O Sinsaúde (Sindicato Único dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde de Sorocaba e Região) confirmou nesta semana que acionou a Justiça para verificar denúncias de funcionários da Santa Casa. A entidade apresentou pedido de liminar para ter acesso a informações sobre empréstimos consignados feitos pelos trabalhadores do hospital.
No dia 14, o presidente do Sinsaúde, Milton Sanches, declarou a O Progresso que recorreria ao Judiciário para apurar as informações. Na ocasião, alegou que funcionários relataram que a diretoria do hospital estaria descontando as parcelas dos empréstimos das folhas de pagamento, mas não repassando os valores às entidades financeiras.
Com isso, aproximadamente, 60 funcionários teriam sido prejudicados, tendo nome “negativado” (inscritos como restritos no Sistema de Proteção ao Crédito).
Em nota, Sanches alegou que muitos trabalhadores não estariam reclamando “por medo de perder o emprego”. Também disse que, caso a entidade consiga decisão favorável, todos os funcionários seriam beneficiados.
De acordo com apurado pela entidade classista, no dia 22, a Santa Casa não estaria depositando os direitos trabalhistas dos funcionários. Entre eles, o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e as verbas de contribuição previdenciárias junto ao INSS (Instituto Nacional de Seguro Social).
A instituição filantrópica também não estaria pagando o “vale cesta” dos trabalhadores, segundo levantado pela entidade em reunião, nesta semana, com a direção da Santa Casa e com o frei Eurico Aguiar e Silva (Frei Bento), da São Bento Saúde, empresa contratada para gestão compartilhada.
Segundo o sindicato, as irregularidades começaram há nove meses e incluem o não repasse das mensalidades dos funcionários filiados ao Sinsaúde.
O presidente informou que a Santa Casa reparcelou débitos anteriores com o sindicato, mas não os quitou. Entretanto, disse que a prioridade é ajudar os trabalhadores, de modo a permitir que eles tenham “o nome limpo”.
A O Progresso, a provedora da Santa Casa, Nanete Walti de Lima, admitiu que a entidade está deixando de cumprir com “algumas obrigações trabalhistas”. Porém, justificou que esse é o único jeito de a diretoria garantir atendimento à população e evitar que o hospital pare de funcionar.