A cada três horas e meia, aproximadamente, uma criança nasce em Tatuí, totalizando 210 por mês. O cálculo médio, feito com base em dados da coordenação do berçário da Maternidade “Maria Odete Campos Azevedo”, inclui partos normais e cesarianas via SUS (Sistema Único de Saúde) e particulares.
Do total de neonatos registrados pela Santa Casa de Misericórdia, 10% apresentam complicações. É o que aponta o pediatra José Toledo de Arruda Botelho Neto.
Segundo ele, bebês que nascem com menos de 37 semanas de gestação ou abaixo de 2,2 quilos são considerados prematuros. Consequentemente, precisam permanecer mais tempo na maternidade até que possam ser liberados.
Por estarem mais suscetíveis, os prematuros podem apresentar problemas sérios, como dificuldade na manutenção da temperatura corpórea, raquitismo de prematuridade, anemia e insuficiência respiratória, entre outras complicações.
Mesmo não contando com UTI (unidade de terapia intensiva) neonatal, o pediatra destaca que o serviço hospitalar consegue prestar atendimento adequado aos pré-termos. Botelho Neto explicou que as crianças em situação mais delicada são transferidas para instituições dotadas de UTI neonatal, para que possam se desenvolver.
“Grande parte dos prematuros não precisa ser entubada, porque alguns deles nascem com 1,5 quilo ou 1,8 quilo, por exemplo. Então, não necessitam ficar em um respirador, não precisam de um equipamento mais específico”, argumentou.
De acordo com o pediatra, em Tatuí, a maioria dos pré-termos nasce pequena, sem apresentar pr oblemas sérios de saúde, precisando apenas ganhar peso. Quando eles alcançam entre 2,1 quilo e 2,2 quilos, o médico informa que eles são liberados, o que acontece, em geral, de 20 a 25 dias depois do nascimento.
A permanência é bem superior ao tempo dos recém-nascidos com peso e tempo de gestação adequados. Crianças que não precisam ficar internadas deixam a maternidade em até 48 horas depois do nascimento, conforme protocolo hospitalar.
Para Botelho Neto, a taxa de prematuros em Tatuí é semelhante à da região. O pediatra informa que, apesar de já ter sido menor – entre 6% e 8% -, a taxa se deve ao aumento da população e, por conseguinte, dos partos.
Entretanto, o profissional destaca que a prematuridade depende de uma série de fatores, não somente da densidade populacional.
Botelho Neto mencionou que as complicações podem ter como causas a idade das mães (mais jovens ou mais velhas), condições de saúde delas e realização correta do pré-natal, entre outros.