PS tem nova coordenação e pediatra 24h

 

O Pronto-Socorro Municipal “Erasmo Peixoto” está sob nova coordenação médica e retomou, no decorrer da semana, o atendimento especializado a crianças. Desde o dia 2, o ambulatório conta com serviço de pediatria 24 horas por dia.

As novidades fazem parte de ações divulgadas pela prefeita Maria José Vieira de Camargo e pelo vice-prefeito Luiz Paulo Ribeiro da Silva em coletiva de imprensa. A reportagem de O Progresso participou de entrevista na manhã de sexta-feira, 3, na Rádio Notícias, transmitida ao vivo.

Maria José e Luiz Paulo falaram sobre dívidas herdadas da administração anterior, incluindo débitos com o TatuíPrev – Instituto de Previdência Própria do Município –, relataram haver “indícios de atos irregulares” (como o pagamento de “supersalários”) e divulgaram propostas para os próximos dias. Duas delas já em vigor e junto ao ambulatório.

A prefeita informou que o pronto-socorro conta com uma nova equipe médica. “A principal novidade – e que agradou as mães – é que haverá um pediatra atendendo 24 horas”, informou.

Os trabalhos serão coordenados por um médico responsável. Maria José afirmou que ele já está “atento à demanda da população”. O profissional terá o papel de coordenar a equipe e, também, avaliar se os pacientes estão sendo bem atendidos.

Ainda na Saúde, a prefeita divulgou a criação de uma “agenda aberta”. Trata-se de atendimentos em duas UBSs (unidades básicas de saúde) sem agendamento prévio.

Maria José explicou que a Secretaria Municipal de Saúde disponibiliza um profissional para atender aos pacientes que vão às terças e quintas aos postos da vila Esperança (pela manhã) e Rosa Garcia (à tarde).

“Só para que as pessoas tenham uma ideia, ontem (quinta-feira, 2), na parte da manhã, a agenda aberta na vila Esperança atendeu 40 pessoas”, relatou a prefeita.

De acordo com ela, além de garantir uma resposta mais rápida à população, a agenda aberta ajuda a desafogar o pronto-socorro, uma vez que o ambulatório deixa de atender os casos clínicos para se dedicar a urgências e emergências. O PS já registrou média de 12 mil atendimentos por mês.

Com relação a obras de melhoria (como a operação tapa-buracos), Maria José pediu compreensão da população. Ela fez coro ao secretário municipal de Obras e Infraestrutura, Marco Luís Rezende, ao afirmar que a Prefeitura tem de aguardar o fim do período chuvoso para poder realizar reparos e recapeamentos.

Na semana passada, Rezende afirmou a O Progresso que a Prefeitura já tem levantamento prévio das vias que necessitam de intervenção com maior urgência. Contudo, espera um período de estiagem para poder realizar o trabalho.

Além disso, a prefeita afirmou que o Executivo não dispõe – no momento – de recursos financeiros sobrando para dar início a boa parte das recuperações.

“Estamos buscando verbas para taparmos os buracos, porque o Orçamento do município é muito pequeno, e precisamos de outras fontes”, argumentou.

Em função disso, a administração está discutindo em quais frentes pode levantar fundos. A ideia é que a Prefeitura, com apoio dos vereadores, possa obter recursos de emendas parlamentares, ou verbas por meio de convênios com os governos estadual e federal. “É uma luta diária”, apontou a prefeita.

Além dos buracos, Maria José afirmou que o município enfrenta outros problemas estruturais. Entre eles, o mato alto em boa parte da cidade e o desabamento das pontes do Jardim Junqueira, neste ano, e do Marapé, em 2016. “Herdamos uma cidade completamente desestruturada”, declarou.

Por se concentrar na questão das pontes – e outras, como a regularização do pagamento dos salários dos servidores municipais e a contratualização com a Santa Casa –, a prefeita disse que o Executivo teve de receber apoio.

