‘Cratera’ interdita viaduto da Teófilo Andrade Gama sobre a linha férrea





A ponte da rua Teófilo de Andrade Gama que passa sobre a linha férrea foi interditada na tarde de quinta-feira, 18. Um desmoronamento de terra, próximo à cabeceira do viaduto, fez com que o trânsito de veículos entre os bairros Boqueirão e Rosa Garcia precisasse ser desviado pelo Departamento Municipal de Trânsito e Transportes.

O desmoronamento aconteceu por volta das 13h30, quando parte da proteção lateral para pedestres cedeu. A cratera foi aumentando e chegou a engolir parte da calçada e do asfalto. A avenida é via de ligação a bairros populosos, como o San Raphael, Rosa Garcia, Santa Rita e Tanquinho.

Com a interdição da via, a alternativa para motoristas foi utilizar a ponte que liga os bairros Santa Cruz e Rosa Garcia 2.

Segundo o estudante Erick de Meira, o desmoronamento começou quando parte do muro que sustenta a proteção lateral para pedestres caiu.

“Um dos pilares começou a deitar, a calçada começou a trincar e a rua começou a partir. Tudo começou a descer e foi abrindo o buraco”, afirmou.

O vereador Márcio Antônio de Camargo (PSDB) estava passando pela ponte quando viu que parte do aterro que liga a rua ao dispositivo estava cedendo.

“Eu vi que estava cedendo e entrei em contato com os órgãos competentes, e vi que poderia ter um problema maior, pelo número de pessoas e veículos que passam pela ponte e até o transporte coletivo”, contou.

Camargo entrou em contato com a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), com a Gás Natural Fenosa e com a Prefeitura. O atendimento foi rápido, de acordo com o vereador.

“Enquanto eles não chegavam, eu solicitei para uma pessoa que estava por ali para colocar um cone, para evitar que passassem muito perto do buraco, que estava desmoronando”, disse.

O gerente regional da Sabesp, Adriano José Branco, esteve no local para verificar se houve o rompimento da adutora que passa sob a ponte. Segundo ele, não era possível afirmar se fora o vazamento que provocara o desmoronamento ou o contrário.

“O muro pode ter se desestabilizado, puxado a calçada e causado o vazamento, tanto que a adutora de ferro que estava por cima foi puxada com o desmoronamento, mas não teve vazamento e continua funcionando”, argumentou.

Duas adutoras foram afetadas pela abertura da cratera. Uma delas, de ferro, chegou a ficar torta, mas não precisou ter o fluxo de água interrompido.

A preocupação dos técnicos da companhia era com a adutora que passa sob o solo e a ponte, que pode ter tido rompimento. Essa adutora precisou ser fechada, entretanto, o abastecimento nas residências não foi afetado.

“Essa adutora leva água para os bairros Novo Horizonte, Santa Rita, CDHU e Jardim Gramado. Não terá desabastecimento por causa da interrupção da adutora, pois temos reservatórios nesses locais”, apontou.

Os reparos da adutora foram concluídos ainda na tarde de quinta-feira, informou o gerente da Sabesp. Na manhã de sexta-feira, técnicos da empresa fizeram a limpeza do local e estavam aguardando a chegada de técnicos de São Paulo para avaliar os métodos que seriam usados para fazer o aterramento do local.

“Os técnicos vão avaliar a complexidade e o método que será empregado no aterro. Isso pode ser feito hoje (sexta-feira) ou na semana que vem. Ainda teremos alguns dias para ter o serviço concluído”, afirmou.

Apesar da preocupação dos munícipes com o gasoduto que passa sob o viaduto, não houve danos no sistema e o fornecimento nem precisou ser interrompido, segundo a Gás Natural Fenosa. Segundo técnicos da Sabesp e da Prefeitura, a estrutura da ponte não foi afetada pelo desmoronamento.

As equipes do Departamento Municipal de Trânsito e Transporte e da Sabesp instalaram tubos de concreto em torno da cratera para evitar acidentes e liberaram parcialmente a passagem de veículos no início da tarde de sexta-feira, 19, segundo o diretor do Demutt, Francisco Antonio de Souza Fernandes, Quincas.

“Como não foi afetada a estrutura da ponte, resolvemos liberar metade da pista para a passagem de veículos. Nos horários de pico, se possível, uma guarnição da Guarda Civil Municipal ficará no local para orientar os motoristas”, informou.

Em nota, ainda na sexta-feira, a Prefeitura informou que o desmoronamento foi causado pela infiltração de um vazamento em uma adutora da Sabesp que passa sob a ponte e que notificaria a empresa, na tarde desse mesmo dia, para que realizasse, em caráter de urgência, o reparo sobre o viaduto. A previsão é que a obra seja concluída em torno de 15 dias.