Na noite de terça-feira, 30 de janeiro, por meio do projeto “Adote um Quarto”, o Fusstat (Fundo Social de Solidariedade de Tatuí) entregou reformados mais 30 leitos do prédio “Orlando Bolzan”.
O edifício que integra o complexo hospitalar da Santa Casa de Misericórdia possui três andares e atende, prioritariamente, pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde).
Iniciada às 19h, a cerimônia aconteceu na capela Sagrada Família – reformada no fim do ano passado –, com presença de autoridades civis e religiosas, empresários e voluntários. Os leitos são correspondentes aos 11 quartos do primeiro piso do edifício (segundo andar) e fazem parte da segunda etapa do projeto.
Em 18 de dezembro de 2017, o Fundo Social entregou as chaves dos primeiros 11 quartos reformados com apoio de parceiros. Todos os leitos já estão sendo ocupados, conforme antecipou a interventora Márcia Aparecida Giriboni de Souza a O Progresso (reportagem nesta edição).
Os cômodos entregues na segunda cerimônia têm como “padrinhos”: ACE (Associação Comercial e Empresarial de Tatuí), na gestão Eric Proost; Casa Publicadora Brasileira; Yazaki do Brasil; Grupo Moreno e Centro Empresarial Lucemi.
Também colaboraram com a revitalização dos quartos: Faesb (Faculdade de Ensino Superior Santa Bárbara); Cerâmica Strufaldi; Fusstat e ACE, na gestão Lucia Bonini Favorito; Carlo Alberto Grandino e família; grupo de amigos coordenado pelas conselheiras Maria Helena Grandino Teles e Maria Olívia Fogaça; e grupo coordenado por Fernando Ataliba Lopes Júnior e amigos.
Eles receberam as chaves da prefeita Maria José Vieira de Camargo, do vice-prefeito Luiz Paulo Ribeiro da Silva, dos secretários municipais Luiz Gonzaga Vieira de Camargo (Governo) e Jerônimo Fernando Dias Simões (Saúde).
A interventora do hospital também participou da entrega, juntamente com a presidente do Fusstat, professora Sônia Maria Ribeiro da Silva, demais conselheiras da entidade e o pastor Alceu Lúcio Nunes, capelão da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Ele foi convidado a abençoar as chaves dos quartos.
Coordenado por Alessandra Vieira de Camargo Teles, o Adote um Quarto é considerado um dos maiores projetos sociais dos últimos anos. Ele prevê a recuperação de 33 quartos da ala, construída no ano de 2002. A meta é concluir a revitalização – com mais de 90 leitos – até o mês que vem.
Cada quarto conta com novas camas, poltronas para acompanhantes, ar-condicionado e televisor. O projeto incluiu repintura e troca das portas, com custo total de R$ 495 mil, patrocinados por parceiros, como empresários e membros de clubes de serviços.
Em discurso, a coordenadora do projeto destacou a importância da participação da sociedade na ação. Alessandra classificou a captação dos recursos e a conclusão das obras como “uma vitória da comunidade”.
Reforçando o papel da sociedade, ela sustentou que os tatuianos “abraçaram a causa” da Santa Casa e que os “padrinhos” e todas as demais pessoas que contribuíram para a revitalização ajudaram a “ressuscitar o hospital”.
Convidado a falar como representante dos padrinhos, o presidente da ACE, Eric Proost, disse que a entidade “tem como objetivo unir o comércio e a população”. Ele apontou que, além de fomentar a atividade empresarial e promover a profissionalização dos colaboradores, a ACE deve estabelecer parcerias.
Entre elas, ele lembrou a revitalização da Praça da Matriz, ação conjunta da associação com o Fundo Social. Por meio dela, o espaço ganhará novos bancos, lixeiras, guarda-sóis e floreiras, patrocinados por empresários e pela Prefeitura.
Proost também mencionou o empenho da ACE para a renovação da rua Prudente de Moraes, a realização de campanhas fomentando as vendas e as parcerias com outros órgãos.
Sobre a ajuda à Santa Casa, o presidente lembrou o empenho da associação ainda na gestão de Lucia Bonini Favorito. Ela viabilizou recursos para a adoção do quarto de número 102. A ACE ainda adotou o de número 101 na atual gestão.
Por fim, o empresário falou sobre a relação dele e da família com a Santa Casa. O pai dele, Marcel Proost, ocupou as funções de vice-provedor e provedor do hospital e atuou na construção do Banco de Sangue “Fortunato Minghini”.
Na Santa Casa, Marcel ainda concluiu a construção do centro cirúrgico. “Os quartos que adotamos, hoje, fazem parte deste projeto”, reforçou.
Para a prefeita Maria José, a noite de entrega das chaves da segunda etapa do projeto teve significado especial. Ela enalteceu a colaboração dos voluntários e disse que a cidade vê, nos colaboradores, a solução para muitos problemas.
Ela mencionou que, no passado, os tatuianos se mobilizaram em diversas ações. “Nossas grandes instituições foram construídas pelo voluntariado”, ressaltou.
Maria José declarou que os empresários, os membros de clubes de serviços e os componentes de grupos de amigos são vistos como “grandes parceiros da administração”. Ainda observou que todos possibilitaram melhores condições de atendimento não só aos pacientes, mas aos acompanhantes.
E acrescentou que, apesar de receber ajuda da comunidade, a administração “não fugiu da responsabilidade com a Santa Casa”. A prefeita destacou a retomada das cirurgias de emergências e as eletivas, apontando que, entre maio e dezembro do ano passado, o hospital fez mais de 1.300 operações.
Os números são somente dos procedimentos eletivos – como são chamadas as cirurgias nas quais os pacientes não correm risco de morte e, portanto, podem aguardar agendamento. “Zeramos algumas filas, mas ainda estamos correndo com outras, porque, quando assumimos, a espera estava acima de um ano”.
Maria José também falou a respeito da dívida da Santa Casa, estimada em R$ 31 milhões. De acordo com ela, a maior parte do débito é de cunho trabalhista.
Apesar do déficit, a prefeita salientou que a equipe de intervenção está conseguindo manter o hospital em funcionamento, com a ajuda da população.
Segundo Maria José, quando a atual administração assumiu, a Santa Casa estava sem crédito, remédio, produtos de higiene básica, além de lençóis, cobertores e travesseiros.
Com a conclusão da reforma dos quartos, a prefeita adiantou que a meta será “o resgate do centro cirúrgico”. Para tanto, o município tem buscado recursos junto ao governo do Estado e a deputados.
A prefeita informou que alguns parlamentares estão se comprometendo a ajudar com verbas, as quais serão aceitas, uma vez que a Santa Casa “não tem partido político”.