Delegacia da Mulher ganha reforço de escrivã com mudança de quadro





A DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) de Tatuí terá reforço no quadro de funcionários a partir deste mês. Nos próximos dias, o efetivo do município será acrescido de uma escrivã, conforme informou a titular Silvia Fernanda Betti Albiero.

A delegada mencionou a incorporação ao comentar declaração da atual presidente do CMDM (Conselho Municipal dos Direitos da Mulher), Maria Cláudia Adum.

Em evento de posse, na noite do dia 14, a conselheira afirmou que a delegacia estaria perdendo “a única mulher responsável pelo acolhimento de vítimas”. A funcionária seria substituída por um homem.

A O Progresso, Maria Cláudia disse que o conselho tentaria apoio para manter a funcionária em Tatuí. “Infelizmente, essa é a nossa primeira luta: tentar segurar essa mulher que está lá, para atender nossas meninas”, declarou.

De acordo com a presidente do conselho, a saída da servidora havia sido mencionada por integrantes da própria DDM. “Nós ligamos para convidá-las para o evento (a posse das novas conselheiras), e elas já nos falaram dos problemas”, contou.

Maria Cláudia explicou que a intenção da nova diretoria é aproximar o órgão das instituições que garantem atendimento às mulheres. Entre elas, a DDM.

No entendimento da conselheira, a substituição de uma mulher por um homem poderia gerar desconforto para as vítimas que quisessem relatar crimes e abusos.

“Nós achamos um absurdo, numa Delegacia da Mulher, um homem atender uma mulher que chega vitimizada. É muito mais confortável para ela (a vítima) ter uma mulher como ela para atendê-la, e nós estamos perdendo isso”, disse.

Ela também destacou que não tem “nada contra os homens”, mas alegou que “uma funcionária poderia entender melhor os problemas das vítimas, por enfrentar os mesmos desafios”.

Para a reportagem, a delegada disse que não houve a substituição mencionada pela presidente do CMDM. Silvia informou que a vaga deixada pela servidora que mudou de lotação está ocupada por outra mulher (uma investigadora).

Também acrescentou que a unidade do município não perdeu efetivo. “Pelo contrário, veio uma investigadora e está vindo uma escrivã, na semana que vem”, disse.

Independentemente da alteração do quadro de funcionários, Silvia ressaltou que o atendimento à população prossegue sem prejuízo aos cidadãos. “A prestação de serviços para a comunidade continua, a nosso ver, de excelência. Todas as pessoas que comparecem aqui são atendidas”, enfatizou.

Funcionando na praça da Bandeira, 53, a DDM ocupa um prédio considerado amplo. Por anos, o imóvel abrigou o Jecrim (Juizado Especial Criminal) e, em 2012, o PAT (Posto de Atendimento ao Trabalhador).

Esses dois órgãos foram transferidos, com a inauguração do fórum da comarca e a publicação de decreto de transferência de posse, respectivamente.

No novo espaço, Silvia informou que a DDM continua a prestar todos os serviços que cabem à unidade especializada da PC. Em caso de depoimento de crianças violentadas, por exemplo, as oitivas acontecem na presença de membros do Conselho Tutelar, de forma a preservar os direitos.

Para a delegada, a preocupação da representante do conselho (em eventual prejuízo para as vítimas, por conta do desconforto) não tem razão de ser. Silvia afirmou que a alteração no quadro não interfere na prestação dos serviços.

“Não procede no sentido de que a comunidade não deixou de ser assistida. Se uma delegacia não assiste à sua comunidade, então, é melhor fechar as portas”, declarou.

Conforme ela, a DDM não deixou de atender por conta da questão administrativa e, portanto, não houve prejuízo para a comunidade. Silvia citou, ainda, que a unidade está devidamente estruturada e que o serviço não parou.