Entre esta segunda-feira, 9, e a quarta-feira, 11, Tatuí receberá alunos de oito municípios da região, convidados para participar da sexta edição do EPA (Escola de Portas Abertas), realizada pela Escola Técnica “Sales Gomes”.
A unidade se prepara para receber, no período, mais de 7.000 adolescentes e jovens. “O objetivo é abrirmos as portas para mostrarmos os projetos que estão sendo desenvolvidos pelos nossos estudantes”, informou a diretora da Etec, Beatriz Soares Amaro.
A O Progresso, ela acrescentou que o evento é voltado a alunos do nono ano do ensino fundamental (segundo ciclo) e do ensino médio. Além do intercâmbio de conhecimento, a iniciativa permite à escola valorizar novos talentos.
O evento começa nesta segunda, com atividades nos períodos da tarde e noite. Na terça, as atividades acontecem também pela manhã e, na quarta, somente no período matutino. Pela manhã, a programação acontece das 8h30 às 11h30; à tarde, das 13h30 às 17h; e, à noite, das 19h às 22h.
Todos os cursos oferecidos pela instituição estarão representados no EPA, entre palestras, apresentações e projetos. Participam da programação os alunos do ensino médio, médio integrado e dos cursos técnicos. “São muitos projetos. Ao todo, 250”, explicou a coordenadora pedagógica Rossana de Camargo Barros.
As 47 salas da escola são divididas em grupos. “Cada uma delas tem, em média, entre seis e sete projetos a serem apresentados. Algumas, dependendo do caso, apenas um”, explicou.
O evento também marca a participação de estudantes dos cursos técnicos oferecidos pelas unidades descentralizadas. É o caso das cidades de Cesário Lange, Boituva, Iperó e Porangaba.
Nesses municípios, os cursos são lecionados por professores lotados na escola tatuiana, mas cedidos pelo Ceeteps (Centro Estadual de Educação Tecnológica “Paula Souza”).
Além das classes da unidade tatuiana, mais seis descentralizadas estarão presentes no EPA, com projetos. O evento é considerado uma das melhores “ferramentas” da instituição para a divulgação e atração de novos alunos. “Tem sido um sucesso e, a cada ano, o público aumenta muito”, analisou a diretora.
Beatriz explicou que, por atrair essencialmente estudantes que estão em fase de decisão sobre qual área seguir, o EPA contribui para o aumento da procura pelo vestibulinho. O motivo é que, durante a interação entre os alunos visitantes e os expositores, muitos acabam decidindo-se por uma área específica.
A troca de experiências é tão marcante que a instituição tatuiana verifica “busca espontânea”. De acordo com a diretora, muitas escolas entram em contato com a unidade para agendar a visitação dos alunos. Entre elas, de Tietê, Cerquilho e Capela do Alto. “Tem sido um sucesso”, reforçou a diretora.
Segundo a coordenadora, os preparativos para o EPA começaram já em fevereiro, junto com o calendário escolar. Rossana explicou que uma parte dos estudantes começou a projetar as atividades mais cedo, enquanto outra parcela ficou responsável pelo planejamento e por auxiliar na organização.
A montagem dos projetos começou a ser feita na quinta-feira, 5, com a conclusão no dia seguinte. “A equipe se esforçou para deixar a escola em ordem e tudo pronto para que possamos começar as atividades na segunda”, contou Rossana.
Durante os três dias do evento, as aulas são suspensas. Conforme a diretoria, todas as atenções do corpo docente e discente são voltadas para o EPA. “Tudo está previsto no calendário escolar, homologado pela supervisão. O EPA já virou uma data marcada no calendário”, destacou Beatriz.
Segundo ela, a abertura da escola técnica é realizada sempre em outubro, como uma espécie de ação estratégica. O evento acontece próximo da abertura das inscrições ao vestibulinho que seleciona candidatos para o ano seguinte.
“A escola está preparada para o evento, tanto pedagogicamente, como administrativamente. Neste ano, estamos pedindo uma contribuição voluntária”, antecipou.
A ajuda no valor de R$ 2 será solicitada de quem não faz parte de instituição de ensino. O recurso será destinado à APM (Associação de Pais e Mestres). Os estudantes de escolas convidadas e que solicitaram entrada não precisam contribuir.
O destaque será apresentado por uma turma do terceiro ano do ensino médio integrado à informática. Trata-se de um aplicativo leitor de código de embalagem. O “app” é voltado para auxiliar pessoas com deficiência visual.
“Pelo que soubemos, é um aplicativo que lê um código e passa as informações pelo celular da pessoa”, antecipou a coordenadora pedagógica. Rossana contou que o projeto será apresentado pela primeira vez à comunidade escolar no evento. “Será uma surpresa para todos”, acrescentou.
Além de funcionar como uma espécie de “vitrine” da produção prática a partir do conhecimento acadêmico, o EPA tem a função de auxiliar os professores na avaliação do desempenho dos estudantes.
A diretora explicou que os educadores passam de grupo em grupo, nas classes em que dão aulas, para avaliar a aplicação do conhecimento e a forma de apresentação.
“Não é simplesmente fazer um projeto. Eles (os alunos) estão sendo avaliados. Existe toda uma questão de interdisciplinaridade envolvida”, observou Beatriz.
Como ainda estão em estágio inicial de aprendizado (no primeiro semestre), uma parte dos estudantes fica responsável, apenas, por demonstrações técnicas ou palestras. As demonstrações são feitas tanto para outros alunos como para representantes de indústrias, convidadas a participar.
De acordo com a diretora, até o momento, nenhum trabalho apresentado por estudante chamou a atenção de uma empresa. Entretanto, a instituição trabalha, prioritariamente, para permitir a melhor absorção do conhecimento. “Seria muito bom que isso acontecesse, mas o fundamental é o aprendizado”.
Por outro lado, a instituição tem tido aumento na procura das empresas. Para tanto, os professores buscam estabelecer novas parcerias. Tanto que uma parte dos jurados dos trabalhos atua no ramo industrial.
A Etec premia, com menções, os estudantes que têm melhor desempenho nas apresentações. São contemplados, também, o melhor projeto (considerado o mais inovador) e conferidas outras menções ao alunado. As cessões são feitas com a ajuda de “avaliadores externos” (jurados convidados).
O corpo de jurados também é composto por professores de outras unidades, de modo a garantir lisura ao processo de escolha. O trabalho é coordenado por Rossana, com a colaboração dos coordenadores dos demais cursos técnicos.
Ela comentou que a equipe faz uso de diversos critérios para avaliar os vencedores. Os requisitos mudam de um curso para outro, dependendo das propostas. Os prêmios são concedidos para os estudantes na sequência ao EPA.
O evento também marcará a apresentação de um braço robótico obtido pela instituição. O equipamento será exibido pelos alunos do curso de mecatrônica.