Que a imagem da Bandeira Nacional, visão perene de fé e patriotismo, desperte em cada brasileiro a exata compreensão do dever privilegiando a honestidade e o bem comum, em detrimento dos interesses pessoais. Somente assim poderemos conduzir este Brasil ao seu radioso porvir, legando aos nossos filhos uma Nação de paz, liberdade e bem-estar social, sempre sobre o manto protetor do Pavilhão de Justiça e do Amor.
José Ortega y Gasset
A Bandeira do Brasil
Há 128 anos, no dia 19 de novembro de 1889, quatro dias após o fim da monarquia, o presidente Deodoro da Fonseca assinava um decreto com a descrição da sucessora da bandeira imperial. Idealizadores do símbolo criado após o fim da monarquia escolheram representar as conquistas, o momento histórico e os desafios por vir.
As estrelas, que fazem parte da esfera, representam a Constelação do Cruzeiro do Sul. Cada uma corresponde a um Estado brasileiro e, de acordo com a Lei nº 8.421, de 11 de maio de 1992, deve ser atualizada no caso de criação ou extinção de algum Estado. A única estrela acima na inscrição “Ordem e Progresso” é chamada Spica e representa o Estado do Pará. Hoje, a Bandeira tem 27 estrelas, número correspondente aos Estados existentes, mais a Capital Federal.
Para conhecimento de nossos leitores Os rascunhos que deram origem à bandeira brasileira estavam perdidos, mas foram encontrados em outubro de 2014. Eles foram os primeiros esboços feitos pelo engenheiro Raimundo Teixeira Mendes em novembro de 1889, após a Proclamação da República.
Em ambos os papéis se vêem a esfera, as estrelas e os dizeres “Ordem e progresso”. O primeiro é um papel milimetrado, que permitiu a Teixeira Mendes posicionar e dimensionar cada estrela com precisão. O segundo é um papel vegetal, onde estão os traços definitivos.
Os desenhos estavam na centenária Igreja Positivista, no bairro da Glória, esquecidos dentro de uma caixa. Foram descobertos por acaso, quando se limpavam os armários do último presidente da igreja, que morreu em julho. Os papéis estão nas mãos de restauradores. Quando o trabalho terminar, serão expostos ao público.
O material estava na igreja porque o positivismo exercia forte influência sobre os intelectuais brasileiros do final do século 19. Criado pelo francês Auguste Comte, o positivismo faz uso da ciência para explicar o mundo. A visão era vanguardista para a época.
Foi o positivista Benjamin Constant, ministro da Guerra do novo regime, que aprovou o desenho de Teixeira Mendes, também positivista. Amor, ordem e progresso formavam o tripé da religião.
Os desenhos recém-descobertos serviram de base para uma pintura a óleo, também de 1889, do artista Décio Villares, outro seguidor da igreja. Foi o molde para que as costureiras confeccionassem as primeiras bandeiras.
A pintura ficou exposta na Igreja Positivista até 2010, quando foi roubada. Parte do telhado havia desabado o que permitiu a entrada dos ladrões. A Polícia Federal e a Interpol foram acionadas, mas a obra até hoje não foi recuperada.
Uma gigantesca bandeira nacional pende continuamente no mastro da Praça dos Três Poderes, em Brasília. Feita de náilon para-quedas, ela tem 20 metros de comprimento e 14 metros de altura. São 280 metros quadrados. Desde 2000, uma empresa de Cascavel (PR) confecciona a bandeira, que é trocada todo mês.
Grande parte das bandeiras tem o preto e o vermelho, que indicam que o país enfrentou guerra. A nossa, não. O verde e o amarelo formam uma combinação singular, que torna a nossa bandeira bela, emocionante e inconfundível.
Salve Bandeira do Brasil, símbolo augusto da paz que, reverenciada por um povo bom e generoso, representa a esperança de um futuro melhor para todos os brasileiros, no país que sonhamos para nossos filhos, onde a riqueza seja bem distribuída e a desigualdade social deixe de ser a raiz da insegurança, que atormenta toda a sociedade.