Na manhã desta segunda-feira, 3, funcionários da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura realizarão nova intervenção no trecho entre as pontes do Marapé e do Jardim Junqueira. Eles darão início à implantação de um sistema diferenciado de contenção de barranco, anunciado pelo titular da pasta, Marco Luís Rezende.
A Prefeitura utilizará, em parte da rua Maria Aparecida Santi – que fica entre os dois dispositivos de ligação –, o chamado “bolsacreto”. “Ele é um saco planejado, no qual se coloca concreto. A bolsa vai enchendo até que se acomode no espaço, criando uma barreira de contenção”, explicou o secretário.
De acordo com ele, o sistema é uma novidade no mercado. Em Tatuí, será utilizado como solução definitiva para o desbarrancamento registrado no trecho que está interditado, desde o início do ano, pela queda das duas pontes.
Para instalar as bolsas especiais, a equipe da secretaria terá de realizar escavação embaixo do ribeirão do Manduca. O procedimento funcionaria como uma espécie de desvio temporário, de forma a permitir que o curso de água continue a correr, mas sem prejudicar o processo de instalação do novo sistema.
Rezende informou que a área será recuperada por etapas. Por conta das chuvas intensas entre o fim do ano passado e o início deste ano – que resultaram nas quedas das pontes – e das precipitações em grande volume em junho, uma parte do barranco que sustenta a rua cedeu.
O desmoronamento é monitorado pela Comdec (Coordenadoria Municipal de Defesa Civil). O coordenador do órgão, João Batista Alves Floriano, explicou que a área é suscetível à erosão devido à geografia.
“Aqui, era um morro que foi ‘cortado’ para permitir a abertura de uma estrada. Quando houve essa intervenção, tirou-se a estabilidade do morro, que vem sofrendo erosão”, detalhou.
De acordo com Floriano, na época da abertura da rua, seria necessária a instalação de um muro de arrimo ou gabiões (espécie de paredes cujas estruturas são feitas com aço, parecidas com gaiolas e que se tornam sólidas ao serem preenchidas com pedras).
Este tipo de obra impediria a corrosão do barranco, seja por conta do volume de água do ribeirão, seja pelas chuvas. As obras que começam nesta segunda são consideradas solução definitiva pelo coordenador.
Floriano afirmou que a Secretaria de Obras, junto com o setor de planejamento da Prefeitura, prepararam estudos para avaliar qual medida seria mais bem adequada para que a questão pudesse ser sanada de vez.
Neste caso, a Defesa Civil colaborou com uma espécie de consultoria, municiando os técnicos com informações. O resultado, conforme Floriano, será uma medida mais eficaz.
“Vai ser feito uma contenção não paliativa, como houve na administração anterior, mas definitiva, para o estanque do deslizamento”, disse.
Nas vezes anteriores, o coordenador afirmou que o Executivo optou por apenas conter o avanço do desmoronamento “e não solucioná-lo”. Para isto, empregou materiais que não têm a mesma adesão que a bolsacreto, como madeiras e pneus.
O novo recurso deverá permitir que a Prefeitura dê continuidade aos planos de ampliação da via. Com a entrega das duas pontes – em reconstrução -, o Executivo programa transformar a rua em avenida, com mão dupla nos dois sentidos.
Antes disso, precisará conter o desmoronamento. “É preciso fazer algo seguro, porque esta será uma das vias principais de veículos da cidade”, argumentou Floriano. Conforme ele, uma vez controlado o problema, o Executivo terá condições de seguir com o projeto de modernização do trânsito, visando dar maior fluidez aos veículos e um novo acesso à primeira etapa do anel viário.
Segundo o secretário das Obras, a lateral do talude será aterrada – para que se atinja o nível da rua – à medida que as bolsas forem acomodadas umas sobre as outras.
Rezende mencionou que, como a inclinação está “corroída”, ela precisará ser preenchida com terra aos poucos. O solo será, depois, compactado.
“A intervenção vai pegar 75 metros de barranco. Vamos fazer todo o perímetro prejudicado para resolvermos o problema de uma vez”, prometeu o secretário.
Cada bolsa tem capacidade para acomodar entre três e quatro toneladas de concreto. Rezende não soube precisar quantas unidades serão necessárias para a conclusão da obra
Ele afirmou, no entanto, que as bolsas vão evitar que o talude desmorone, além de ser um sistema mais rápido que os muros de contenção convencionais.
“Um gabião demoraria, no mínimo, três meses para ser feito. Com as bolsas, vamos levar, no máximo, uns 30 dias para concluir tudo”, complementou.