Produtores se preparam para o cultivo do milho de inverno





Os produtores rurais de Tatuí devem manter a mesma área de plantio de milho safrinha em relação ao ano passado. Neste ano, a expectativa é de que sejam plantados entre 3.000 e 4.000 hectares da cultura na cidade, segundo o chefe da Casa da Agricultura de Tatuí, Wisner Castilho.

O plantio acontece após a colheita da soja e serve para evitar que o solo fique “nu” e seja dominado por plantas invasoras.

O feijão, que era uma cultura forte na cidade no passado, foi deixado de lado pelos agricultores, pelos riscos oferecidos, além dos altos custos. O preço final do produto também não agrada aos produtores, que procuram maior rentabilidade.

“O feijão é uma cultura de risco. A planta é muito sensível à falta e ao excesso de chuvas”, afirmou. O plantio da safrinha representa, aproximadamente, 10% da área rural de Tatuí, que tem cerca de 32 mil hectares.

A produção da safra de inverno é um pouco menor que a de verão. O clima mais ameno e o nível de chuvas menor fazem com que a produtividade caia de 450 sacas de milho por alqueire para 350 sacas, de acordo com o produtor rural Ruan Rodrigues.

“O clima está ajudando neste início de ano, com as chuvas desses dias. O preço do milho também está bom para a gente, está melhor do que no ano passado”, afirmou.

O produtor tatuiano vai plantar 15 hectares de milho. Cerca de 60% da produção de Rodrigues serão vendidos para granjas de frango e suínos. O restante é vendido para empresas que exportam o milho e para casas agropecuárias.

O agricultor afirmou que, dentro de 60 dias, irá colher a produção de soja. Sobre a palha da soja será plantado o milho de inverno.

“A gente planta diretamente na palha da soja. A rotação de cultura é boa para não deixar o solo parado, e também tem a função fitossanitária, pois age no controle de algumas pragas”, explicou. A elevação da cotação do milho e as chuvas regulares fizeram com que os agricultores se animassem em plantar a cultura.

De acordo com o Cepea (Centro de Estudos de Economia Aplicada), da Esalq-USP (Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, da Universidade de São Paulo), a cotação da saca de 60 quilos do grão atingiu R$ 42,87 na sexta-feira, 19. Na mesma data do ano passado, a cotação era de R$ 27,68.

A previsão para a colheita em 2016 é de 270 mil sacas de milho, englobando tanto a safrinha quanto a safra de verão. O plantio de milho é beneficiado pela produção local de suínos e aves, que são os maiores consumidores do farelo do grão.

A estimativa da Casa da Agricultura é de que sejam abatidos, em 2016, 15,5 milhões de cabeças de aves. A produção de ovos, que demanda alta quantidade de farelo, deve ser de 634 mil caixas, com 30 dúzias cada.