Comemorado nesta sexta-feira, 28, o Dia Internacional da Animação trará uma verdadeira maratona de exibições para Tatuí. No município, o evento acontece em parceira com o MHPS (Museu Histórico “Paulo Setúbal”, sendo gratuito.
A programação é composta por curtas-metragens de desenhos animados infantis, nacionais e internacionais. O público pode conferir os trabalhos da 13ª edição a partir das 19h na sala de exibições do museu, à praça Manoel Guedes, 98, no centro.
O evento é realizado pela ABCA (Associação Brasileira de Cinema de Animação) em parceria com os municípios e denominado de DIA (Dia Internacional da Animação). Ele acontece na mesma data na qual Emile Reynaud exibiu o filme “Pauvre Pierrot”, no teatro óptico no Museu Grevin, em Paris.
Para celebrar a data, em 2002, a Asifa (Associação Internacional do Filme de Animação) lançou o “Dia Internacional da Animação”. Na primeira edição, o evento contou com grupos internacionais filiados em mais de 30 países.
No Brasil, ele tem conquistado maior visibilidade e parceiros, como o MHPS. A “Casa de Cultura” recebe a chamada “Mostra Oficial”, que acontece simultaneamente em todos os locais participantes. Neste ano, mais de 200 cidades em todos os 26 estados brasileiros mais o Distrito Federal participam.
Na Mostra Oficial, os espaços exibirão uma hora de curtas-metragens estrangeiros de países integrantes da Asifa e uma hora de curtas-metragens brasileiros selecionados por um júri especializado de diretores escolhidos pela ABCA.
Ao todo, nove trabalhos compõem a mostra infantil. Com classificação livre, ela traz curtas-metragens produzidos em seis estados. Do Recife, está “Salu e o Cavalo Marinho”, dirigido por Cecilia da Fonte. A animação de 2014 tem 13min53s de duração e conta a história de Mestre Salustiano, um dos artistas populares mais famosos do Brasil.
O personagem central é filho do rabequeiro João Salustiano. Salu, logo cedo, sonha em participar de um grupo de Cavalo Marinho, folguedo típico da região onde mora.
“Dinossauro Rex” é outra animação prevista. Com três minutos de duração, a produção que mescla massa e recortes tem direção de alunos da Escola “Mariano Ferreira de Nazaré”, de Domingos Martins, no Espírito Santo. O vídeo traz o Rex, um dinossauro como outro qualquer, que decide rever seus conceitos.
De São Paulo, serão exibidos quatro trabalhos, sendo o primeiro “Contos Incontados: Branca de Neve”, dirigido por Fernando Ferreira Garróz. A animação tem 1min18s de duração, sendo inscrito por França. Ela traz contos encantados em “versões não contadas”. Todos, em tom de paródia. Entre elas, uma nova ótica para a clássica história da Branca de Neve, com um final inesperado.
Com direção de Elizabeth Mendes, “O Diário de Mika” é outro representante de São Paulo. A animação aborda o fantástico mundo de descobertas e conquistas de uma garota de 4 anos que, por meio de seu tablet, desenvolve um novo olhar sobre o tema abordado junto com seus amigos/brinquedos. O curta em duas dimensões tem sete minutos de duração.
Um pouco mais longa é a animação “Virando Gente”, que tem direção de Analúcia Godoi. O curta de 9min44s apresenta ao público o menino chamado Bruno. A história apresenta como o garoto começou a perceber a si mesmo e o mundo ao seu redor, desde quando ainda estava na barriga da sua mãe.
Também de São Paulo, “Aladim e a Lâmpada Maravilhosa” integra a série “Contos Incontáveis”. Desta vez, a história é um final esperado para o personagem Aladim. O vídeo tem duração de 1min18s e direção de Fernando Ferreira Garróz.
O Rio de Janeiro está representado pelo curta-metragem “Aquitã, o Indiozinho”. Na animação, apesar de corajoso, Aquitã procura abrigo no colo da mãe quando a noite chega, trazendo a escuridão. Produzido em duas dimensões, o vídeo tem 4min14 de duração, sendo dirigido por Frata Soares.
Dirigido por Fabiano Bomfim e Marcela Werkema, o curta “Por Que eu Nasci dessa Cor?” traz uma resposta científica à pergunta costumeira feita por crianças. Produzido em Belo Horizonte, Minas Gerais, o vídeo tem duração de 3min10s.
Também integrando a mostra infantil, o curta “Lipe, Vovô e o Monstro” apresenta a história de um menino que vai passar o final de semana no sítio dos avós. Durante uma pescaria, Lipe conhece um segredo e acaba fazendo uma inusitada amizade. O vídeo de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, tem 8min48 de duração.
A mostra nacional traz seis vídeos que serão exibidos em mais de 30 países. Eles têm classificação indicativa para pessoas acima de 12 anos, sendo três produzidos no Rio de Janeiro. O primeiro deles, “Noturno”, com direção de Aída Queiroz.
