2 procurados pela Polícia Civil local apresentam-se em cidades vizinhas

Duas pessoas procuradas pela Polícia Civil de Tatuí apresentaram-se espontaneamente em delegacias da região neste mês. Envolvidas em crimes no município, elas estavam sendo procuradas pela Justiça.

 

A PC havia conseguido mandado de prisão contra Mauri Rodrigues de Oliveira, 18, e Diogo de Oliveira Paulino, após investigações. Os dois, porém, estavam foragidos.

 

Oliveira, que completou maioridade penal no dia 10 de fevereiro deste ano, é acusado de ter participado de “arrastão” em um restaurante no dia 25 de maio.

 

Conforme informou o delegado titular do município, José Alexandre Garcia Andreucci, ele procurou a delegacia de Conchas para se entregar, um mês depois de ter sido identificado. A PC chegou aos autores do roubo – praticado contra 16 clientes que estavam em um restaurante – em menos de 30 horas.

 

No dia 27 de maio, além de divulgar os nomes, Andreucci informou a prisão de três dos cinco envolvidos. Eles são acusados de integrar quadrilha responsável pelo primeiro arrastão (assalto cometido em grupo, na gíria policial) ocorrido em Tatuí.

 

Segundo o delegado, na noite de 25 de maio, quatro pessoas teriam executado o plano de assalto. Duas delas entraram armadas no estabelecimento comercial.

 

Os criminosos teriam rendido os clientes, o proprietário e funcionários, e fugido com bens. A PC conseguiu recuperar parte dos pertences.

 

As vítimas compareceram à Delegacia de Polícia Central na tarde do dia 27, para fazer o reconhecimento dos objetos e dos suspeitos. Estavam detidos: João Henrique Correa, 29, Ailton Correa Apolinário, 32, e Mariana Aparecida Pereira Vicente, 19.

 

Na época, Oliveira e o primo, Isaque Ribeiro (inicialmente identificado como Wellington Cavalcante), haviam fugido. A PC chegou a receber informações do paradeiro dos acusados, mas não conseguiu localizá-los na cidade de Pereiras. Oliveira apresentou-se na semana passada, na cidade de Conchas. Ribeiro continua foragido. Ele teria cometido um latrocínio no Estado do Paraná.

 

Já Paulino, apontado como autor do disparo que atingiu o segurança Fabiano Aparecido Machado, 34, na região da cabeça, procurou a Polícia Civil de Iperó para se entregar. O acusado permaneceu, praticamente, três meses foragido.

 

A PC anunciou a identificação do suspeito de ter atirado contra o segurança na manhã do dia 2 de maio. A informação foi divulgada pelo delegado titular oito dias após o crime – o roubo ocorreu no dia 25 de abril.

 

Os trabalhos de investigação tiveram início a partir de análise das imagens do circuito interno e externo de segurança da padaria. O estabelecimento comercial possui quatro câmeras, instaladas dentro e fora dele. As imagens captadas pelos equipamentos foram cedidas ao GTO (Grupo Tático Operacional).

 

Segundo Andreucci, os investigadores contaram com apoio “irrestrito” do comando da Guarda Civil Municipal para esclarecer a autoria. Isso porque o acusado é irmão de um dos integrantes da corporação tatuiana.

 

Andreucci informou que o boletim de ocorrência dava conta de que um assaltante, até então não identificado, havia parado a moto na esquina da padaria. Usando capacete de motociclista, ele entrou no estabelecimento e encontrou o segurança perto do caixa.

 

De acordo com o responsável pelo caso, o criminoso teria feito um único disparo, “sem motivo aparente”. Andreucci relatou que o assaltante trazia um revólver na mão, havia apontado-o para a cabeça do segurança e desferido o tiro.

 

Como a ação ficou gravada no sistema de monitoramento, a PC passou a analisar as imagens das quatro câmeras que ficam espalhadas pelo estabelecimento. Numa delas, é possível ver a reação dos funcionários, que correm para se esconder.

 

A vítima sofreu um tiro na boca, sendo socorrida ao Pronto-Socorro Municipal “Erasmo Peixoto”. Posteriormente, Machado teve de ser transferido para Sorocaba, onde obteve vaga na UTI.

 

Depois da verificação das imagens, o delegado começou a ouvir testemunhas. Com apoio da GCM, o GTO, tomou depoimento de pelo menos seis pessoas.

 

Além de informações, os investigadores conseguiram obter o reconhecimento fotográfico do suspeito. Também anexaram os resultados de exames periciais ao caso.

 

Com a soma de provas, o GTO chegou ao nome de Paulino. Segundo a PC, o suspeito é conhecido nos meios policiais e possui várias passagens por roubos a padaria.

 

Após a fase das oitivas, o delegado representou pelo mandado de prisão contra o acusado, que desde o dia 2 era considerado foragido.

 

A equipe do GTO levantou que Paulino residia próximo ao estabelecimento assaltado. De acordo com a PC, ele vivia a cinco quarteirões do local e teria ido até a padaria com a própria moto.

 

Como o veículo tinha um barulho característico, ele e um comparsa teriam empurrado a moto para longe da padaria. Depois, os dois a ligaram, subiram nela e fugiram em direção ao ribeirão do Manduca.

 

Para cometer o crime, Paulino teria contado com ajuda de Gleiton Bruno do Amaral, detido por volta das 16h40 do dia 9, pela GCM. O suspeito estava na vila Esperança quando foi localizado. Ele era considerado foragido e conta com passagens pela polícia desde a adolescência.

 

Segundo a PC, Amaral é de “alta periculosidade” e teria colaborado com Paulino no crime que vitimou o segurança. O nome dele não havia sido divulgado, no início das investigações, para não atrapalhar o esclarecimento do caso.