Moradores e comerciantes demonstraram opiniões divergentes durante a audiência pública realizada pela Prefeitura para debater a continuidade das obras da avenida Vice-Prefeito Pompeo Reali.
Durante a sessão de perguntas e respostas, realizada na concessionária Itauto, alguns empresários manifestaram preocupação com o tempo das obras, que já duram quase 16 meses.
Dona de um comércio de produtos agropecuários, a empresária Viviane Guimarães Vanni viu as vendas da loja dela caírem com o início da revitalização da avenida. A situação piorou quando a ponte do Marapé ruiu, em março do ano passado.
“Minhas vendas caíram 40%, esse foi o meu impacto, a partir de quando interromperam o fluxo de veículos. Não fomos ouvidos quando iniciaram as obras, não avisaram antes para que pudéssemos ter um planejamento para isso”, relatou.
A comerciante disse estar preocupada com possíveis atrasos na revitalização da Pompeo Reali. “No papel, é uma coisa; fisicamente, é outra. Estamos há um ano e meio sendo penalizados. Foram promessas atrás de promessas”, comentou.
Além do movimento, a comerciante reclamou da interdição para a reconstrução da ponte, que impediria o acesso de caminhões com mercadorias à loja.
“Compro carreta de sal e não tem como fazer carga e descarga. Não damos conta de uma obra, imagina de duas. Quem está pedindo a remoção da churrasqueira são os moradores, não os comerciantes, pela segurança. Acho que precisamos de um meio termo”, opinou.
Morador há 30 anos da região da vila São Cristóvão, Éder Martins Almeida elogiou a disposição da Prefeitura em realizar a audiência pública e desmanchar a churrasqueira.
Almeida espera que o novo projeto melhore as condições de travessia da avenida para os pedestres. O morador pediu, à Prefeitura, que instale mais retornos para veículos.
“Quem precisa fazer o retorno só tem a rua que dá acesso à vila Esperança e a rotatória do pontilhão. Então, é difícil atravessar a avenida”, declarou.
Almeida disse ter testemunhado acidentes na via, parte deles em decorrência da imprudência de motoristas. Para ele, é melhor que a Prefeitura realize a readequação da avenida simultaneamente à reconstrução da ponte do Marapé.
“Não tem condições de fazer uma depois da outra. Acho que têm que ser realizadas juntas as obras. Quando acabar, resolverão todos os problemas de uma vez”, afirmou.
O comerciante Fabrício Feliciano declarou ter consciência de que o trabalho de revitalização da avenida precisa ser feito. Mesmo com as vendas afetadas pelas obras, ele disse que os lojistas precisam ter paciência para darem conta de mais dois meses de obras.
“A dificuldade na passagem e os poucos acessos atrapalham. Então, tem que ter consciência de que precisam fazer o trabalho aqui. Nós aguentamos um ano e meio, podemos aguentar mais um ou dois meses”, considerou.
Proprietário de um bar, o comerciante comentou “não ter lembrança” de ter sido consultado no início das obras. Os vizinhos da Pompeo Reali perceberam supostos “equívocos” na revitalização com os fechamentos dos retornos.
“Logo nos três primeiros meses, percebemos que iria dificultar a passagem de pedestres e o acesso aos bairros. Isso começou a atrapalhar; depois, veio a queda da ponte e o abandono. As chuvas foram cruéis também”, lembrou.