O secretário municipal da Segurança Pública e dos Transportes, José Roberto Xavier da Silva, negou que a Prefeitura tem intenção de reativar os radares eletrônicos, implantados em agosto de 2015 e que permaneceram em atividade até dezembro de 2016. À reportagem, o titular também informou não haver previsão de a municipalidade instalar novos “pardais eletrônicos”.
Xavier comentou sobre o assunto na manhã de quarta-feira, 23, quando participava da solenidade de posse da nova diretoria da Associação Comercial e Empresarial (reportagem nesta edição). Após o evento, ele negou que a Prefeitura está reativando os equipamentos.
De acordo com Xavier, a própria empresa responsável pelos radares e câmeras fez a retirada dos dispositivos. O secretário explicou que algumas pessoas podem ter confundido o fato de que funcionários da Sentran – Serviços Especializados estão mexendo nos equipamentos com uma suposta reativação.
“O contrato da empresa venceu. Ela até demorou a retirar os radares, mas está fazendo por conta própria. Não há determinação da Prefeitura, nem judicial”.
O secretário mencionou que a atual administração não tinha pretensões de renovar o contrato com a empresa, por conta do valor. “O custo é muito alto para a Prefeitura. Ficava em quase R$ 130 mil por mês”, ressaltou Xavier.
No ano, o custo do sistema para a municipalidade era de R$ 1,56 milhão. O valor compreende tanto os serviços de radares como o de câmeras de monitoramento.
“Para mim, parto do princípio de que adotar um modelo como este não é viável, precisa ser muito bem discutido. É necessária uma nova reflexão”, afirmou.
Apesar de divergir com relação à utilidade dos radares, Xavier argumentou que a instalação de equipamentos que objetivem a redução da velocidade por parte dos motoristas de veículos ainda deve ser debatida pela Prefeitura.
O secretário antecipou que o Executivo deve preparar uma nova licitação para contratar empresa, mas em moldes diferentes do sistema anterior, encerrado neste mês.
“Vamos esperar o prazo legal e, posteriormente, elaborarmos um projeto que seja bem mais coerente do ponto de vista da utilidade e do custo”, antecipou.
Em princípio, Xavier afirmou que a secretaria não pensa em instalar radares. A prioridade seria a implantação de câmeras em pontos estratégicos da cidade, para aumentar a segurança dos usuários, tanto pedestres como condutores.
O contrato ainda deverá ser elaborado pela equipe de governo e, conforme o secretário, pode ter a participação da Sentran. “Se eles quiserem, poderão concorrer e, quem sabe, até vencer. Mas, nós queremos fazer algo bem planejado”, frisou.
A meta da Prefeitura é de aumentar o número de câmeras de vigilância em pontos ainda a serem definidos. Xavier argumentou que os equipamentos de filmagem são mais eficientes que os radares, na questão da segurança da população.
“Nossa ideia é fiscalizar e, sempre que possível, evitar ocorrências como furtos e roubos, ou que qualquer ato irregular aconteça. Quanto aos radares, eles serão discutidos. Mas, tudo isto são assuntos previstos para o ano que vem”, sustentou.
Os equipamentos retirados pela empresa integravam a chamada “cerca eletrônica”. Eles dispunham de um sistema conjugado, que unia filmagens e radares.
A cerca eletrônica permite reconhecimento das placas dos veículos e comparação com uma base de dados para apurar se eles estão envolvidos em algum tipo de ocorrência, como roubo ou furto. Entretanto, o alerta depende de um cadastro prévio, e o sistema não tem interligação com os registros da Polícia Militar e bases da Polícia Civil.
Em Tatuí, a cerca compreendia as entradas e saídas da cidade e trechos com grande fluxo de veículos, como a rua Doutor Alberto Seabra e a 11 de Agosto, ambas no centro.
O Executivo também instalou equipamentos na rua Chiquinha Rodrigues, sentido Jardim Lírio; na rua Vice-Prefeito Nelson Fiúza e avenida Vice-Prefeito Pompeo Reali, ambas em direção à rodovia Antonio Romano Schincariol (SP-127); na rua Rio de Janeiro, no sentido à rodovia Senador Laurindo Dias Minhoto (SP-141); e na via municipal Benedito Faustino da Rosa, à SP-127.