Nesta sexta-feira, teve início a quinta edição do maior exemplo municipal, efetivado nos anos recentes, de como se explorar bem uma tradição: a Feira do Doce. Ela é, como se diz, “tudo bom”! E não apenas na boca, tampouco da boca pra fora.
O evento impulsiona a comercialização dos doces locais, claro, contribuindo mais que oportunamente com os produtores, mas, além disto, acabou por tornar-se uma real atração turística na Cidade Ternura.
Daí ser exemplo do melhor a se fazer para potencializar as virtudes tatuianas, motivos pelos quais veio a tornar-se Município de Interesse Turístico.
Esse evento partiu de uma tradição essencialmente local – inerente à nossa identidade, portanto – e, dela, estruturou-se de maneira organizada e profissional, buscando, justa e corretamente, somar os interesses do comércio local com um apelo turístico e gosto popular, o qual não resiste às delícias adocicadas.
Até então, era comum o visitante levar da cidade uma caixinha de doces ABC, o que não era muito, mas já suficiente para instigar uma fama insipiente de terra dos doces caseiros.
Ocorre que, justamente, o “caseiro” é o melhor a ser explorado, posto representar o básico da identidade de um lar, de um bairro, de uma comunidade, de qualquer porção do mundo sujeita a algum tipo de delimitação geográfica e cultural.
E essa singularidade se sobrepõe como razão maior ao apelo turístico, aquilo que leva o indivíduo de Itapetininga, por exemplo, a decidir-se por visitar Tatuí, para comprar doces exclusivos, a seguir para Sorocaba, onde desfilaria em um corredor de shopping, a babar sobre um sorvete encontrado em qualquer canto do país.
Por este motivo, é de se reconhecer e prestigiar a feira tatuiana, realizada pela Prefeitura, por meio da Secretaria de Esporte, Cultura, Turismo, Lazer e Juventude, com apoio da Caixa Econômica Federal, do governo Federal, da Secretaria de Turismo do governo do Estado e da Associação de Produtores de Doces de Tatuí, a Aprodoce.
A Feira do Doce, anunciada neste ano como o maior evento do segmento no interior paulista, acontece na Praça da Matriz, das 10h às 22h, até este domingo 23, com público estimado de cerca de 70 mil pessoas.
Estão sendo comercializados mais de 250 tipos de doces caseiros, divididos em alas temáticas: finos e brigadeiros “gourmet”, tradicionais e artesanais, chocolates, bolos e tortas, de festa e sobremesas, churros, crepes e pastéis, produtos de milho e bebidas.
Para as crianças, há uma programação especial, com duas oficinas: uma em que os pequenos podem confeccionar os próprios cupcakes, realizada pela Anju Festas, e outra, chamada de “Gostosuras & Diversão”, com atividades e entretenimento da Educrescere.
Junto com a Feira do Doce, também na Praça da Matriz, é promovido o Festival Capital da Música “Maestro Antônio Carlos Neves Campos”, com MPB, jazz, clássico e rock.
A organização da Feira do Doce reforça que o evento tem como objetivo “fomentar o empreendedorismo dos produtores, promover turisticamente o município como a ‘Terra dos Doces’ e dar a oportunidade aos visitantes de encontrarem todas as variedades de doces da cidade em um único evento, movimentando o fluxo turístico e trazendo mais divisas a Tatuí”.
Ainda conforme a organização, a feira ganhou visibilidade já na primeira edição, sendo reconhecida nacionalmente pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e incluída no Calendário Turístico do Estado de São Paulo, por meio da lei 15.844/2015.
Nas edições anteriores, foi utilizado o nome “Festa do Doce”. Já neste ano, passou a ser adotada a nomenclatura “Feira do Doce”, “para enfatizar ainda mais o caráter empreendedor dos produtores, sendo esse o principal foco”, tal como divulgado pela Prefeitura.
Como se observa, os objetivos do evento respondem perfeitamente aos interesses tanto comerciais quanto turísticos da cidade.
Para a sorte da Cidade Ternura, que também é Capital da Música e, agora, ainda consolidada como terra dos doces caseiros, atributos não lhe faltam. Se houver um tanto de criatividade a explorar as tradições (essencialmente) locais, Tatuí terá, certamente, outros eventos de sucesso ao longo dos próximos anos.
Que a Feira do Doce, finalmente, seja exemplo e estímulo a novas iniciativas.