Um homem acusado de tentativa de homicídio e estupro em 2013 será julgado pelo Tribunal do Júri na terça-feira, 28. A audiência está prevista para iniciar-se às 13h, no fórum local.
Arlindo Lopes Paes é acusado de tentar matar a facadas um homem, em junho de 2013. O crime ocorreu após Paes supostamente ter estuprado uma mulher de 60 anos, já falecida, moradora do Jardim Lucila.
O réu pode ser condenado pelos crimes de homicídio qualificado tentado, com os agravantes de motivação torpe, com recurso que dificultou a defesa da vítima e para tentar assegurar impunidade por conta de outro crime. Paes também responde por estupro com o agravante de ter sido consumado contra vítima maior de 60 anos.
Conforme informações disponibilizadas pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, deverão ser ouvidas, como testemunhas, a vítima do esfaqueamento, a irmã da vítima do estupro e um homem que disse ter visto a tentativa de homicídio, além de policiais militares que atuaram na ocorrência e representantes da Polícia Civil. Uma mulher será ouvida como testemunha de defesa.
Entenda o caso
Os crimes ocorreram por volta da 1h de 20 de junho de 2013, na rua Roque Negrão Júnior, no Jardim Lucila. Paes teria invadido a casa de uma mulher de 60 anos e, mediante violência, estuprado a idosa.
A irmã da vítima estava na casa e saiu à rua em busca de auxílio. Em um bar nas imediações, chamou um rapaz que, na companhia de um amigo, foi até a residência onde estava ocorrendo o estupro. Na sequência, o réu teria saído correndo da moradia.
Após alguns instantes, segundo despacho do juiz Walmir Idalêncio dos Santos Cruz, que respondia pela 2ª Vara Criminal, o rapaz e um amigo estavam indo comprar um lanche quando, em uma emboscada, Paes teria se dirigido até a vítima e desferido um golpe de faca na direção do coração.
Nos autos, consta que o agressor estava em um “canto escuro da rua”. Para se defender, o jovem fez uso de um capacete que levava consigo.
A agressão do lado esquerdo do peito, segundo o magistrado, teria mostrado o “animus necandi”, ou seja, a intenção de matar do réu. Conforme exame de delito realizado na vítima, a facada por pouco não atingiu o coração.
Em interrogatório, Paes afirmou que, no dia dos fatos, “estava atordoado” e que não se recordava como entrara na casa onde estava a vítima de estupro. Ele se defendeu dizendo que não houvera contato sexual com a idosa.
Ele contou, ainda, que pessoas que estavam em frente ao bar agrediram-no, razão pela qual ficou nervoso e foi até a casa dele buscar uma faca para “acertar as contas”. O réu alegou que agiu em defesa, pois o agredido intentava bater nele novamente. O fato foi refutado pelo juiz.
“Ora, a atitude do acusado, que admite ter ido até sua casa para pegar uma faca e voltar ao local dos acontecimentos, após o término das agressões que supostamente sofreu, se mostra, em princípio e salvo melhor juízo, incompatível com os requisitos da legítima defesa”, considerou o magistrado.