“Tivemos um aumento de 30% neste ano em comparação com o ano passado. Foi ótimo”. O percentual divulgado pela chef Claudia Rauscher está na média do calculado pelos expositores ouvidos pela reportagem de O Progresso na noite de domingo, 23, participantes da quinta edição Feira do Doce.
Realizada pela Prefeitura em parceria com a Aprodoce (Associação dos Produtores de Doces de Tatuí) e apoio da CEF (Caixa Econômica Federal), do governo federal e da Secretaria de Turismo do governo do Estado de São Paulo, a festa gastronômica teve duração de três dias. O evento, na Praça da Matriz, teve 46 produtores e três estandes extras.
Quatro expositores que conversaram com a reportagem na noite de encerramento da feira destacaram alta nas vendas neste ano. Claudia também apontou crescimento de público. A chef participa como expositora da feira desde a primeira edição, no ano de 2013.
“Nos sentimos muito agradecidos. Esta edição ficou excelente. Nossa localização é espetacular, porque necessitávamos de um espaço como este, com mesas e cadeiras. O movimento foi surpreendente e muito bom”, avaliou.
A barraca que integrou o setor “churros, crepes e pastéis” teve como carro-chefe o crepe de Nutella (creme de avelã com cacau e leite) com morango.
“Nós comercializamos na faixa de 900 crepes, o que dá um peso aproximado de 25 quilos”, apurou.
Vanilda Dias da Silva, outra expositora, trabalha com produtos caseiros há dez anos. Há cinco, integra a lista de produtores convidados para participar da feira. Neste ano, ela precisou aumentar a produção para dar conta dos pedidos. “Vendemos bastante mesmo, me surpreendeu o movimento”, relatou.
Para a doceira, mais que o faturamento, a feira representa visibilidade. Segundo ela, o evento ajuda na consolidação da produção doceira enquanto atividade comercial e tradição. “Ela (a feira) traz muita gente de fora da cidade. O movimento aqui é constante em todos os horários”, argumentou.
Ana Maria dos Santos esteve na feira pela manhã de sábado. Moradora de Porangaba, ela compareceu pela primeira vez. “Soube daqui por uma conhecida, que vem todos os anos. Resolvi acompanhá-la para conferir”, contou.
Expositor do setor de bebidas, Luiz Carlos Ramos viu o número de visitantes triplicar no estande. Sócio-proprietário do Alambique dos Ramos, o produtor comemorou os resultados – preliminares – obtidos com a realização da feira.
“A festa foi muito boa, bem organizada e com sucesso totalmente alcançado. Acho que foi, em termos de público, melhor que no ano passado”, opinou.
O secretário municipal do Esporte, Cultura, Lazer e Juventude, Cassiano Sinisgalli, também ressaltou o movimento. De acordo com ele, a estrutura oferecida pela Prefeitura e o apoio não só atenderam às expectativas dos produtores, como ofereceram qualidade ao público.
“A feira esteve lotada em todos os dias, desde às 10h de sexta-feira, 21, até agora, às 20h30 de domingo, 23. Tivemos sucesso em público e em venda, mas que foi possível apenas com a participação de toda a Prefeitura”, enfatizou.
De acordo com o secretário, apesar de ser encabeçada pela Cultura, a Feira do Doce recebeu apoio de todas as secretarias municipais. Sinisgalli citou que a festa registrou, ainda, especial atenção da prefeita Maria José Vieira de Camargo.
“Houve uma soma de esforços, o que é muito importante, porque somente minha equipe não conseguiria realizar um evento desta magnitude como a feira, que é considerada a maior do Estado de São Paulo no segmento de doces”, apontou.
Para o secretário, o resultado obtido junto aos produtores tem um significado a mais. Ele explicou que, além da situação financeira do país, a equipe da Cultura precisou superar outros obstáculos.
Entre eles, a troca da data de realização do evento e a redução do número de expositores. Atendendo a um pedido da Aprodoce, a Prefeitura reduziu de 67 para 46 o número de doceiros. Entretanto, conforme o secretário, a quantidade não trouxe prejuízos ao público, uma vez que “a qualidade foi mantida”.
“A população recebeu bem as alterações. Mas, tivemos dois lados muito importantes, um que atendeu à questão da logística e outro que privilegiou o comércio, de modo a não atrapalhar as vendas no início do mês”, vaticinou.
Realizada costumeiramente na primeira semana de julho, a feira foi alterada para a terceira semana do mês, de modo a atender a um pleito da ACE (Associação Comercial e Empresarial).
Os representantes da entidade reclamavam que o evento prejudicava o movimento no início do mês, quando os trabalhadores, em geral, recebem o salário. Com isso, a organização resolveu adiar o evento, vislumbrando que o público utilizaria vales para as compras.
“Nós conseguimos trazer a população para as ruas, de novo, e, desta forma, fomentar ainda mais o comércio da cidade. Estive em restaurantes, lanchonetes e, em todos, os empresários me disseram que houve recorde em vendas”, disse.
Parte do movimento é atribuída, pelo secretário, como mérito da organização. Sinisgalli afirmou que muitos dos turistas foram a bares, lanchonetes e restaurantes da cidade indicados pelas informações disponibilizadas pela secretaria.
A pasta ofereceu, por meio do estande turístico, referências dos principais pontos e dos espaços que têm Selo de Qualidade Turística.
“Nós nos tornamos um ponto de informações e, com isso, conseguimos mandar os turistas para os estabelecimentos da cidade, fomentando a economia e consolidando a feira como um produto turístico do município”, destacou.
A prefeita Maria José Vieira de Camargo afirmou que o resultado do evento atendeu às expectativas da municipalidade. “Fiz questão de visitar cada uma das barracas, e, em todas, os responsáveis elogiaram a organização. Todos estão muito felizes e agradecidos porque, realmente, tiveram bons resultados”, declarou.
Maria José ainda ressaltou o cuidado da secretaria em não atrapalhar o trânsito durante a montagem da estrutura e a realização do Festival Capital da Música. O evento prestou homenagem ao maestro tatuiano Antonio Carlos Neves Campos, ex-diretor do Conservatório de Tatuí, falecido em outubro de 2013.
O vice-prefeito Luiz Paulo Ribeiro da Silva também destacou a importância do evento para o município. Para ele, a feira não só trouxe mais divisas para Tatuí, como se reverteu em espaço de incentivo ao empreendedorismo, uma vez que todos os expositores possuem CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica).