
Aqui, Ali, Acolá
José Ortiz de Camargo Neto *
O leitor ou leitora podem perceber claramente isto: quando vamos fazer um trabalho pequeno ou grande, importante e necessário, enfrentamos grande resistência.
Vem a preguiça, vem a procrastinação, vem a não realização, ou a sofrida execução.
Temos de fazer grande esforço para vencer a estagnação, a contrariedade e agir.
No fim fazemos obrigados, pela necessidade, pelos outros, ou por nós mesmos.
Já quando se trata de prazeres – mesmo que sejam destrutivos – temos grande atração e disposição.
Embebedar-se com amigos, passar a noite em baladas, jogar a vida fora em vícios de drogas e inutilidades parece uma lâmpada a atrair mariposas incautas.
E é então que queimam as asas.
Mas afinal o que acontece? Por que existe esta inversão?
Na verdade, todo trabalho ou estudo bem-feito, realizado com esforço e capricho, causa grande alegria e bem-estar; já a vida dissipada e inútil origina enorme dissabor.
Portanto, ao evitarmos a realização, estamos nos privando daquilo que nos proporciona a maior felicidade.
Por isso se diz que prazer não é sinônimo de felicidade.
Então, como resolver isso?
A única maneira é contrariar a própria vontade (que está invertida e deseja o que não nos é conveniente – leia-se a propósito o livro “A Libertação da Vontade – Libertação do Livre Arbítrio”, de Norberto Keppe, um tratado sobreo assunto).
Contrariar a vontade de fazer o que nos prejudica significa forçarmo-nos a agir corretamente. Com o tempo, sentiremos os efeitos benéficos desta escolha acertada.
Até breve.
* Jornalista e escritor tatuiano.