A Câmara Municipal antecipou o repasse da sobra do orçamento à Prefeitura e deu autorização para que a prefeita Maria José Vieira de Camargo repasse verba de R$ 150 mil à Santa Casa de Misericórdia. A votação foi realizada na sessão extraordinária de terça-feira, 13, em regime de urgência.
O dinheiro poderá ser usado para o custeio do hospital e representa uma colaboração da Câmara Municipal com a sustentabilidade financeira da entidade, de acordo com o presidente da Casa de Leis, Luís Donizetti Vaz Júnior.
O chefe do Legislativo municipal e outros 12 vereadores entregaram, na manhã de quarta-feira, o autógrafo do projeto de lei 032/2017 para a prefeita sancionar e promulgar a matéria. O ato de entrega do projeto aprovado à prefeita contou com a participação do secretário municipal de Negócios Jurídicos, Renato Pereira de Camargo, e do secretário de Governo, o ex-prefeito Luiz Gonzaga Vieira de Camargo.
Durante o evento, a interventora Ana Aparecida de Melo Sá Azevedo Vieira, nomeada por decreto por Maria José, relatou aos vereadores sobre a situação atual do hospital e as primeiras ações realizadas pela nova administração, como a reabertura da UTI (unidade de terapia intensiva) com sua capacidade plena, de oito leitos.
Durante a sessão de terça-feira, o presidente Vaz Júnior salientou que o adiantamento das sobras do orçamento da Câmara foi decidido em conjunto pelos vereadores após a interventora da Santa Casa pedir ajuda à Casa de Leis. Alguns equipamentos da UTI estariam “sucateados a ponto de haver a possibilidade de fechar” o setor, que é tido como um dos principais do centro médico.
“Eles tiveram que mandar alguns equipamentos para consertar e alugar outros. Estamos fazendo economia aqui dentro (da Câmara) e temos o dever e o compromisso de abraçar a Santa Casa”, opinou.
Segundo o presidente, a proposta de repassar a verba do Legislativo à Santa Casa contou com o apoio da prefeita Maria José. A chefe do Poder Executivo enviou o projeto para aprovação dos vereadores. No início do ano, a Câmara Municipal autorizou a prefeita a repassar R$ 592 mil oriundos das sobras financeiras de 2016.
“É uma pequena contribuição que a Câmara está fazendo com a Santa Casa. A cidade e a região precisam de uma UTI em funcionamento. Fazemos votos que a interventora faça uma boa administração para que o hospital continue atendendo a população com responsabilidade e amor”, declarou.
Para o vereador tucano Alexandre de Jesus Bossolan, o repasse da Câmara é um “mérito de todos os vereadores”. Ele disse não acreditar que os R$ 150 mil irão sanar todos os problemas da Santa Casa, entretanto, afirmou que os poderes locais estão mobilizando-se para tirar o hospital da situação financeira crítica. A dívida da Santa Casa foi avaliada em R$ 20 milhões pelos vereadores.
“Vamos embora dessa sessão com a sensação de dever cumprido. Vou embora feliz da vida, pois sabemos que todos estamos empenhados e fazemos a nossa parte para a Santa Casa melhorar”, opinou.
Segundo Valdeci Antonio de Proença (Podemos), a situação financeira do hospital é crítica e “falta até lençóis e leitos para internação”. Ele desejou sorte à nova equipe que administra a Santa Casa de Misericórdia.
Antonio Marcos de Abreu (PR) declarou que a manutenção de equipamentos do hospital consumirá R$ 130 mil dos R$ 150 mil repassados pela Câmara. O parlamentar classificou como “corajosa” a atitude da prefeita Maria José em decidir intervir na Santa Casa, uma entidade “quebrada e que a administração assumiu o passivo (dívidas)”.
“No mandato passado tinha uma gestão complicada que deixou o hospital em dívidas e perdeu as CNDs (certidões negativas de débitos). Quem sofreu nessa situação é a população que usa o SUS (Sistema Único de Saúde) e precisa de internação”, disse.