Chegar à 30ª edição de um concurso cultural pode ser entendido como mais do que manter viva uma tradição: é consolidar uma herança. O Concurso Artístico e Literário de Natal, promovido pelo O Progresso de Tatuí, alcança em 2025 três décadas de história estimulando a criatividade, a reflexão e a sensibilidade de milhares de estudantes tatuianos. Ao longo de todos esses anos, o certame não apenas incentivou o talento artístico e literário, mas fortaleceu um elo entre a escola, a comunidade e o jornalismo local.
Neste ano, a iniciativa ganha novo fôlego – até para marcar a chegada a esta marca de tempo tão significativa – com a parceria firmada junto à prefeitura, por meio das secretarias da Educação e a do Esporte, Cultura, Turismo e Lazer.
A parceria – importante marcar – é algo que o jornal entende não só como possibilidade de ampliação do alcance do certame, mas como reconhecimento, pela municipalidade, de sua importância como instrumento de formação cultural e cidadã.
Desde a criação, o concurso tem sido um espaço de descoberta de vozes e olhares. Em cada redação e desenho, é possível enxergar o modo como as crianças e os adolescentes compreendem o mundo, suas relações e o próprio município.
Com o tema “Tatuí no Natal”, os alunos são convidados a refletir sobre o espírito natalino e, ao mesmo tempo, sobre a identidade da cidade — um exercício de imaginação e pertencimento que, há 30 anos, renova o vínculo da população com seus valores e tradições.
O concurso, aberto a estudantes do 1º ao 9º ano do ensino fundamental de escolas públicas e particulares, sempre se destacou por sua abrangência.
Ao longo das edições, já recebeu cerca de 52 mil trabalhos, número a evidenciar o envolvimento de diferentes gerações. São crianças que, muitas vezes, têm na participação sua primeira experiência com o ato de criar algo que será lido, visto e julgado — e que, talvez, desperte nelas a vocação para seguir pelos caminhos da arte e da escrita.
A parceria firmada com o poder público municipal neste ano é, nesse sentido, um avanço relevante. A Secretaria da Educação reencaminhou os convites às unidades de ensino, estimulando professores e alunos a produzirem os trabalhos em sala de aula. Já a Secretaria de Cultura incluiu o concurso em sua agenda oficial, ampliando a divulgação em seus canais institucionais.
A integração entre jornal, escolas e administração pública fortalece a dimensão pedagógica e comunitária da iniciativa: quanto mais acessível o certame se torna, mais estudantes podem ser alcançados — e mais talentos podem emergir.
O Concurso Artístico e Literário de Natal é, portanto, um exemplo de como a cultura e a educação podem caminhar juntas de maneira prática.
Produzir um texto ou um desenho exige do aluno não apenas técnica, mas sensibilidade, pensamento crítico e capacidade de expressão — qualidades que ultrapassam a sala de aula e contribuem para a formação integral do cidadão.
Ao mesmo tempo, para os professores, o concurso é uma oportunidade de motivar seus alunos por meio de uma atividade que combina aprendizado e criação, considerando o papel da escola como espaço de estímulo intelectual e artístico.
Em entrevista, o secretário-adjunto da Cultura, Rogério Vianna, observou a importância do certame como “um marco da cidade nas áreas da literatura e das artes visuais”, relacionando-o a outras iniciativas de Tatuí, como o Concurso Paulo Setúbal.
Ele lembra que é dentro das escolas que se despertam as vocações e que o contato precoce com a arte e a palavra escrita contribui para o desenvolvimento do senso crítico — um valor essencial à formação de futuros cidadãos conscientes.
A fala sintetiza bem o espírito que move o concurso: transformar o ato de criar em aprendizado e o aprendizado em consciência cultural.
Outro aspecto fundamental para o jornal O Progresso de Tatuí é a consciência de buscar ser, também, um agente cultural da cidade.
Nesse sentido, manter por 30 anos uma iniciativa dessa natureza é um feito que vai além do compromisso editorial: é uma demonstração de como o jornalismo pode exercer também uma função social, ao incentivar o protagonismo juvenil e valorizar a produção local.
O certame, patrocinado tradicionalmente pelo comércio tatuiano, é exemplo de parceria entre imprensa, poder público e comunidade — uma tríade essencial para o fortalecimento da cultura em qualquer localidade.
Os números da edição anterior ajudam a dimensionar a vitalidade do projeto: 1.324 inscrições, entre desenhos e redações, representando quase três dezenas de escolas.
Cada participação é, por si só, uma conquista, porque reflete o esforço de estudantes e professores em conciliar o aprendizado formal com o exercício da criatividade.
E os resultados não ficam restritos à competição: eles reverberam nas salas de aula, nas famílias e nas próprias escolas, que se veem representadas quando os trabalhos de seus alunos são publicados na edição especial de Natal do jornal.
O concurso premia a originalidade e a expressividade, avaliando o conteúdo e a criatividade dos trabalhos. Os vencedores recebem prêmios em dinheiro, mas, mais do que o valor material, o reconhecimento público tem um peso formativo incalculável.
Ver seu nome e sua obra publicados em um jornal é, para muitos alunos, a primeira experiência de legitimação de seu esforço criativo — e pode ser o incentivo necessário para que continuem explorando seu potencial artístico e literário.
Em um tempo em que a escrita e a leitura enfrentam concorrência com o imediatismo digital, iniciativas como essa têm papel duplo: preservar o valor da palavra e da expressão artística e, em simultâneo, estimular o olhar crítico e sensível das novas gerações.
O Concurso de Natal resiste ao tempo porque se renova a cada ano com a imaginação de quem participa. E, neste 2025, a parceria com as secretarias municipais amplia o horizonte da proposta, levando-a a mais alunos, professores e famílias.
Por tudo isso, é importante que escolas, educadores e pais estimulem a participação dos estudantes. Não se trata apenas de um concurso, mas de um espaço de descoberta e de pertencimento. A arte e a literatura têm a capacidade de traduzir sentimentos e realidades, e quando essa tradução nasce das mãos de uma criança, o resultado é sempre revelador.
Participar é, antes de tudo, um gesto de afirmação cultural — um modo de dizer que Tatuí valoriza seus jovens, suas ideias e sua imaginação.
Para tanto, com desenhos ou redações, os trabalhos podem ser enviados à redação do jornal O Progresso de Tatuí, à praça Adelaide Guedes, 145, até o próximo dia 31, sejam pelas escolas ou mesmo pelos próprios alunos. Mais informações podem ser obtidas na home do portal de notícias do jornal (www.oprogressodetatui.com.br).
Cabe agora a professores e estudantes aproveitarem a oportunidade e se engajarem, preenchendo com palavras e cores o espírito natalino e o orgulho de ser parte da história cultural de Tatuí.
