Em 3 dias, chove o ‘equivalente’ a 1 mês





Após pelo menos um mês sem chuvas significativas, a cidade registrou, neste final de semana prolongado, 80,2 milímetros de precipitação, segundo dados da Defesa Civil. O total somado entre o sábado, 31, e a segunda-feira, 2, equivale às chuvas esperadas para todo o mês de novembro.

No mês de setembro, o volume de chuvas aumentou 139,42% em relação ao mesmo período de 2014, que teve 69,92 mm, de acordo com os números da Defesa Civil.

Segundo o coordenador do órgão, João Batista Floriano, a quantidade de chuvas no final de semana foi considerada “razoável”, mas não ajudou a elevar o nível de água dos reservatórios.

“Apesar de nesse final de semana ter chovido mais do que o previsto, a quantidade de água foi apenas razoável, pois o solo estava muito seco, o que impediu que houvesse uma elevação no nível de água”, afirmou Floriano.

Embora não tenha recebido ocorrências nem notificações pelo telefone 199 nos últimos dias, a Defesa Civil prevê prorrogação do período de chuvas até o mês de março. Nesta semana, a previsão é de que as chuvas ocorram até pelo menos domingo.

“Chamamos o período de março a dezembro de período das águas, quando se espera o grande volume de chuvas. É um período que a Defesa Civil espera manter os níveis dos reservatórios aceitáveis”, ressaltou Floriano.

Se por um lado a chuva é favorável, por outro, ela pode causar estragos. Nesse período, a tempestade faz aumentar a preocupação da Defesa Civil com os deslizamentos.

O órgão explica que, quando as precipitações atingem 80 milímetros em três dias, o solo perde a capacidade de absorção da água. “Quanto mais encharcado for o solo, maior a possibilidade de deslizamento de terras e desmoronamento. Mesmo com as chuvas, Tatuí segue na normalidade”, tranquilizou Floriano.

O coordenador da Defesa Civil salienta que, quando há maior saturação do solo, a equipe do órgão percorre as áreas de risco, nos bairros compreendidos pelo Jardim Europa e Morro Grande, para averiguação.

Outro obstáculo é que a malha viária já começa a sentir a ação das chuvas com o surgimento de buracos. “O que prejudica nesse período é a malha viária. Se já tem um buraco no solo, as enxurradas tendem a aumentar os estragos. Vamos sofrer bastante com isso nesse período”, prevê.

A previsão para esta semana é de que as chuvas fiquem dentro da média do período. Uma frente fria deve se aproximar do município, com ventos e chuvas dentro da normalidade, segundo dados da Defesa Civil.

Conforme Floriano, o grande volume de água nesse período é benéfico e ajuda a manter os níveis dos reservatórios, como também auxilia na preservação do solo em lavouras.

“Chuvas com bastante intensidade como essa, sem ventos fortes, sem descargas elétricas, podem ser positivas para manter um grande volume de águas e beneficiar as lavouras”, comentou.

Recomendações

A Defesa Civil recomenda que, em caso de inundações, a população evite o contato com a água da chuva, não dirija em vias alegadas, não transite em pontes submersas e, ainda, mantenha cuidado com as crianças próximas aos rios.

É importante que a população que vive em áreas de risco, como os ribeirinhos e outros segmentos da população rural, fique atenta às previsões do tempo, seguindo as orientações da Defesa Civil.

Em caso de emergência, envolvendo alagamentos, deslizamentos e outras ocorrências, a população pode entrar em contato com a DC pelo telefone 199. A ligação é gratuita.

“Se houver necessidade, a Defesa Civil vai até o local, manda engenheiros, arquitetos para fazer avaliação da área. Quando tiver que interditar a casa, é providenciado um abrigo em caso de o morador não dispor de outro imóvel”, afirmou Floriano.