
Da redação
A vereadora Micheli Cristina Tosta Gibin Vaz (PSD), uma das autoridades locais à frente das ações do Agosto Lilás e da caminhada “Mulher, não se cale: Quebrando o silêncio”, em entrevista ao jornal O Progresso, afirma que vem ampliando a atuação em iniciativas voltadas ao combate da violência contra a mulher.
A parlamentar detalhou as ações mais significativas das quais já participou e a motivação pessoal que a levou a assumir a frente do movimento, além de comentar sobre a importância das denúncias e os desafios ainda presentes no sistema de acolhimento às vítimas.
Segundo a vereadora, a motivação dela para intensificar o trabalho em defesa da mulher está relacionada a uma questão pessoal. “Uma experiência que me marcou profundamente. Sou amiga da família de uma das vítimas de feminicídio que recentemente abalou nossa cidade”, contou.
‘Quando ela desapareceu, estive ao lado da família, participando das buscas, e vivi de perto a angústia de todos. Esse episódio despertou em mim a necessidade de agir de forma concreta e urgente contra a violência”, relatou.
Micheli sustentou, porém, que a atuação dela nessa área já estava em curso antes desse episódio. Ela é autora de duas leis municipais que tratam do tema: a 5.984/2024, que instituiu a Semana da Campanha “Quebrando o Silêncio” em Tatuí, e a 98/2023, que criou a Semana Municipal de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher.
“As iniciativas foram pensadas para promover a conscientização, o acolhimento das vítimas e o fortalecimento da rede de proteção”, afirmou.
Entre os desdobramentos dessas leis, a vereadora destaca a idealização da caminhada “Mulher Não se Cale – Quebrando o Silêncio”, programada dentro da campanha Agosto Lilás.
“Para sua realização, busquei o apoio do prefeito professor Miguel (Lopes Cardoso Júnior), da primeira-dama Regiane (de Oliveira Rosa Cardoso), que prontamente apoiaram, de diversos setores da cidade, como conselhos de direitos da mulher, secretarias municipais, instituições de ensino, saúde, segurança, cultura, entidades sociais, clubes de serviço, empresas e as próprias famílias das vítimas”, lembrou.
“Todos prontamente abraçaram o projeto, reconhecendo a importância de unir forças em torno de uma causa tão urgente. A caminhada será um grito coletivo por respeito, proteção e justiça”, declarou.
Agosto Lilás
“Minha atuação no Agosto Lilás em Tatuí tem sido uma extensão do compromisso que venho assumindo desde o início do meu mandato com a defesa da mulher e o enfrentamento à violência”, declarou a parlamentar.
“Dentro desse movimento nacional, buscamos fortalecer ações locais de conscientização, orientação e mobilização da sociedade. Uma das ações mais significativas que idealizei dentro dessa campanha é a caminhada ‘Mulher não se cale – Quebrando o silêncio’, realizada com o objetivo de transformar a dor em voz, e o silêncio em ação”, disse.
Ela explicou que a caminhada foi inspirada pelas leis de autoria dela e que a mobilização reuniu diferentes setores da cidade.
“Além de ser um marco simbólico, a caminhada representa um movimento coletivo de empatia, resistência e coragem. Para sua realização, articulei o envolvimento de diferentes setores da sociedade: Fundo Social de Solidariedade, conselhos, secretarias, escolas, escola técnica, faculdade, instituições sociais, grupos religiosos, forças de segurança, clubes de serviço, empresas e famílias das vítimas”, enumerou.
“Todos uniram forças, reconhecendo que o enfrentamento à violência não pode ser feito de forma isolada — é uma responsabilidade de todos nós. Essa ação terá um impacto profundo: dar visibilidade à causa, encorajar mulheres a denunciarem e demonstrar que Tatuí está unida em defesa da vida, da dignidade e da liberdade de todas as mulheres”, afirmou.
Segundo a vereadora, o Agosto Lilás em Tatuí ultrapassa a ideia de campanha anual. “Para nós, vai além do calendário. Ele é uma convocação permanente à consciência, à solidariedade e à transformação social”, concluiu.