A Divisão Municipal de Proteção e Bem-Estar Animal tem engatilhada série de ações para o canil municipal. Entre eles, está a mudança de endereço do espaço (atualmente com 65 cães), localizado em área rural.
Comportando animais de diversas idades, raças e condições de saúde, o local em funcionamento é considerado não apropriado. Primeiro, por estar perto de APPs (áreas de proteção permanente) e, segundo, pela distância entre o centro da cidade, complicando atendimentos veterinários.
“Existe a ideia de mudarmos a área. Temos que correr com o projeto, que deverá ser feito em parceria com o pessoal da engenharia da Prefeitura”, antecipou a O Progresso a supervisora da divisão, Eugênia Maria Camargo Campos.
Em entrevista, ela argumentou que a proposta ainda não avançou porque depende de uma série de fatores. O principal deles é o recurso para que o projeto possa sair do papel. Conforme a supervisora, o Executivo dispõe de vários locais que poderiam abrigar o serviço, mais perto do centro e com mais infraestrutura.
“Há locais que são bem mais próximos, que seriam fáceis para a equipe se locomover”, disse. Eugênia acrescentou que os profissionais que atuam no canil municipal – quatro servidores e uma veterinária – têm dificuldades em chegar ao espaço.
Para tanto, a equipe precisa dispor de veículo próprio. A mesma dificuldade é verificada toda vez que o grupo tem de comprar alimentação para os animais.
Com isso, o custo de manutenção do espaço aumenta. Além destas questões, Eugênia explicou que o socorro a um cachorro machucado, por exemplo, demora. A estrada que dá acesso ao canil não é asfaltada e está sujeita às ações da chuva.
Enquanto não muda de local, a equipe começará a desenvolver projetos de adoção de animais, por meio de feiras viabilizadas com ensaios fotográficos dos cães e de incentivo à posse responsável.
Os dois projetos devem contar com apoio do Departamento de Comunicação da Prefeitura e do jornal O Progresso. Eles são considerados solução para a questão de superlotação do canil.
A manutenção dos animais por um longo período de tempo não é recomendada. A assessora da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Heloísa Saliba e Borges, frisou que os cães só devem ser recolhidos para o canil em último caso e que, se ficarem confinados por prazo longo, vão perdendo a capacidade de se relacionar com os seres humanos.
“O animal fica só no comportamento de matilha. Então, quando alguém quiser adotá-lo, vai ter um problema, porque o cão vai estranhar a pessoa, o que torna a adaptação dele num novo espaço muito mais delicada”, argumentou.
Heloísa também enfatizou que a equipe pretende desenvolver ações de orientações junto aos proprietários. A principal preocupação dos profissionais é diminuir o número de abandonos. Segundo a assessora, a intenção é que o grupo consiga reduzir a manifestação de um comportamento específico.
“Às vezes, a pessoa adota, mas fala que queria um cão que sentasse e abanasse o rabo. Quando isso não acontece, ela solta, ou devolve. E, nestes casos, é muito mais difícil de essa mesma pessoa voltar a querer um cão. Então, é preciso trabalhar ao máximo para mudar essa postura”, argumentou.
Nas orientações que estão sendo elaboradas, a equipe da divisão pretende trabalhar com os proprietários e futuros adotantes a respeito de todas as responsabilidades que envolvem o ato da criação.
“É preciso que as pessoas se conscientizem de que o animal vai ficar com elas por dez anos ou mais, querendo ou não, chovendo ou fazendo sol, com ou sem necessidade”, concluiu.