A preservação da natureza é o tema central do livro “Mutamtus”, nova obra do escritor angatubense Élcio Mário Pinto. O autor lançou a obra no dia 1o de outubro, em evento no Estúdio Lexmediare, na cidade de Sorocaba.
No novo trabalho, Mário Pinto aborda o assunto sob uma perspectiva inovadora. Ele trata da questão partindo do prisma da visão dos animais e não dos humanos.
O autor questiona como os animais poderiam ensinar os seres humanos a proteger o ambiente, o que eles diriam e o que aconteceria se reagissem frente à devastação que a humanidade produz.
A obra é composta por três contos e começou a ser produzida em 2015. Entretanto, foi lançada em 2017, em função da demanda produtiva da editora, conforme o autor.
Segundo ele, o livro permaneceu aguardando para ser publicado em uma espécie de “fila”, uma vez que a editora possuía outros títulos para lançamento. Outro fator que contribuiu para o tempo de produção foi a diagramação e impressão.
O autor levou perto de seis meses para produzir o livro, contando o tempo de pesquisa e dos prefaciadores, que são três. Contribuíram com a obra o professor e ambientalista Gabriel Bitencourt, a professora doutora Sônia Chébel e a técnica ambiental Camila Alvarez.
Bitencourt assinou o prefácio do primeiro conto “O Aviso do Mutum”, em homenagem à cidade de Mutum, Minas Gerais. Sônia escreveu o preâmbulo do conto “As Revelações dos Tambaús”, um tributo ao município de Tambaú, em São Paulo. E, por fim, Camila produziu o texto introdutório do conto “A Chegada dos Titus”, em lembrança à cidade de Itu, também em São Paulo.
A obra tem como propósito atingir o público infantojuvenil, mas estendendo “lições e ensinamentos aos adultos”. O autor disse ter certeza de que os maiores de idade “se sentirão envolvidos com os contos pela forma da escrita neles trabalhada”.
“Não são humanos falando pelas bocas dos animais. São animais falando por eles mesmos!”, exclamou o escritor, radicado em Sorocaba.
“Mutamtus” não é continuidade de “Pererezadas”, obra anterior produzida por ele. Entretanto, o autor comentou que, em certo sentido, o conteúdo da preservação ambiental liga-se ao do saci. A interação se dá pela preocupação com a vida que se desenvolve na natureza, constante nos dois livros.
O conto de abertura tem como personagem central a ave mutum, um carteiro da floresta, da mata. “É dele a responsabilidade pela comunicação entre todos os animais. Sua sabedoria sempre foi reconhecida”, revelou o escritor.
Mutum é uma ave intuitiva, com capacidade de pressentir as coisas, como a chuva, mas não de água, e, sim, de crianças. “Já pensou, uma chuva de gente, de crianças, acontecendo na mata para que os animais cuidem delas? As crianças param de nascer entre os humanos e passam a nascer entre os animais”, comentou.
Em “As Revelações dos Tambaús”, Mário Pinto apresenta os tambaús, animais que se assemelham a hipopótamos, só que menores. Eles surgem em uma gamela, alguns, inteiros, outros, só pela metade. Desses, uns com a metade do corpo, incluindo a cabeça e outros, com metade do corpo sem a cabeça.
Conforme o autor, o tambaús representam “acontecimentos com significados e revelações”. Márcio Pinto teve inspiração para a história “revelada em sonho”.
O texto que fecha o trabalho apresenta os tibus como seres novos, crianças que já nascem crescidas e não param de crescer. “Elas começam a andar e dispersam-se para ensinar aos humanos sobre a nova convivência que a natureza cobra de todos. Ou aprendemos a conviver na Terra, ou…”, vaticinou.
Com tiragem inicial de cem exemplares, o livro foi impresso pela Crearte Editora, de Sorocaba. Ele deverá ser lançado em outros municípios em breve. Os planos de Mário Pinto são de apresentar a obra em Angatuba, Votorantim e Tatuí. O contato com o autor é feito pelo e-mail elcioescritor@gmail.com, ou com a responsável pelos contatos: Adriana Rocha (99701-9168).
Adriana, aliás, assina as ilustrações da capa, que têm efeitos visuais a cargo de Caíque Ferraz, 14 anos, afilhado do escritor.
O jovem também ficou encarregado do cerimonial de lançamento, juntamente com Ana Cristina Rodrigues Henrique, de 13 anos. Também colaborou com a obra Sergio Diniz (na revisão). Ele é poeta e membro da Academia Sorocabana de Letras.
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