A Santa Casa de Misericórdia terá aumento no número de leitos da UTI (unidade de terapia intensiva) e da capacidade de atendimento dos centros cirúrgicos.
As novidades fazem parte do pacote de medidas que o Executivo – em conjunto com a equipe municipal de intervenção do hospital – deve anunciar oficialmente nos próximos dias, como melhorias para a população.
O conjunto de ações inclui o lançamento de uma nova campanha, por parte do Fusstat (Fundo Social de Solidariedade). A iniciativa será coordenada pela conselheira Alessandra Vieira de Camargo Teles. Ela coordena as ações de voluntariado e montará uma “central de voluntários”.
A medida vem acompanhada de uma sequência de novidades, todas atendendo determinação da prefeita Maria José Vieira de Camargo. “Ela está montando a central para obtermos capital social para ajudar na Santa Casa”, disse Gonzaga.
Os voluntários auxiliarão na recepção dos pacientes e na fiscalização do serviço, enquanto que os funcionários serão redirecionados para o centro cirúrgico – que deverá ser reequipado – e à UTI. A unidade ganhará mais dois leitos. Em breve, a capacidade de atendimento passará de oito para dez.
Má gestão
Para o secretário municipal do Governo, a situação da Santa Casa deve-se, única e exclusivamente, à “má gestão”. Gonzaga afirmou que, entre as inúmeras medidas erradas adotadas pelas administrações que passaram pelo hospital, houve um “inchaço” na folha de pagamento, e “sem nenhuma necessidade”.
De acordo com ele, a instituição aumentou o número de trabalhadores enquanto registrava queda da receita pela metade. “Quando chegamos lá (em maio deste ano), a Santa Casa tinha 320 funcionários, um absurdo”, avaliou.
Em cinco anos, a administração contratou cem trabalhadores a mais que em 2012, último ano da gestão de Gonzaga como prefeito de Tatuí e da primeira intervenção. Naquele ano, o Executivo entregou o hospital à provedoria com 220 funcionários e ainda com o faturamento mensal da Unimed.
“A cooperativa respondia pela metade do faturamento da Santa Casa. Quando ela foi embora, não se preocuparam em readequar. Pelo contrário, botaram mais 80 pessoas lá dentro sem nenhuma explicação”, argumentou o secretário.
Boa parte das contratações ocorreu no período pré-eleitoral de 2016. “Isso fez com que as contas explodissem”, declarou Gonzaga. “Sem contar compras mal feitas, falta de conservação, enfim, uma série de problemas que nós tivemos lá e que hoje são inadmissíveis no serviço público”, acrescentou.
Para ele, as medidas resultaram na estagnação da capacidade da Santa Casa na “produção serviço de saúde”. Sem investimentos, o hospital não conseguiu obter novos recursos em razão de estar “ocioso”.
“A Santa Casa, no período de quatro anos, não produziu nada, ao ponto de colocarem uma clínica para atender pessoas com problemas mentais num setor mais nobre do hospital”, ressaltou.
Por decisão da ex-provedoria, a Santa Casa reservou o terceiro andar da ala “Orlando Bolzan” para atender pacientes com problemas mentais e distúrbios psiquiátricos.
O piso abriga os quartos que eram ocupados pela Unimed e considerados “em melhores condições”. Portanto, poderiam atender pacientes que dessem entrada para cirurgias particulares e que gerariam renda.
“É inadmissível uma situação dessas, e ainda por cima atender pessoas que exijam atenção especial no último andar. Isso pode trazer um risco, porque alguém pode pular de cima, enfim, tem uma série de coisas que podem ocorrer”, observou.
Compensação
No momento, o hospital não opera mais com déficit mensal. A Prefeitura está cobrindo a diferença entre o que “entra e o que sai” para permitir o funcionamento da Santa Casa. Contudo, o déficit de R$ 32 milhões permanece.
Para reduzi-lo, Gonzaga informou que a equipe de intervenção vai anunciar mudanças nos próximos dias. Entre elas, a retomada das operações. A expectativa é de que o Executivo anuncie a realização de mutirões de cirurgias.
“Ainda neste mês, vamos ter muitas mudanças para melhorar o atendimento médico. Queremos dar atendimento rápido à população”, ressaltou.
Para isso, a Prefeitura acabará com o sistema de plantão médico à distância. “Isso é uma determinação da prefeita. Médico vai ter que estar lá dentro. E vamos colocar em prática o mais rápido possível”, concluiu o secretário.