A cerca eletrônica a ser implantada em Tatuí deverá ser dotada de duas ferramentas consideradas a “última palavra em termos de tecnologia”. Pelo menos é o que pretende a Secretaria Municipal de Segurança Pública e Mobilidade Urbana.
O plano da pasta atende pedido da prefeita Maria José Vieira de Camargo. Ele prevê a criação de sistema próprio, com sala de monitoramento e câmeras que permitam o escaneamento de placas de veículos e o reconhecimento facial.
O monitoramento ainda será integrado ao Detecta, sistema inteligente de monitoramento criminal implantado pelo governo do Estado de São Paulo em 2014.
A Prefeitura já iniciou trabalho para formalização de convênio. “Nossa parceria está em vias de acontecer”, antecipou o diretor do Departamento Municipal de Segurança, Francisco Carlos Severino.
Conforme ele, a formalização deverá ser feita pela prefeita “o mais breve possível”. “Ela (Maria José) nos passou a tarefa de iniciarmos pesquisa para que possamos iniciar a cerca eletrônica da melhor maneira possível”, descreveu.
Para concretizar a proposta de criação de um cinturão de monitoramento por meio de câmeras de segurança, a equipe de governo iniciou conversas com diversos setores. Entre eles, a iniciativa privada. Conforme Severino, a intenção é que o Executivo consiga doações para implantar o sistema na totalidade.
Desde o início do ano, o diretor tem percorrido municípios que contam com proteção por meio de filmagens. A intenção é conhecer o funcionamento dos sistemas para que as “melhores ideias” sejam incorporadas ao projeto do município.
“A intenção é que a Prefeitura não só tenha um sistema próprio, mas que consiga gerenciá-lo. Fui conhecer alguns softwares, alguns locais que já têm sistema funcionando e que estão dando resultados, como queremos em Tatuí”, comentou.
A meta de trabalho da secretaria é facilitar o funcionamento do sistema e melhorar a eficácia. “Antigamente, tínhamos a cerca, mas era a Guarda Civil Municipal que tinha de abastecê-la. Ou seja, alguém pegava os dados, jogava no sistema, mas somente quando sabia. No caso de um veículo furtado, ele, talvez, pudesse ser recuperado se estivesse circulando”, argumentou.
A Prefeitura quer eliminar esse problema a partir da celebração de convênio para uso do Detecta. Uma vez acessando os dados estaduais, a corporação terá, em tempo real, todas as informações relativas às ocorrências de crimes (furto, roubos, entre outros) registradas no Estado.
“Com o convênio, quando um veículo-alvo passar por determinado ponto de monitoramento, será registrado. Os dados serão cruzados com o sistema do Detecta e permitirão verificar se ele é produto de crime ou não”, contou Severino.
O sistema informatizado vai emitir um alerta e um guarda encarregado de acompanhar a captação das imagens ficará responsável por avisar ou a corporação ou a Polícia Militar.
“Toda vez que um veículo produto de crime entrar na cidade, nós seremos avisados e teremos condições de direcionar os recursos até em auxílio para o esclarecimento dos casos”, comentou.
A intenção da municipalidade é de estabelecer a parceria para uso do Detecta ao mesmo tempo em que atua na aquisição dos equipamentos. “Estamos caminhando com as duas frentes de trabalho juntas”, mencionou o diretor.
Segundo ele, a secretaria municipal já encaminhou a documentação para avaliação do Estado. O trâmite está por conta da SSP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo). “Assim que tivermos o aval, a prefeita irá até São Paulo para assinar o convênio”, complementou Severino.
Na sequência, a pasta municipal encaminhará uma equipe para receber treinamento. A compra das câmeras de segurança está programada para acontecer após a escolha do modelo a ser implantado em Tatuí. Severino informou que, embora demande de recursos, o projeto está sendo trabalhado de modo célere.
Para implantação da cerca, o Executivo precisa adquirir câmeras, monitores, computadores, um (ou mais) servidor para armazenamento das imagens e o software para gerenciamento.
De acordo com o diretor da Segurança, também será preciso fazer uma reformulação completa do espaço onde funcionava a cerca eletrônica implantada pela administração anterior e desativada em 2016.
A reforma é necessária para atender exigências do governo. Entre elas, a melhoria da iluminação e a implantação de novo sistema de ventilação por meio de ar-condicionado. “Vamos ter de mexer na estrutura física em si”, informou.
Todas as medidas estão sendo previstas em levantamento realizado pelo departamento. A intenção é que, quando o convênio estiver formalizado, a Prefeitura tenha condições de dar sequência para implantar a cerca o mais rápido possível.
Quando concluída, a nova cerca eletrônica de Tatuí deverá contar com 18 pontos de monitoramento. São locais que a secretaria entende serem mais estratégicos para o registro de imagens de veículos que entrem ou estejam saindo do município. Cada um dos pontos contará com duas câmeras, totalizando 36.
“Estamos planejando começar com esse número e que é bem amplo, se considerarmos que, antigamente, tínhamos somente nove pontos”, ressaltou Severino.
Por partes
Embora tenha planos de agregar novas câmeras ao cinturão, o diretor da Segurança explicou que a Prefeitura poderá optar por implantar a cerca “por partes”. A medida vai depender do custo dos equipamentos e da disponibilidade de caixa.
“O município tem que ter recurso. Do contrário, fica um pouco difícil implantar tudo de uma vez, porque é um tanto oneroso. Mas, estamos procurando a melhor maneira, até mesmo parcerias, para executar esse trabalho”, informou.
A central de monitoramento da cerca eletrônica será montada na base da GCM, na vila Dr. Laurindo. Ela prevê maleabilidade para a equipe de trabalho, e dedicação exclusiva ao acompanhamento das imagens, uma vez que não depende de inserção de dados por parte dos guardas. “O sistema é completo, será diferente do anterior. Não será um sistema caseiro”, enfatizou Severino.
Na avaliação dele, o modelo a ser implantado em Tatuí permitirá a redução efetiva da criminalidade. Os equipamentos devem auxiliar, também, no esclarecimento de furtos, roubos e outros crimes, por serem dotados de modelos de reconhecimento. As gravações serão acompanhadas 24 horas por equipe exclusiva.
“Teremos um GCM atendendo as solicitações de ocorrência que já caem no 199 e no 153 e um guarda especificamente dedicado ao monitoramento”, contou Severino.
A equipe cumprirá escala de trabalho determinada pelo comando e passará por treinamento para aprender a trabalhar com o novo software.
Em Tatuí, a cerca eletrônica pode contar com as tecnologias de OCR (reconhecimento ótico de caractere) e reconhecimento facial. O primeiro possibilita o escaneamento de placas de veículos e a identificação deles de modo instantâneo; o segundo, o reconhecimento de uma pessoa pela característica facial.
“O que queremos implantar na cidade é um modelo que agrega as duas tecnologias. E teremos somado a elas o Detecta, para uma maior eficiência”, concluiu Severino.
Parcerias
Depois de implantado, o sistema da nova cerca eletrônica poderá ser expandido para além das entradas e saídas da cidade. A secretaria cogita estabelecer novas parcerias, com lojistas do centro, por meio da ACE (Associação Comercial e Empresarial), para interligar câmeras de segurança ao cinturão.
O projeto já está sendo debatido pela secretaria, conforme o diretor da Segurança. Ele afirmou que a medida poderá melhorar a segurança tanto dos comerciantes como dos cidadãos que passarem pelos pontos monitorados.
A proposta é que novas câmeras sejam implantadas no centro da cidade, com o patrocínio do comércio, ficando a gestão da vigilância com a GCM.
