Fabricante da “Dolly” é alvo de operações da Fazenda estadual

Fábrica da Dolly em Tatuí foi alvo de operação contra sonegação fiscal

A Secretaria Estadual da Fazenda deflagrou na quinta-feira, 18, a Operação Clone contra empresas do grupo fabricante dos refrigerantes Dolly. A unidade tatuiana foi alvo de buscas durante o período da manhã.

A companhia é suspeita de inadimplência fraudulenta do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), embaraço de fiscalização e organização de fraude fiscal estruturada.

As diligências contam com a participação de procuradores do Estado e reforço de militares do 24º Batalhão da PM em Diadema. Os 24 agentes fazendários realizam verificações em seis instalações pertencentes à fabricante de bebidas: três unidades em Diadema, uma em Tatuí e em dois escritórios na capital paulista.

Segundo a secretaria, a empresa tem cerca de R$ 2 bilhões em débitos inscritos na dívida ativa e autos de infração milionários. As empresas do grupo teriam deixado de responder a comunicados da Fazenda desde o ano passado e “jamais receberam fiscais da pasta para esclarecimentos”.

Conforme comunicado, nos últimos anos, várias empresas foram “perpetuadas para fazerem parte neste esquema sonegatório”. Elas foram identificadas pela Secretaria da Fazenda e tiveram as inscrições estaduais cassadas pelo fisco.

Mesmo impedidas de funcionar por determinação da Secretaria Estadual da Fazenda, “há indícios de que elas ainda hoje continuam operando irregularmente, sem inscrição estadual, mediante estabelecimentos localizados em outras regiões para simular operações com refrigerantes e sucos”.

A fiscalização também identificou “créditos vultosos de impostos relativos a supostas entradas de insumo nunca comprovadas, emitidas por empresas situadas em outras unidades da federação, cujos valores foram objeto de autuações”.

“Questões relacionadas à blindagem patrimonial e ocultação do quadro societário, mediante a interposição de empresas de participação e de “offshores” (companhias em paraísos fiscais) são alguns dos desafios que estão sendo enfrentados pelas equipes envolvidas nos trabalhos da Operação Clone”, finaliza o comunicado.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da companhia, entretanto, não obteve resposta. Em uma das ligações, à unidade localizada na cidade de Diadema, um funcionário não identificado afirmou que as “operações estavam paralisadas”.