Caso não seja localizada até este domingo, 27, serão completados 21 dias do desaparecimento da menina Juliana Soares Conceição, 10, que continua comovendo moradores do bairro Jardim Santa Rita de Cássia. A mãe da garota, a dona de casa Ilzoneide Soares da Silva, 27, afirma que vizinhos continuam a promover buscas em bairros da zona rural.
A agonia de Ilzoneide começou há quatro domingos, dia 6, quando, no final da tarde, ela foi até o portão da casa para chamar os quatro filhos que brincavam na rua. Vieram a filha de 13 anos, um filho de 9 e uma menina mais nova, de 6. Juliana, a “filha do meio”, não retornou com os irmãos.
“Estou agoniada. Conversei com o delegado (Emanuel dos Santos Françani) sobre uma notícia que saiu na imprensa sobre a minha filha estar com outra família. Fui querer saber”, afirmou.
De acordo com a mãe, Françani explicou que a declaração a um site de notícias fora dada por um delegado da DIG (Delegacia de Investigações Gerais). “Ele disse que estão investigando sobre as possibilidades”, afirmou.
O desaparecimento de Juliana comoveu os moradores da região. Emissoras de TV de Itapetininga, Bauru e Sorocaba noticiaram o caso. Membros das Guardas Civis de Sorocaba e Itu participaram das buscas com cães farejadores especializados em encontrar pessoas.
As contribuições às buscas a Juliana estão diminuindo com o passar dos dias, segundo a mãe. Apesar disso, moradores estão levando latas de leite para o bebê de Ilzoneide, de um ano e meio, que sofre de hipotireoidismo e tem malformação do braço direito.
“Estão nos ajudando. Trazendo leite de caixinha, leite Nan 2 e fraldas (para o bebê). É bom saber que as pessoas estão querendo ajudar a gente de alguma forma”, disse.
A mãe realiza buscas diariamente com moradores pelas estradas rurais próximas ao Jardim Santa Rita. Apesar de ter apenas nove anos, o irmão da garota sempre manifesta o desejo de participar das buscas, porém, Ilzoneide não permite.
“Explico para ele que é perigoso, que não pode ir junto ao meio do mato. É difícil para ele entender, que é pequeno. Sei que ele quer ajudar, mas sempre tento acalmá-lo”, contou.
Segundo Ilzoneide, os últimos dias foram de “agonia”, sem sinais de onde a menina possa estar. A mãe tem esperança de que a filha esteja viva e na cidade.
“É uma agonia. O duro é não ter nenhum sinal, nem resposta de onde ela esteja. Sempre vou à delegacia conversar com o delegado, e quase todos os dias encontro os policiais civis aqui na minha rua. Sempre que vejo, vou e pergunto, mas eles também não têm muita informação para dar”, lamentou.
De acordo com o delegado Françani, as investigações prosseguem. Equipes de Tatuí e Itapetininga realizam diariamente diligências para encontrar pistas sobre o paradeiro de Juliana.
Os restos de roupas incendiadas encontradas no bairro do Queimador são as únicas pistas que podem ajudar os investigadores. O material está em São Paulo, após a equipe do IC (Instituto de Criminalística) de Itapetininga realizar a coleta na cidade.
O laudo do material encontrado estava previsto para o final do mês, porém, pode atrasar, a depender do volume de trabalho dos peritos de São Paulo, informou Françani.