Embora dependa da área pretendida, a espera para frequentar cursos no Fundo Social é comum. A presidente da entidade, Ana Paula Cury Fiuza Coelho, afirmou que os inscritos precisam aguardar de dois a seis meses por uma vaga. O prazo varia conforme o tempo de conclusão dos cursos e o número de interessados.
Para atender mais rapidamente à demanda, Ana Paula determinou a abertura de novas turmas. A mais nova delas, de costura, no centro de capacitação do Jardim Mantovani.
Com isso, o Fundo Social terá cinco oficinas. Até o momento, esse curso está disponível no Jardim Santa Rita de Cássia, vila Angélica, vila Esperança, CDHU “Orlando Lisboa”.
“Nós vamos seguindo o fluxo para determinados investimentos, principalmente, na parte de costura e do artesanato, que são variáveis”, disse Ana Paula.
Por esse motivo, a presidente citou que o Fundo Social lançou o curso de restauro de móveis. A ideia surgiu da necessidade (de recuperação do acervo da entidade) e, conforme a primeira-dama, teve “adesão enorme”.
A capacitação começou no mês passado, na vila Angélica, e é frequentada por dez alunos. Segundo a primeira-dama, a ideia acompanha “tendência e o momento econômico do país”.
“As pessoas estão deixando de comprar coisas novas e optando por reformar as antigas. Fica mais barato e, na maioria das vezes, o antigo tem mais qualidade e durabilidade”, argumentou.
Com outro foco, mas pretendendo aumentar a renda, Paula Fernanda Silva dos Santos, 28, segue “firme” no curso de cabeleireira pelo programa Tesoura & Cia.
Considerada o mais concorrido, a capacitação tem tempo de espera de até dois anos. Esse é o prazo que a cabeleireira – que já atua na área – precisou esperar para concluir o aprendizado iniciado em escolas particulares.
“Já fiz diversos cursos, mas não aprendi o que eu estou aprendendo aqui”, disse Paula. A cabeleireira trabalha no salão de uma amiga, no Jardim Lucila, e quis complementar no Fundo Social o conhecimento teórico com a prática.
Até o fim deste ano, ela espera poder começar negócio próprio. Para isso, está, aos poucos, investindo na compra de equipamentos com o que ganha no ofício.
Paula é cabeleireira há um ano e meio e, antes mesmo de ser chamada pelo Fundo Social, buscou um curso particular para ter conhecimento básico.
No projeto do Fundo Social, ela tem aulas com Joana Aparecida Sotero, integrante do Tesoura & Cia. há seis anos. Ela, que leciona os cursos de corte masculino e feminino e de manicure e pedicure, disse que, em todo esse tempo, tem sentido que a busca pela capacitação está cada vez maior nos últimos meses.
Em especial porque boa parte dos alunos sai empregada. “É uma responsabilidade pura. Todos vêm para aprender para trabalhar, para ganhar dinheiro. Vários estão com salão e já estão se aperfeiçoando”, comentou.
O curso mais concorrido do Fundo Social forma 20 alunos por ano, sendo dez a cada seis meses. As aulas acontecem das 13h às 18h, mesmo horário do atendimento ao público. Elas envolvem, além dos cortes em modelos, penteados.
“É uma dinâmica de salão, mesmo. Aqui, a pessoa ou aprende ou aprende. Não tem outra forma. O ‘Tesoura’ é muito bom para formar profissionais”, disse Joana.
O atendimento simula um ambiente do dia a dia. Quem vai ao projeto para cortar o cabelo, obter tratamento químico ou fazer as unhas recebe uma senha. Já os alunos recebem orientações sobre como tratar o público na prática.
Cortes, tintura e química em geral, escova e chapa são oferecidos gratuitamente a público variado, mas bem definido. Joana explicou que idosos preferem mais penteados. Já os jovens optam por corte, escova e hidratação.