Cercada de expectativas, a obra de construção da UPA (unidade de pronto atendimento) já tem uma nova empresa responsável, prazo para início e término do empreendimento, informou o secretário municipal da Saúde, Jerônimo Fernando Dias Simão.
Na sexta-feira da semana passada, 27 de abril, o contrato com a empresa Nobre Empreendimentos foi homologado e enviado para assinatura dos diretores, em Ribeirão Pires.
A companhia venceu a concorrência pública, realizada em março, com a participação de outras dez empresas, na qual cinco foram habilitadas a apresentar preço para finalização da obra.
A Nobre Empreendimentos será responsável pelo término da construção. O Sismob (Sistema de Monitoramento de Obras) – dispositivo informatizado desenvolvido pelo Ministério da Saúde para cadastro e análise de propostas de projetos de saúde e monitoramento da execução de obras de transferência fundo a fundo – indica que 62% das obras da UPA já foram realizadas.
A concorrência, entre as empresas habilitadas, fez o preço final da obra sofrer redução de 19% em relação ao impacto financeiro estabelecido pela Prefeitura, chegando ao preço de R$ 1,9 milhão.
“Já foi encaminhado o contrato para a empresa assinar, estamos aguardando a devolutiva para dar-se a ordem de início de serviço. Acredito que, na próxima semana, teremos pessoas trabalhando na UPA”, informou o secretário.
Segundo Simão o prazo para conclusão da unidade é dezembro de 2018, imposto pelo Ministério da Saúde, após três pedidos consecutivos de prorrogação da obra, não cumpridos pelo município. A Prefeitura chegou a ser comunicada, no início de 2017, do cancelamento do convênio.
“Fui até o Ministério da Saúde, na Rede de Urgência e Emergência, explanei a necessidade da UPA no município de Tatuí, para o atendimento da nossa microrregião e das grandes rodovias”, contou Simão.
“O dinheiro, que nós teríamos que devolver ao governo federal corrigido, praticamente é o valor necessário para o término da unidade, e conseguimos a prorrogação até dezembro”.
O secretário comentou que o compromisso assumido pela Prefeitura é referente à conclusão do prédio da unidade, ficando, ainda, a liberação de uma última parcela do convênio, para ajuda na aquisição dos equipamentos necessários ao funcionamento.
“A UPA vem para sanar a parte da unidade básica e a superlotação do Pronto-Socorro, que, muitas vezes, é usado indevidamente”, reiterou Simão.
“Uma dor de cabeça ou uma dor crônica não são casos de urgência e emergência. Só que o cidadão que vai ao posto de saúde, não é atendido na hora e precisa sanar a dor no dia que iniciou”, elucidou o responsável pela Saúde municipal.
Com porte aproximado de 2.000 metros quadrados, a unidade terá sala de emergência e um espaço de atendimento diferenciado só para crianças.
“Chegou à recepção, faz a ficha, passa pela classificação de risco, com a enfermeira, e a esquerda do prédio, você tem um espaço só para crianças”, antecipou.
Simão aproveitou para pedir, à população, que faça a atualização do cadastro no sistema informatizado da saúde municipal. Os funcionários do setor têm encontrado dificuldades em dar retorno aos pacientes interessados em agendar consultas e exames.
“Muitos números de telefone estão desatualizados. A gente não consegue o contato com o paciente”, contou.
O secretário também declarou a necessidade de as pessoas procurarem as UBSs (unidade básica de saúde) para o acompanhamento médico e evitarem o acúmulo de pessoas no Pronto-Socorro, principalmente com a chegada do inverno e a transmissão da gripe.
“O contágio da gripe se dá por gotículas das vias aéreas. Então, é preciso higienizar muito as mãos. A população tem que ter essa consciência. Estamos nessa zona de alerta da gripe, que está chegando”, esclareceu.
Comentando sobre o fluxo de atendimento realizado, Simão detecta que houve muita procura, principalmente de crianças, no Pronto-Socorro e que, nos postos de saúde, estariam sobrado vagas com os pediatras.
“No centro, vila Esperança e São Cristovão, a produção médica, das UBS, está muito baixa. Nesses bairros, que têm pediatra, as pessoas estão procurando o PS para levar seus filhos. Acho que vale o pai e a mãe ver que colocam o filho em risco, levando ao Pronto-Socorro desnecessariamente”, explicitou.
Simão disse ser melhor agendar consulta, para as crianças, nas unidades de saúde antes que elas fiquem doentes, para então procurar atendimento. “Na última quinzena do mês passado, todo dia tem passado, no Pronto-Socorro, em torno de 500 pessoas. E isso é preocupante”, transmitiu.
O aumento no número de cirurgias eletivas, realizadas na Santa Casa, também foi destacado pelo secretário da Saúde. Simão informou que os dados subiram após as melhorias realizadas nas instalações do hospital.
“Tivemos também um aumento no número de cirurgias ortopédicas, que entraram como procedimentos de urgência e não na fila das eletivas, como era com as equipes médicas anteriores”, esclareceu.
A contratação de novos médicos, após realização do concurso público, já teve início. Sete profissionais começaram a atender nas ESFs (Estratégia de Saúde da Família), e o município aguarda a criação de mais quatro vagas. Os clínicos se juntarão aos três, efetivos no quadro de funcionários do município, totalizando 14 médicos.
“Estamos tendo muita resistência de adesão dos profissionais pela questão do cumprimento da carga horária. Se ele prestou concurso para 20 horas, terá que trabalhar as 20 horas semanais”, apontou Simão.
Ele também divulgou o início do atendimento de médicos nas especialidades de cardiologia, hematologia, otorrino, oftalmologia, pneumologia e reumatologia. “Acredito que vamos ter um grande avanço na saúde pública, tratando-se da especialidade, principalmente”.
O secretário enfatizou o desgaste causado pelo fracionamento da distribuição dos medicamentos do componente especializado, sob responsabilidade do governo estadual.
“A população não entende que não é que nós não queremos fornecer. Quando vamos buscar 500 comprimidos, por exemplo, eles nos mandam 150. Para que ninguém fique sem medicação, é fracionado, esse medicamento, ao grupo de pessoas que tomam esse determinado remédio”.
A distribuição dos fármacos padronizados e distribuídos pelo Rename (Relação Nacional de Medicamentos Essenciais) e Remune (Relação Municipal de Medicamentos Essenciais) não estão em falta.
Simão finalizou afirmando que a prioridade da área para 2018 é o Centro de Especialidades Médicas, que dará mais agilidade na marcação das consultas, diminuição do tempo de espera do primeiro atendimento e do retorno.
“Lembrando que o agendamento de consulta com especialidade é de acordo com a classificação de risco do médico solicitante do postinho. Se ele não colocar na ficha de encaminhamento qual o nível de prioridade, esse paciente entra como nível eletivo”, esclareceu.