O número de funcionários e a redução de repasse de cestas básicas por parte da assistência social às famílias de Tatuí estiveram entre as questões apresentadas pela equipe de transição de governo da prefeita eleita, Maria José Vieira de Camargo, à atual administração. Luiz Antônio Voss Campos, que participou da primeira reunião temática na tarde de quinta-feira, 24, fez as indagações.
Ex-vice-prefeito, Voss Campos é cotado como futuro membro do “primeiro escalão” da administração que começa em 1º de janeiro. O político já atuou como titular de pasta (então Trabalho e Desenvolvimento Econômico e Social) na gestão do ex-prefeito Luiz Gonzaga Vieira de Camargo.
No encontro, ele perguntou à equipe da atual administração o motivo de haver “muitos servidores atuando na área”. Como explicação, recebeu a informação de que a quantidade não é excessiva, mas preconizada pelas políticas públicas.
Alessandro Bosso, diretor do Departamento do Bem-Estar Social e Cidadania, argumentou que a formação das equipes obedece a Pnas (Política Nacional de Assistência Social), estabelecida em 2004, e a NOB-RH (Norma Operacional Básica de Recursos Humanos), implantada em 2006. Ambos os dispositivos completam o Suas (Sistema Único de Assistência Social).
Com relação às cestas básicas, Bosso relatou que não houve queda no volume de concessões por parte da assistência social, mas um redirecionamento. De acordo com ele, parte das famílias deixou de ser atendida em “espécie” (com alimentos) por estar contemplada no Bolsa Família.
De acordo com o diretor, o programa do governo federal já determina que as famílias utilizem o dinheiro para suprir esse tipo de necessidade (alimentação). Além disso, outra parcela das famílias atendidas pelo setor passou a retirar cestas básicas no Banco de Alimentos “Zacharias Nunes Rolim”.
O cadastramento das famílias com baixa renda comprovada, atendidas pelo benefício, é realizado, também, por meio das unidades do Cras (Centro de Referência de Assistência Social). A cidade conta, atualmente, com quatro centros.
Eles estão instalados na vila Dr. Laurindo, Jardins Gonzaga e Santa Rita de Cássia e no Boqueirão, junto ao CEU (Centro de Esportes Unificados) das Artes “Fotógrafo Victor Hugo da Costa Pires”. “Os centros são considerados a casa das famílias e oferecem vários programas”, apontou Bosso.
Dos quatro, o que funciona na vila Dr. Laurindo (mais “velho” da cidade) é o que trabalha com “público menos vulnerável”. Também por isso, a equipe dessa unidade passou a descentralizar as atividades, expandindo ações para Jardim Lírio e bairros da zona rural, como o distrito de Americana e o Congonhal.
A unidade “mais problemática” da cidade é a do Jardim Gonzaga. “É o bairro que tem maior incidência de ocorrências policiais, por conta do tráfico”, disse o vice-prefeito Vicente Aparecido Menezes, Vicentão, durante as explanações.
Ele e Bosso também apresentaram o organograma dos serviços de proteção básica e especial em operação no município. Além da chamada rede socioassistencial pública, que envolve todos os órgãos do município, a assistência social conta com apoio da rede privada, representada por entidades.
A proteção de alta complexidade é oferecida por instituições como a Casa do Bom Menino, a Casa de Acolhimento Institucional e o Lar São Vicente de Paulo. Essas entidades são acionadas quando “vínculos familiares são rompidos”.