Comemoração í  ‘consciência’ terá participação de crianças





Celebrado no dia 20 deste mês, o Dia da Consciência Negra terá programação diferenciada em Tatuí. O evento, organizado pelo CMICN (Conselho Municipal dos Interesses do Cidadão Negro) em conjunto com a Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Turismo, contará com estudantes da rede municipal de ensino em duas atividades pré-programadas.

Elas serão realizadas nos dias 8 e 19, terça-feira e sábado, respectivamente. Nesta semana, meninos e meninas que frequentam a Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) “Accácio Vieira de Camargo” farão desfile. O evento é voltado a crianças afrodescendentes e não afrodescendentes.

Em seguida, o africano Ras Pupa Kanda promoverá uma conversa com os estudantes. Ele falará sobre a relação cultural entre África e Brasil e preconceito racial.

Também haverá participação de Blandine Adou, natural da Costa do Marfim. A freira, que está no Brasil em missão religiosa, discorrerá a respeito das diferenças entre as escolas brasileiras e a de outros países.

Já no dia 19, o conselho promoverá, juntamente com a Prefeitura, uma série de atividades. Elas acontecerão na Praça da Matriz. Na data, estudantes das unidades da rede municipal realizarão apresentações de dança, canto e de um concurso que vai eleger a miss e o mister afrodescendente.

Cada escola terá 15 minutos para mostrar os trabalhos específicos. Segundo a organização, as atividades do dia 8 e do dia 19 serão abertas aos pais e ao público.

Para o presidente do conselho, José Mesquita dos Santos, os trabalhos realizados junto às escolas são muito importantes. “É uma reflexão que a gente quer que a sociedade tenha, pois a educação continua preconceituosa. Quando tem concursos de miss, por exemplo, elas nunca são negras”.

Santos afirmou que o conselho existe no município desde a década de 90. Atualmente, ele tem 30 integrantes. São pessoas envolvidas com trabalhos em diferentes áreas (música e esporte) e membros do NAF (Núcleo Afro-Feminino).

Para o ativista, o conselho tem registrado melhorias ao longo dos anos, ainda que mínimas. “Tivemos de avanço, neste tempo, uma porcentagem da sociedade que respeita os negros, mas temos ainda uma boa parte do país racista”, disse.

Por outro lado, Santos afirmou que o trabalho de busca da igualdade racial ainda precisa acontecer. “Tem pessoas que passam na nossa frente e, por sermos negros, nem na nossa cara olham. Se a sociedade respeitar as diferenças e as oportunidades, iguais para todos, já seria muito bom”, declarou.