A ajuda veio por meio da equipe do Fusstat (Fundo Social de Solidariedade de Tatuí) e voluntários, que deflagraram, na noite do dia 24 de janeiro, o projeto “Abrace Tatuí”.

A iniciativa busca o resgate do chamado “espírito de cidadania”. Por meio do projeto, o Fundo Social convida os moradores a se organizarem em mutirões.

Os movimentos têm como meta a limpeza de determinados espaços públicos, como vielas, ruas, avenidas e praças. O Fusstat também estimula proprietários de residências a procederam com a limpeza do mato nas calçadas.

“Nosso projeto voluntário é para que consigamos deixar a cidade um pouco mais bonita naquilo que o voluntário pode fazer, que é dar uma ajuda, limpando a frente de sua casa, tirando o mato das propriedades”, declarou Maria José.

Com relação aos buracos, a prefeita reforçou que o Executivo não deve realizar nenhuma ação até que as chuvas cessem. “De nada adianta tamparmos buracos neste momento. É a mesma coisa que jogar o dinheiro nas enxurradas. Então, é preciso esperar um tempo para que possamos iniciar os trabalhos”.

Até que isso aconteça, a prefeita informou que a Secretaria de Obras e Infraestrutura está adotando medidas alternativas. Elas incluem a interdição parcial ou total de pontes e de ruas e a sinalização (com cones) dos “pontos mais críticos”.

O vice-prefeito disse que outro fator que influencia a Prefeitura na decisão de esperar pelo fim do verão é a “saúde financeira” do município. Luiz Paulo afirmou que a atual administração herdou uma dívida grande. O levantamento mais recente, divulgado pela gestão, assinala R$ 62 milhões em débitos.

Sem dinheiro em caixa para quitar os compromissos, ele argumentou que a Prefeitura optou por economizar. De acordo com ele, o Executivo está realizando diversos cortes. As reduções envolvem contratos e “compras supérfluas”.

Para Luiz Paulo, “o mais preocupante” é que quase 70% (R$ 42 milhões) dos débitos herdados são de curto prazo. São serviços ou produtos já fornecidos para o Executivo por prestadores e empresas que estão cobrando os pagamentos. “As pessoas já estão protestando os débitos da Prefeitura”, revelou.

Não bastasse isso, o vice-prefeito afirmou que a administração está encontrando dificuldades para renegociar. Segundo ele, muitos fornecedores querem quitação à vista. “Estão indo na Prefeitura para receber. Como vamos começar um trabalho novo se temos que pagar pelo passado?”, indagou.

Luiz Paulo ressaltou, ainda, que a prefeita precisou lidar com “urgências” nos primeiros dias de governo. Caso da regularização do pagamento dos funcionários. Em janeiro, o Executivo precisou atrasar cinco dias o vencimento dos funcionários da rede municipal da Educação por “falta de dinheiro em caixa”.

“Além dos R$ 62 milhões em dívidas, tivemos de pagar os quase 4.000 funcionários da Prefeitura, algo em torno de R$ 9,5 milhões. Mas, não havia dinheiro”, disse.

Conforme o vice-prefeito, a nova equipe de trabalho teve de lidar, ainda, com situações inusitadas. Entre elas, a falta de combustíveis na frota de veículos da administração. “Não havia nem mesmo enxada no Mangueirão para que as equipes pudessem realizar o trabalho de limpeza do município”, afirmou.

Até que o município consiga regularizar a situação financeira, Luiz Paulo enfatizou que a administração conta com apoio da população para a conservação dos espaços públicos.

“Por isso, estamos trabalhando com o voluntariado, pedindo que as pessoas nos ajudem a economizar, para que possamos pagar os fornecedores da Prefeitura e, daqui para frente, trabalhar”, argumentou.

Junto com Maria José, o vice-prefeito divulgou panorama da situação administrativa da Prefeitura. Os dois também discorreram sobre a realização de uma sindicância (a cargo da FGV – Fundação Getúlio Vargas) e divulgaram relatório de ações realizadas em janeiro (as quais serão publicadas na próxima edição).