também como mapeamento para a realização de operações integradas com outras forças de segurança, buscando garantir índices mais altos de prisões e reduzir a criminalidade.
“Sempre incentivamos o cidadão a fazer denúncia, porque, através delas, nós trabalhamos com operações integradas e chamamos reforços para eliminar os focos nos bairros mais incidentes”, declarou.
Bruna ressalta que, mensalmente, são realizados, pela PM, mais de 20 flagrantes somente em casos de tráfico de drogas. Ela defende que “o destacamento tatuiano tem um trabalho muito positivo neste sentido”.
O número cada vez mais alto de flagrantes e prisões pode representar sensação de insegurança aos moradores, contudo, para a policial militar, este índice mostra a produtividade policial e a efetividade dos serviços das forças de segurança.
“Só no último final de semana, tivemos oito flagrantes, sexta, sábado e domingo. Tem lugar que no mês tem isso. Aqui, tivemos em três dias. Se comparada com outras companhias da mesma realidade, a nossa é destaque”, ressaltou.
Frequentemente, a PM realiza operações integradas que contam com apoio de equipes da Polícia Civil, Rodoviária, patrulhamento rural, helicóptero “Águia” da PM e reforços da Força Tática das cidades de Sorocaba, Itapetininga, Itapeva e Avaré.
Nestas ações, o policiamento é concentrando nos bairros em que há maior incidência de crimes. Os números são apurados por meio de levantamentos que levam em consideração os dados apontados pelo policiamento velado – que são os policiais à paisana -, denúncias anônimas e mapeamentos dos registros de ocorrência da Polícia Civil.
“Invariavelmente, também marcamos algumas operações menores, mas com o mesmo objetivo de manter a cidade segura, de forma estratégica. Nós estamos fazendo tudo que está ao alcance da segurança pública, mas teríamos mais resultados se a população nos ajudasse”, garantiu.
A comandante orienta que os moradores que avistarem alguém em atitude suspeita contribuam com a segurança pública, denunciando pelo telefone “181” – que é anônimo – e relatando os problemas que estão acontecendo. Ou pelo “190”, em casos de emergência.
“Muitas vezes, há um problema acontecendo na frente da casa do cidadão. Quando a viatura, passa este problema se esconde. Fica difícil ter olhos para tudo, por isso esta ajuda é de suma importância para que a gente consiga manter a segurança pública sempre a contento. Isso é responsabilidade de todos, não é só da Polícia Militar”, apontou.
“A população, às vezes, reclama, mas e aí, o que ela está fazendo? Ela registra a ocorrência quando acontece um furto? Quando ela vê alguma coisa estranha, ela liga 190. Quando ela presencia o tráfico, sabe quem é, vê onde eles guardam a droga, ela denuncia? Ela faz o seu papel de cidadã? Esta é uma autorreflexão que todos temos que fazer”, concluiu.