A família da tatuiana Júlia Abrame de Oliveira, de 7 anos, comemora o resultado do transplante de medula a que foi submetida a menina.
De acordo com Adriana Cristina Delaroli Abrame de Oliveira, mãe de Júlia, o exame que comprova que o corpo dela aceitou a nova medula saiu nesta quinta-feira, 29.
Na data, Júlia teve conhecimento do resultado do “D+14”, que significa que a medula “pegou”, no 14º dia após o transplante.
“A partir daí, é contado como se fosse o aniversário da Júlia de novo, é como se tivesse contando a data do renascimento dela”, comentou. Ainda na quinta-feira, a equipe médica que acompanha o caso fez um bolo para Júlia, comemorando o “novo aniversário”.
“Ela está bem. Ainda tem tido bastante reação, febre, diarreia, mas é normal. A medula pegou bem, graças a Deus”, contou a mãe.
Júlia está internada no Hospital Santa Marcelina, em São Paulo, desde o dia 7 de fevereiro, quando iniciou o tratamento pré-operatório para o transplante.
O procedimento aconteceu no dia 15 do mesmo mês. Ela recebeu a medula óssea do pai, Antônio Sérgio de Oliveira, através de transplante de medula haploidêntico, feito com alguém metade compatível.
Mesmo com a campanha para o cadastro de novos doadores de medula, que mobilizou centenas de pessoas em outubro do ano passado, os médicos não localizaram, no banco de dados, alguém totalmente coadunável com a menina, e sugeriram aos pais que eles autorizassem o procedimento com alguém da família que fosse 50% compatível.
A menina foi diagnosticada com leucemia linfoide aguda quando tinha apenas dois anos. Desde então, começou a fazer o tratamento contra a doença, e os pais foram informados de que precisaria ser feito o transplante de medula óssea para a filha continuar com as sessões de quimioterapia e radioterapia.
Ainda segundo Adriana, a alta hospitalar deve acontecer entre segunda-feira, 2, e terça-feira, 3. “Tudo aconteceu melhor do que o esperado. Ela não teve reações fortes, não teve problemas com rins, fígado e nada dessas coisas. Então, os médicos vão dar alta para voltarmos direto para casa”, contou a mãe.
Adriana diz que a volta para casa também depende de outros fatores. “Estou morando em uma casa cedida, até que consigamos arrumar a nossa”.
A família ainda está morando em uma casa de parentes. Conforme informado anteriormente, com o transplante de medula óssea, Júlia precisará tomar muitos cuidados. Segundo Adriana, por se tratar de procedimento muito complexo, qualquer coisa pode oferecer risco à menina.
Ela não pode ficar exposta a poeira, mofo e bolor. Como a casa onde viviam tem muitas infiltrações, é necessário efetuar reforma para oferecer a Júlia um ambiente propício para a recuperação.
Ainda conforme explicou, a menina tem crise alérgica e, se continuasse na casa, poderia sofrer complicações. Júlia toma antibióticos para controlar o processo e, na casa onde vivia com os pais, a família notou que os medicamentos não alcançavam o efeito desejado.
Como os pais estão investindo no tratamento, eles não têm condições financeiras para promover a reforma. Enquanto a família não consegue arrecadar os fundos para a obra, os quatro estão vivendo temporariamente em um imóvel emprestado por amigos da família.
A campanha iniciada em novembro para a arrecadação de donativos para a reforma da casa ainda não conseguiu levantar o valor necessário para as obras.
O prazo, inicialmente previsto para o encerramento da campanha, esgotou-se em fevereiro e apenas 3,7% do valor necessário foram arrecadados. O montante representa pouco mais de R$ 2.000.
A ação foi feita pelo site “Vakinha Virtual”. Uma amiga da família criou a mobilização na internet, no ano passado, com o objetivo de arrecadar R$ 60 mil, que seriam suficientes para reformar a casa onde Júlia vivia, com os pais e a irmã.