Com 4min de duração, o curta-metragem é um dos mais antigos a serem exibidos, data de 1986. Ele traz como abordagem “movimentos equinos, explorando o ritmo e a beleza das formas”.
De 2015, o vídeo “O Quebra Cabeça de Tarik” é um “stop motivo” que conta a história de Tarik. Ele é um cientista que trabalha em um laboratório subterrâneo. Lá, Tarik se prepara para receber a peça fundamental de seu grande projeto. O filme tem duração de 19min20s e direção assinada por Maria Leite.
A segunda animação oriunda do Rio de Janeiro é “Bilhares Inglórios”, de 2016, dirigida por João Cardoletto. O vídeo com 4min10s de duração apresenta uma “evolução”: como um jogo de sinuca pacífico entre dois rapazes transforma-se em uma batalha acirrada. Isso ocorre quando o prêmio da disputa passa a ser a atenção de uma linda garota que acaba de chegar ao local.
“Viagem Na Chuva” é a terceira animação da mostra nacional. Com 13 minutos de duração e direção de Wesley Rodrigues, o filme traz uma reflexão. Ele apresenta o percurso que a chuva, assim como o circo, percorre até chegar ao seu destino. “Quando se vão, ficam as lembranças”, cita-se em texto de divulgação.
De Sorocaba, está o vídeo “Ciúme”, dirigido por Daniel Bruson. O trabalho de 2015 tem 3min41s e consiste num videoclipe o qual conta “as violentas anedotas de um casal fofo e suas maneiras sanguinárias, obsessivas e charmosas de demonstrar seu amor um pelo outro”. O curta é o primeiro single do disco “Um Chopp E Um Sundae” (2015) do músico paulista Rafael Castro.
Dirigido por Marão, o curta “Até a China” apresenta uma aventura. No país asiático, um personagem conta qual a visão teve do comportamento dos chineses. “Motociclistas usam casaco ao contrário e restaurantes servem cabeças de peixe, lagostins e enguias”. O curta do Rio de Janeiro dura 15 minutos.
Mais sete curtas-metragens serão exibidos nesta sexta-feira. Eles compõem a mostra internacional, indicada para pessoas com 16 anos de idade ou mais. Entre eles, o filme norte-americano “Milk of Amnesia”, dirigido por Jeff Scher.
Trata-se de uma montagem animada com “uma aproximação lírica, não-linear da forma como o cérebro organiza (e abandona) as coisas do cotidiano”. O filme datado de 1992 e com seis minutos de duração “é uma celebração dos pequenos momentos da vida, um tango em rotoscopia através do labirinto da memória”. Ele é composto por mais de 3.000 desenhos e pinturas.
Produzido no Equador, “Vicenta” conta a história de uma mulher do campo que migra da Bolívia para o Chile. No novo país, ela lava roupas para ganhar a vida. Lá, ela também enfrenta a pobreza sozinha enquanto espera por seu filho. Um dia, ele será preso pela ditadura de Pinochet. A animação é dirigida por Carla Valência, data de 2014 e tem duração total de cinco minutos.
Do Irã será exibido “When I Was a Child” com direção de Maryam Kashkoolinia e duração de 8min20s. Ele traz reflexões de uma mulher sobre suas memórias e pesadelos de infância e o fato de que os pais muitas vezes usam histórias de monstros e fantasmas para assustar as crianças e mantê-las longe de possíveis perigos.
Em 7min50s, “La Testa Pra Le Nuvole” reconta o sonho de uma criança durante uma lição da escola. Ele é interrompido abruptamente pelo mestre que ameaça cortar uma orelha do pequeno estudante para “estimular” a concentração e evitar novas fugas da imaginação. O filme é dirigido por Roberto Catani.
Phil Mulloy é o diretor de “EndGame”, uma animação inglesa com seis minutos que traz os personagens George e Richard. Depois de uma semana difícil no escritório, eles gostam de relaxar jogando jogos de guerra. O curta-metragem apresenta pequenas figuras em uma vasta paisagem em um nervoso ritmo para cima e para baixo, marchas, canhões e uma densa fumaça escura.
“I Love Hooligans”, produção holandesa e belga, mostra um fanático torcedor de futebol que sente amor incondicional pelo clube. No entanto, por ser gay, ele tem que esconder sua identidade, a fim de sobreviver neste mundo que é tão precioso para ele. O filme tem direção de Jan Dirk Bouw e 12min28s de duração.
A mostra internacional será encerrada com “Five Minute Museum”, dirigido por Paul Bush. Trata-se de uma animação experimental, com duração de seis minutos, em que milhares de artefatos das coleções de pequenos museus são trazidos à vida em uma história animada do trabalho humano.
Mais informações sobre os curtas e o evento são obtidas pelo telefone 3251-6586.