O pai de Juliana Soares Conceição só soube do sumiço da filha por meio de um programa de televisão. A mãe da menina contou que ele recebera a notícia por meio de colegas, que acompanhavam reportagem de uma emissora.
“Meu marido está preso e o desaparecimento aconteceu enquanto ele estava na prisão”, explicou. O casal tem cinco filhos, uma adolescente de 14 anos, Juliana – que faria 11 anos em julho –, um menino de 10 anos, uma menina de 8 e um bebê de 2 anos.
De acordo com a mãe da menina, detentos que ocupavam uma cela ao lado viram uma chamada de um programa de televisão, com uma foto da menina.
“Eles (os companheiros de prisão) conheciam a minha família. Nós já tínhamos feito visitas e eles sabiam que nós morávamos todos em Tatuí”, mencionou.
Na ocasião, eles contaram ao marido de Izoneide que a família iria aparecer na televisão. Até aquele momento, o marido pensava que a reportagem seria sobre um dos filhos do casal, que apresenta malformação em um dos braços. O menino já havia sido internado por várias vezes em Itapetininga e Sorocaba.
“Quando ele olhou a televisão na cela ao lado e apareceu a foto da Juliana, desaparecida, ele entrou em desespero. Contaram que ele perdeu o chão”, disse Izoneide.
A mãe contou que também “perdera o chão” quando vira a imagem da menina, gravada por uma câmera de segurança de uma das residências do bairro, andando pela região, horas depois de ter sido declarada desaparecida.
Mais tarde, a dona de casa conversou com o homem (cuja identidade não foi informada) que acompanhava a menor, durante a gravação.
De acordo com ela, a pessoa informou aos investigadores que apenas teria conversado com a menina. Em seguida, ela teria parado para encontrar duas irmãs, em uma esquina, e dito que Juliana seguira o caminho “descendo a rua”.